Ancestralidade e tradição em Choriro, de Ungulane Ba Ka Khosa
Madzitateguru neTsika muChoriro, re Ungulane Ba Ka Khosa
Palavras-chave:
Ancestralidade, Tradição, Identidade MoçambicanaResumo
O presente artigo resulta de uma análise sociocultural e antropológica da obra Choriro, do escritor moçambicano Ungulane Ba Ka Khosa, sob a perspectiva da manifestação da ancestralidade e da tradição como elementos configuradores da identidade moçambicana. O obedeceu a dois procedimentos, a pesquisa bibliográfica e a análise da obra a partir do método de análise de conteúdo. Os resultados da análise permitiram-nos compreender que a identidade moçambicana, na obra, é construída por meio do resgate de valores históricos, sociais, culturais, geográficos, religiosos, crenças, hábitos e costumes que caracterizam o povo moçambicano. Dentre estes aspetos, podemos citar o uso de nomes de origem bantu, como Nfuca, Nyazimbire, Nhabezi, entre outros. Acredita-se, na religião africana que as pessoas não morrem, porém passam para outra dimensão, possuindo ainda influência sobre os vivos, razão pela qual são recorridos em momentos importantes através de cerimônias e rituais e estes permanecem na memória do povo. É o que aconteceu com o branco aculturado que acreditava que após a sua morte, transformar-se-ia num espírito de leão (mpondoro), representando a sua força, grandeza e poder. Estes eventos de invocação do espírito dos mortos são marcados por cânticos, batucadas e danças, onde as galinhas, os cabritos, as gazelas, mingo e mexoeira são tidos como típicos pratos do povo bantu.
***
Chinyorwa chino chinobva muongororo yezvemagariro evanhu uye yeanthropological yebhuku rinonzi Choriro, rakanyorwa nemunyori wekuMozambique, Ungulane Ba Ka Khosa, kubva mukuona kwekuratidzwa kwemadzitateguru netsika semagadzirirwo ehunhu hweMozambiki. Nzira mbiri dzakatevedzwa, tsvakiridzo yemabhuku uye ongororo yebasa zvichibva panzira yekuongorora zvirimo. Zvigumisiro zvekuongorora zvakatibvumira kunzwisisa kuti chiziviso cheMozambique, mubasa, chinovakwa kuburikidza nekununurwa kwezvakaitika kare, zvemagariro evanhu, tsika, nzvimbo, tsika dzechitendero, zvitendero, tsika uye tsika dzinoratidza vanhu veMozambique. Pakati pezvikamu izvi, tinogona kutaura nezvekushandiswa kwemazita echiBantu, seNfuca, Nyazimbire, Nhabezi, nemamwe. Zvinotendwa muchitendero cheAfrica kuti vanhu havafi, asi vanopinda mune imwe nzvimbo, vachine simba pamusoro pevapenyu, ndicho chikonzero ivo vanoshandiswa panguva dzakakosha kuburikidza nemitambo uye tsika uye izvi zvinoramba zviri mundangariro dzevanhu. Izvi ndizvo zvakaitika kumurungu akarovererwa aitenda kuti mushure mekufa kwake, aizoshanduka kuva mweya weshumba (mpondoro), unomiririra simba rake, ukuru uye simba. Zviitiko izvi zvinodana mweya wevakafa zvinoratidzwa nenziyo, kuridza ngoma nekutamba, uko huku, mbudzi, mhara, mingo nemapfunde zvinoonekwa sendiro dzeBantu.
Downloads
Referências
BARBOZA, Filho Rubem. Tradição e artifício: iberismo e barroco na formação americana. Belo Horizonte, s.e., 2000.
CASTELLS, M. O poder da identidade. Tradução: Klauss Brandini Gehardt. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CORDEIRO, Ana Filipa. Tradição em transformação Representações Sociais de Tradição em Associações Culturais. Lisboa, 2012.
DINIZ, Estefania de Moraes. Queda livre para dentro de si: a ancestralidade feminina em Niketche: uma história de poligamia. São João Del-Rei, 2016.
FONSECA, Ana Margarida Godinho da. Percursos da identidade. Representações de Nação na Literatura Pós-colonial de Língua Portuguesa. Tese de Doutoramento. Lisboa: Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, 2006.
GROMIKO, A. A. As Religiões da África. Tradicionais e Sincréticas. Moscovo: Edições Progresso, 1987.
HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. 9ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
HAMPÂTÉ-BA, Amadou. A palavra, memória viva da África. O Correio da Unesco, Rio de Janeiro, 1979.
KHOSA, Ungulane Ba Ka. Choriro. Lisboa: Sintaxe Editora, 2009.
LADEIRA, Ana. Ode. E-Dicionário de termos literários de Carlos Ceia, 2002. Disponível em: http://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/ode/ Acesso em 13 de Agosto de 2022.
LEITE, Ana Mafalda. Literaturas Africanas e Formulações Pós-Coloniais. Lisboa: Ed. Colibri, 2003.
MUNANGA, Kabengele. Mestiçagem como Símbolo de identidade brasileira. In: Epistemologias do Sul, (org.) Boaventura de Sousa e Santos e Maria Paula Meneses, São Paulo: Cortez, 1999.
PESAVENTO, Sandra Jathay. Discurso Histórico e Narrativa Literária. Campinas, SP: Ed UNICAMP, 1998.
ROSÁRIO, L. do. A Narrativa Africana de Expressão Oral. Luanda: Angolê, 1989.
ZINANI, C.J.A.; SANTOS, S.R.P. dos. Ensino da literatura: lugar do texto literário. In: ZINANI, C.J.A. et al. Transformando o ensino de língua e de literatura: análise da realidade e propostas metodológicas. Caxias do Sul, RS: Educs, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
1.Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. A Revista usa a Licença CC BY que permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório digital institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, nas redes sociais) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Trata-se da política de Acesso Livre).