https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/issue/feedNJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)2024-09-26T23:05:05-03:00Alexandre António Timbanerevista.njinga.sape@unilab.edu.brOpen Journal Systems<p>A <strong>Revista Científica Njinga & Sepé</strong> <strong>(ISSN: 2764-1244)</strong> foi criada em homenagem a Rainha africana Njinga Mbandi e ao guerreiro indígena brasileiro Sepé Tiarajú. A Revista respeita a Declaração Universal dos Direitos Linguísticos (1996), a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (2002) e a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2006).</p> <p>A <strong>Revista Njinga & Sepé</strong> aceita e publica textos escritos em <strong>qualquer língua africana</strong> ou <strong>indígena brasileira</strong> e vídeos de línguas de sinais. Abre-se exceção especial para todas as línguas de Timor Leste por ser país parceiro da UNILAB. Os textos escritos em qualquer outra língua europeia (espanhol, francês, português ou inglês) deverão estar acompanhados de um resumo numa <strong>língua africana ou indígena brasileira</strong>. As línguas de sinais terão 2 resumos e um vídeo de 10 à 15 minutos. A Revista publicará um (1) volume por ano, com dois números (1º número em maio e 2º número em outubro) e ocasionalmente <strong>volumes especiais</strong> a depender da demanda dos autores e da Comissão Científica. Trata-se de uma <strong>Revista de Acesso gratuito (Open Journal System-OJS).</strong></p> <p><em>A</em><strong> Revista Njinga & Sepé </strong>é composta por sete (7) seções: <strong>Seção I</strong> - Artigos inéditos e traduções/interpretações; <strong>Seção II</strong> - Entrevistas, resenhas de livros; <strong>Seção III</strong> - Poesias e Letras de canções populares; <strong>Seção IV</strong> - Relatos de experiências, fotos, receitas de comidas tradicionais, ritos e festividades ; <strong>Seção V</strong> - Provérbios, tabus, mitos e outras;<strong> Seção VI</strong> - Línguas de sinais; <strong>Seção VII</strong> - Varia (Áreas afins). Cada autor escolherá uma seção. É importante que todos os autores estejam cadastrado porque os textos deverão ser submetidos pelo site da Revista. Bem hajam as culturas, tradições e línguas dos povos indígenas brasileiros, dos povos africanos e do povo de Timor Leste. </p> <p>Todos os textos recebidos são primeiramente submetidos a verificação da originalidade com o uso do software Turnitin Originality, da empresa Turnitin para a detecção de similaridade textual e integridade em textos acadêmicos (antiplágio): <a href="https://www.turnitin.com/products/originality">https://www.turnitin.com/products/originality</a>. Os textos aprovados nesta fase são submetidos a avaliação dos pares (às cegas) para a definição da aprovação ou não.</p> <p>O acesso aos trabalhos publicados <span style="font-size: 0.875rem;">é inteiramente GRATUITO</span><span style="font-size: 0.875rem;">. Os autores não pagam e nem recebem nenhum tributo financeiro pela contribuição e publicação. Os editores, avaliadores, tradutores, Comité Científico e outros colaboradores participam voluntariamente.</span></p> <p><strong>Princípios de Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade</strong><strong> (DEIA)</strong></p> <p> A Revista Njinga & Sepé respeita e aceita das diversas línguas africanas e indígenas brasileiras contribuindo para o resgate e consolidação das línguas como bem imaterial da humanidade. A revista contribui na promoção mudanças na comunidade acadêmica especialmente ao acolher pesquisas de diversas áreas provenientes de países sem Revistas. A Revista Njinga & Sepé trabalhar sempre por representatividade ampla de autoria, editoria e avaliação, considerando a diversidade geográfica, institucional e sócio-econômica. A Revista Njinga & Sepé incentiva a comunidade surda a publicar seus artigos em línguas de sinais, por isso que há uma seção (Seção VI) que acolhe trabalhos deste público minorizado. A Revista Njinga & Sepé encoraja autores/as a usar linguagem respeitosa e inclusiva ao escrever seus manuscritos, incluindo a sua variedade. As variedades do português africano e timorense são acolhidas com muita satisfação e são encorajadas sem preconceito porque todas as variedades são úteis para as comunidade de fala. A Revista orienta editores/as, tradutores e avaliadores/as a se manifestarem imediatamente ao identificar linguagem que promova viés racista, etarista, sexista, ou qualquer tipo de viés que promova desrespeito, exclusão ou aversão a qualquer tipo de público ou população. A Revista Njinga & Sepé é democrática e é de acesso gratuito e os interessados conseguem baixar os artigos e ler onde quer que estejam, usando aaparelhos eletronicos disponíveis. A Revista Njinga & Sepé está conectada à base de dados internacionais e incentiva, apoia a coleta de dados que permitam desenvolvimento, mensuração, análise e gestão de indicadores de diversidade, igualdade, inclusão e acessibilidade. A Revista Njinga & Sepé fortalece a comunicação com a sociedade e com a comunidade científica promovendo Conferências, Palestras, Encontros, Seminários por meio do <a href="https://www.youtube.com/@revistanjingasepe5651">Canal Youtube da Revista Njinga & Sepé</a> , por meio das redes sociais, em páginas das instituições e outros espaços de divulgação do conhecimento. </p> <p> </p>https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1875PROGRAMAÇÃO DO I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE TOPONIMIA E ANTROPONIMIA2024-09-14T09:04:41-03:00Alexandre António Timbanealexandre.timbane@unilab.edu.br<p>O Seminário Internacional da Toponímia e Antroponínia é um evento acadêmico-científico organizado por editores da Revista Njinga & Sepé. É realizado virtualmente e transmitido no Canal Youtube da Revista Njinga & Sepé. Todos os videos do evento encontram-se armazenados no canal da Revista. De forma geral, os “<strong>SEMINÁRIOS INTERNACIONAIS DA <em>REVISTA NJINGA & SEPÉ</em>”</strong> que são realizados uma vez por ano visam: (i) <span style="font-size: 0.875rem;">Contribuir para a visibilidade dos estudos/pesquisas sobre os diversos temas da cultura, das línguas, das artes das tradições, da educação dos pesquisadores (nacionais e internacionais), estabelecendo diálogo científico permanente; (ii) </span><span style="font-size: 0.875rem;">Promover a socialização e a troca de experiências, com envolvimento da comunidade acadêmica interna e público externo, para o debate sobre as temáticas e seus objetos; (iii) </span><span style="font-size: 0.875rem;">Disseminar o conhecimento resultante das pesquisas e estudos realizados nos cursos de graduação e pós-graduação no Brasil, nos países parceiros da UNILAB (países da CPLP) e no mundo; (iv) </span><span style="font-size: 0.875rem;">Ampliar a integração de docentes e pesquisadores anônimos pelo mundo afora contribuindo para a partilha e acesso do conhecimento por parte da sociedade; (v) </span><span style="font-size: 0.875rem;">Divulgar resultados de pesquisas acadêmicas e o compartilhamento de metodologias inovadoras para modernização das práticas profissionais, além da troca de experiências entre profissionais/ investigadores/ pesquisadores. </span>Este 2024, o evento “<strong>SEMINÁRIOS INTERNACIONAIS <em>DA REVISTA NJINGA & SEPÉ”</em></strong> da UNILAB elegeu promover estudos e pesquisas sobre <strong>“a toponímia e a antroponímia” </strong>e o evento foi realizado nos dias <strong>15 e 16 de agosto</strong> com transmissão para o <strong>Canal Youtube da Revista Njinga & Sepé</strong>. A metodologia consistiu na formação de nove mesas-redondas compostas por 3 ou 4 palestrantes que apresentaram as suas pesquisas em 15 a 20 minutos. Depois abriu-se um momento de debate que durou até 20 minutos. O evento foi totalmente gratuito e houve certificação dos palestrantes, dos moderadores, dos ouvintes e dos monitores. Os vídeos resultantes das apresentações foram arquivados no <a href="https://www.youtube.com/@revistanjingasepe5651"><strong>Canal da</strong> <strong>Revista Njinga & Sepé</strong></a> e servem de materiais de consulta para pesquisadores, estudantes e docentes que se interessam pelas temáticas apresentadas. Nestes anais encontrará a memória do evento. Sejam todo(a)s benvindo(a)s!</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1836Antroponímia e Toponímia contemporâneas: roteiros em Portugal e no Brasil2024-09-11T13:53:44-03:00Graça Maria de Oliveira e Silva Rio-Torto gracart@gmail.com<p>A construção de antropónimos e de topónimos em língua portuguesa partilha recursos e procedimentos comuns e procedimentos diferenciados, no tempo e no espaço das culturas e das mundividências de cada país. Pode pensar-se que não há renovação onomástica recente na toponímia e na antroponímia nos universos de língua portuguesa. Mas assim não é, no Brasil ou em Portugal, países em relação aos quais a bibliografia de especialidade é mais abundante. Propomo-nos traçar uma panorâmica de algumas das linhas de força da produção antroponímica e toponímica no Brasil nos séculos XX e XXI, em cotejo com o que se passa em Portugal, no presente e no passado, seja mais recente ou mais remoto, desde que relevante para a explicação dos factos em apreço.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1837Le pouvoir de (re) nommer: la toponymie comme enjeu politique2024-09-11T14:06:34-03:00Maria Gabriela Dascalakis-Labrèzemaria-gabriela.dascalakis@u-bordeaux-montaigne.fr<p>L’acte de nommer n’étant jamais neutre, la nomination des lieux est bel et bien un outil politique qui convoque, invoque ou évoque des réalités diverses selon le système interprétatif de chaque locuteur-récepteur (Périès: 2000). En effet, le nom propre de lieu révèle des rapports de force tout en participant à la construction des mémoires collectives. La politisation dérive de l’imposition d’un ordre établi et d’un système de représentations et de hiérarchisation des dénominations. La toponymie découle ainsi des contextes socio-politiques particuliers qui influencent fortement la création, la conservation, la transformation ou l’abandon de certains noms au profit d’autres. Convaincue que la toponymie « approprie les lieux, les espaces par le jeu des adresses, des repères, des référents » (Giraut et Houssay- Holzschulch, 2023: p. 4), nous essaierons de montrer dans quelle mesure elle dévoile des enjeux divers qui cristallisent notamment des tensions entre les valeurs et/ou les identités mises en exergue ou passées sous silence. Après avoir exposé la théorie du dispositif toponymique de Giraut et Houssay-Holzschuch, nous nous appuierons sur des exemples tirés des contextes français et argentin afin de percer à jour les stratégies de dénomination et de re-nomination des espaces devenus des territoires de lutte symbolique des deux côtés de l’Atlantique.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1838Toponímia regional em Língua Gestual Portuguesa (LGP): as capitais de distritos2024-09-11T14:32:03-03:00Isabel Sofia Calvário Correiaisasofia.cc@gmail.comAmílcar José Moraisamilcarjosemorais@gmail.com<p>A Língua Gestual Portuguesa (LGP) é o idioma minoritário da comunidade surda do país. Como as demais, foi proibida devido ao oralismo determinado em Milão. Mas, também como outras línguas gestuais, está reconhecida na Constituição da República, nosso documento maior, como língua de ensino. Embora ainda não seja um idioma oficial, sua visibilidade tem aumentado desde o final dos anos 90, muito por conta dos graus de ensino superior frequentados cada vez mais por pessoas surdas. Por outro lado, a toponímia é uma área do léxico muito arraigada à história da região, muitas vezes perdida no tempo, mas que tem sua génese em um conto, uma lenda ou um fato que ocorreu ali e que fez com que o lugar fosse conhecido por determinado nome. Isso ocorre na cultura ouvinte. Nossa proposta é apresentar os nomes gestuais/sinais das capitais de distrito portuguesas, tentando perceber as relações entre línguas em contacto, o português e a LGP, a iconicidade e a cultura surda. Assim, apresentaremos os Nomes gestuais e tentaremos compreender sua etimologia para ver o que significam em relação à cultura e identidade local, mas, sobretudo, tentaremos apresentar sua identidade linguística e cultural. Nossa apresentação será gestuada (LIBRAS) e falada (português).</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1839Antroponímia em libras: dados do inventário de Rio Branco (AC) e de Florianópolis (SC), Brasil2024-09-11T15:02:47-03:00Alexandre Melo de Sousaalexlinguista@gmail.comJoão Carlos Paiva Xavierjoao.xavier@ufac.br<p>A Onomástica é a área da Linguística que dedica atenção aos nomes próprios em geral. Uma de suas subáreas, a Antroponímia, tem interesse particular nos nomes próprios de pessoas: primeiro nome, nome de família, apelidos, alcunhas, nomes de urnas, nomes sociais, entre outros. Na comunidade surda, é prática atribuir um nome próprio em língua de sinais: o sinal-nome No Brasil, os estudos antroponímicos em Libras iniciaram com Barros (2018) que estudos sinais-nome da comunidade surda de Goiás. Em seu estudo, a pesquisadora propôs categorias classificatórias baseadas nos aspectos que influenciaram a escolha do sinal-nome: Aspecto Físico (AF), Aspecto Comportamental (AC), Aspecto Social (AS) e Empréstimo da Língua Oral (ELO). No presente estudo, com base na proposta de Barros (2018), analisamos os sinais-nome dos Inventários de Libras (IL) de Rio Branco (Acre) e de Florianópolis (SC). O IL é um corpus representativo da Libras falada nos espaços selecionados. Os dados são gerados a partir de entrevistas e outras atividades de elicitação com a participação de pares de surdos (pesquisador e participante), de ambos os sexos, e distribuídos em três faixas etárias: 1) de 18 a 29 anos, 2) de 30 a 49 anos e 3) de 50 anos em diante. Os resultados mostraram que, nos dois IL o Aspecto Físico foi preponderante, seguido do Empréstimo da Língua Oral.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1840Estudo bilíngue da toponímia baiana: português e libras2024-09-11T15:43:09-03:00Liliane Lemos Santana Barretoslilianebarreiros@uefs.br<p>Apresenta-se os resultados alcançados com o projeto de pesquisa “Estudo bilíngue da toponímia de Feira de Santana-BA: Português-Libras” (CONSEPE-UEFS 044/2018), vinculado a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Este projeto busca catalogar, analisar e classificar os topônimos de natureza física e humana do município, conforme a motivação do nome. Os dados da pesquisa são coletados nas Folhas Cartográficas do IBGE, no Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de Feira de Santana (SEDUR), na Secretaria Municipal de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (SETTDEC), no Centro de Documentação e Pesquisa da UEFS e na Associação de Surdos de Feira de Santana. A pesquisa fundamenta-se nos referenciais teóricos e metodológicos relacionados aos estudos linguísticos da Libras (Felipe, 1983; 2006; Ferreira, 1995; Quadros; Karnopp, 2004; Souza Júnior, 2012; Quadros, 2019; Sousa, 2020), aos estudos toponímicos (Dauzat], 1926; Dick, 1980; 1990; 1992 [1986]; 1992; 1999; Isquerdo, 1996; Lima, 1997; Francisquini, 1998; Seabra, 2004; 2006; Souza Júnior, 2012; Sousa; Quadros, 2019; Sousa, 2022), aos estudos históricos e culturais da Bahia (Poppino, 1968; Andrade, 1990; Risério, 2004; Tavares, 2008; Vasconcelos, 2012) entre outros. A análise dos topônimos tem evidenciado os aspectos linguísticos e históricos da origem dos lugares estudados, considerando o processo político-cultural que envolve a nomeação de uma localidade, tanto em língua portuguesa quanto em Libras, uma vez que, nesse campo, trabalha-se com um léxico que conserva antigos estágios denominativos.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1850Toponímia em Língua Brasileira de Sinais (Libras): descrição e análise dos sinais das escolas de Araguaína –TO2024-09-12T20:38:12-03:00Mariana Ferreira Albuquerque mari.ferreiraa@hotmail.comKarylleila dos Santos Andrade Klingerkarylleila@mail.uft.edu.br<p>Esta pesquisa teve como objetivo analisar e descrever sinais toponímicos das escolas públicas municipais, estaduais e privadas, do município de Araguaína, sob o viés dos estudos de Toponímia, cuja área faz parte da Onomástica, que estuda os nomes próprios. Para isso, fizemos o levantamento do corpus de vinte e três escolas do Ensino Fundamental e Médio, sendo que três dessas apresentaram sinais com variação, com isso totalizaram vinte e seis sinais, verificando as motivações toponímicas de cada nome, com base em documentos coletados junto às secretarias das escolas. Todas as informações foram registradas por meio de fichas lexicográfico-toponímicas, que constam no apêndix desta dissertação Desse modo, por meio da observação e descrição dos dados, identificamos as especificidades dos topônimos, para que fosse feita a análise de base qualitativa, para as categorias dos nomes de acordo com os trabalhos dos seguintes teóricos, Dick (1990, 1998), Seabra (2006), Souza Júnior (2012), Sousa Martins (2017), Siqueira (2011), Faggion, Misturini , Dal Pizzol (2013) e Miranda (2020), dentre outros. Nossa pesquisa identificou que os nomes das escolas de Araguaína podem ser resultados de indicação política, motivos religiosos ou solicitação da própria comunidade, embora saibamos que a manutenção ou não de um topônimo pode ser também determinada pelos sentidos que a população estabelece sobre ele. Portanto foram encontrados vários tipos de sinais, tais como: nativos, inicializados e soletrados. Além de outros tipos de motivação na estrutura da língua e em português. Por fim, acreditamos que nossa pesquisa trará uma contribuição para os estudos toponímicos no município de Araguaína, especialmente, para educação escolar dos surdos, bem como da comunidade surda da região Norte do Tocantins.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1841 Subsídios para o estudo da toponímia angolana: a formação dos adjectivos pátrios e gentílicos2024-09-12T14:03:51-03:00Jeanine Emanuella Marques Henriques da Silveira jeanine.silveira@ucan.edu<p>A presente tese intitulada Subsídios para o estudo da toponímia angolana: a formação dos adjectivos pátrios e gentílicos insere-se na história da onomástica angolana, constituindo uma tentativa de resgate da etimologia dos hibridismos toponímicos da língua portuguesa em território angolano. Encontra-se embasada na análise linguística dos referenciais toponímicos angolanos, segundo os métodos taxionómicos de Dick et al. (1980, 1990,1997,1999, 2004), para a toponímia brasileira; de José de Vasconcelos (1902, 1919, 1923, 1931), Fernandes (1941, 1943, 1950) e Raposo (2013, 2020) para a toponímia portuguesa; e de Albert Dauzat (1929, 1932, 1935, 1943, 1946, 1953) para a toponímia francesa. Constitui objecto do nosso estudo a descrição do modo como, em LP, as motivações semântico-históricas, como invasões, guerras, conquistas, negociações, cedências e resistências e as motivações culturais, como línguas, religiões, hábitos, costumes, mas também a geografia, a flora e a fauna, influenciam, criam e reconstróem a toponímia angolana ao longo da história da escrita sobre os nomes dos seus lugares. Desta forma será possível identificar os contágios interidiomáticos que causaram alterações fonéticas, fonológicas ou morfológicas na onomástica angolana de LP, resultado do contacto linguístico com os Ambó, Ambundo, Bacongo, Herero, Ibinda, Lunda, Ngangela, Nhaneca, Cokwe, Ovimbundo, Vanxindonga e todos os povos que compõem o multilinguismo angolano. Daremos relevância à harmonização linguística no contacto da LP com a cultura angolana, respeitando a motivação semântico-histórica e/ou o sentido etimológico do nome de cada lugar. Serão estudados os adjectivos pátrios angolanos, de acordo com a proposta de Raposo (2013: 994) para os nomes próprios canónicos, nas dezoito províncias, (Bengo, Benguela, Bié, Cabinda, Kwando-Kubango, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Cunene, Huíla, Huambo, Luanda, Lunda-Norte, Lunda-Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uíje, Zaire).</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1842Apodos de los futbolistas insignia mexicanos, colombianos, argentinos y peruanos 2024-09-12T15:05:30-03:00Olga S. Chesnokova chesnokova-os@rudn.ru<p>Las personalidades icónicas del fútbol son ampliamente conocidas por sus apodos o perífrasis onomásticas. La diversidad de apodos de los futbolistas latinoamericanos se debe a los rasgos idiosincráticos del estilo comunicativo latinoamericano en sus variedades nacionales, la creatividad verbal latinoamericana con un amplio repertorio de formas de tratamiento, metáforas culturales y la importancia del fútbol en la formación y reflejo verbal de la identidad nacional. La presente investigación se centra en los apodos de los emblemáticos futbolistas mexicanos, colombianos, argentinos y peruanos. Se establece que los apodos de futbolistas de dichos países tienden a enfatizar metafóricamente sus relevantes cualidades deportivas, a menudo a través de zoometáforas y americanismos que, a su vez, tienen características motivadoras de acuerdo con la singularidad de las culturas lingüísticas nacionales. Por ejemplo, el mediocampista y entrenador mexicano Javier Aguirre Onaindía (n. 1958), por su origen vasco, es conocido como <em>El Vasco</em> o <em>El Vasco Aguirre</em>. Carlos Valderrama (n. 1961), el único futbolista colombiano incluido en la lista de FIFA de los 125 mejores futbolistas es conocido con el sobrenombre de <em>El Pibe</em>, un sudamericanismo que significa ‘chico’, ‘niño’. La célebre personalidad del fútbol latinoamericano y mundial, el argentino Diego Armando Maradona (1960-2020) recibió los apodos <em>Pibe de oro, Pelusa, El barrilete cosmico</em>, si bien los vocablos <em>pibe</em> y <em>barrilete</em> son sudamericanismos. El centrocampista peruano Teófilo Juan Cubillas Arizaga entró en la retórica futbolística como <em>El Nene</em> o <em>El Nene Cubillas.</em> La principal conclusión consiste en que en los apodos de futbolistas se destacan los epítetos elogiosos, los americanismos, la combinación del apodo con el apellido del jugador, los lexemas de edad como medios retóricos para mostrar simpatía por el jugador y al mismo tiempo enfatizar la unidad colectiva en el discurso futbolístico.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1843Da antroponímia à toponímia timorenses para a exploração de um dicionário bilingue: a convivência linguística do português com o tétum na onomástica com marcas patrimoniais e de variação linguística2024-09-12T15:23:28-03:00Maria Helena Dias Rebelo mhrebelo@staff.uma.pt<p>Com a chancela das Edições Colibri e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (Portugal), Luís Costa publicou, em 2000, o <em>Dicionário de Tétum-Português</em>, por meio de uma colaboração técnica com Margarida Correia (FLUL/ SILEX / ILEC), envolvendo Linguística e Lexicografia, e a colaboração de Caroline Hagège. Importa, aqui, observar, através da exploração do referido dicionário, dados da antroponímia e da toponímia timorenses. Pretende-se compreender como têm convivido as duas línguas que se vão acompanhando e aceitando uma à outra no território timorense. Por um conjunto de razões extralinguísticas, o português tem exercido maior influência no tétum do que o contrário. Aliás, além da designação “tétum”, do nome próprio “Ximenes” e do topónimo “Timor Lorosae”, pouco mais parece existir na língua portuguesa como influência marcante do tétum, língua de uma família diversa da da indo-europeia, já que pertence ao grupo malaio-polinésio ou austronésio. Por conseguinte, no seguimento da publicação REBELO, Helena (2023) “Análise de uma Amostra de Nomes Próprios Portugueses em Timor-Leste: Antroponímia, Património Linguístico e Variação Linguística”, in <em>Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas</em>, n.º 40, pp. 11-26, jul./dez. 2023 (31-12-2023), procuram-se marcas patrimoniais e de variação linguística na onomástica timorense, através da exploração do “Apêndice de nomes próprios de língua tétum”, apresentado na obra de Luís Costa <em>Dicionário de Tétum-Português</em>.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1844Papel da Toponínima na construção da paz e reconciliação nacional de Angola: caso do Município do Cuanhama2024-09-12T16:00:12-03:00Leonardo Tuyenikumwe Pedroleonaradotuyeni@gmail.com<p>Angola foi uma colónia portuguesa, até 1975. A luta armada pela independência começou em 1961, empreendida pela FNLA, MPLA e UNITA, que tiveram orientações político-ideológicas diferentes, obviamente defendiam projetos de luta e pós-independência diferentes. Assim, passaram a guerrear entre si, no quadro da Guerra Fria, até 1991. Em 1992, o conflito recomeçou após crise eleitoral, opondo a UNITA e o governo, até 2002, provocando milhares mortos, deslocados, mutilados, órfãos, minas, destruição da infraestrutura económica, do tecido social e familiar, deixando traumas sociais e psicológicos à população, tendo disseminado “cultura” de ódio, intolerância, dificultando a convivência pacífica entre grupos sociais e políticos. Assim, no quadro da política de construção da paz e da reconciliação nacional, a toponímia é uma estratégia válida para concretização deste objetivo, pois ela permite o resgate de valores culturais, históricos e patrióticos, que permitem a construção da memória coletiva, educação cultural e patriótica de uma nação, através das ações exemplares de figuras históricas nacionais e internacionais de todos os seguimentos da vida política, social, económica, cultural e desportiva que tiveram um papel importante na defesa e construção da pátria. Trata-se de uma análise crítica sobre fontes secundárias de história de Angola e função social da toponímia.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1845Explorando a toponímia do patrimônio cultural de palmas - TO: proposta didático-pedagógica em uma abordagem interativa via software para uma educação patrimonial2024-09-12T16:35:46-03:00Karylleila dos Santos Andradekarylleila@mail.uft.edu.brCarla Bastiani carlabastiani@gmail.com<p style="margin: 0cm; margin-bottom: .0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-family: 'DejaVu Sans Mono'; color: black;">Este estudo consiste na apresentação de uma estratégia didático-pedagógica para Educação Básica, por meio de uma abordagem inovadora dos topônimos referente ao patrimônio cultural material da cidade de Palmas – TO, utilizando um software toponímico como recurso principal. Como suporte téorico e metodológico, utilizaremos as leituras de Reis e Andrade (2019a, 2019b), Andrade, Nunes, Nascimento e Bastiani (2019), Nascimento e Andrade (2020), Sousa (2017, 2018, 2019) e Bastiani (2021). Além disso, a Base Nacional Comum Curricular BNCC (2017) e o Documento Curricular do Tocantins DCT (2019) servirão de aporte téorico e pedagógico para a discussão da proposta. O aplicativo “Na trilha do patrimônio tem como objetivo servir como recurso didático no contexto do desenvolvimento de estratégias direcionados ao trabalho com nomes de lugares na Educação Básica. A ideia por trás do desenvolvimento desse aplicativo foi a de levar, para o âmbito da sala de sala, uma ferramenta que pudesse ser, ao mesmo tempo, educativa e interativa, ampliando os horizontes do trabalho com topônimos na escola. Vale ressaltar que, quando se concebeu o aplicativo em questão, partiu-se do ensejo de expandir o espaço de estudo dos topônimos para o ambiente virtual, em uma plataforma agregadora, que pudesse tornar esse processo de aprendizado mais didático e motivador para os alunos. Nesse sentido, a qualificação dessa proposta como inovadora advém da aplicação dos estudos toponomásticos ao contexto do ensino, especialmente com a utilização de uma ferramenta digital interativa.</span></p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1846O cruzamento antroponímico: um fenômeno a ter-se em conta no processo de nomeação na localidade do Dande (Angola)2024-09-12T17:26:37-03:00Abias Alberto Catitoabiascatito@gmail.comAlexandre António Timbanealexandre.timbane@unilab.edu.br<p>No presente artigo, com o tema “<em>o cruzamento antroponímico: um fenômeno a ter-se em conta no processo de nomeação em Angola</em>”, procurou-se analisar uma prática que, nos últimos tempos, vem se notabilizando: o cruzamento de dois nomes para a formação de um terceiro. Para estudar o fenômeno, é objetivo geral do artigo: discutir sobre o cruzamento antroponímico no processo de nomeação. Para tal, apontou-se como objetivos específicos: compreender o critério usado para o cruzamento dos nomes selecionados; analisar os nomes que resultam do cruzamento antroponímico à luz de fundamentos linguístico-gramaticais. Assim, para este estudo, utilizou-se metodologias qualitativa, documental e bibliográfica. Constituiu-se dois grupos de amostra: nomes coletados de páginas da rede social Facebook e nomes de documentos oficiais emitidos pelo cartório angolano. Utilizou-se, como principal recurso bibliográfico, a obra de: Soledade e Neto (2021); Gonçalves e Silva (2021); Bechara (1999); Soledade (2012); Amaral e Seide (2020); e Seide (2019). A relevância do estudo deste fenômeno reside na análise desta tendência inovadora no processo de nomeação. Com o presente estudo, considera-se ter demonstrado que a atribuição de nomes próprios, principalmente a crianças, se mostra inovadora, criativa e produtiva com o fenômeno do cruzamento de antropônimos, variando-se a forma de nomear.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1847Um estudo sobre os nomes genéricos presentes na Toponímia do Brasil2024-09-12T17:53:54-03:00Maria Cândida Trindade Costa de Seabracandidaseabra@gmail.com<p>O signo toponímico difere dos demais signos linguísticos por apresentar um caráter motivado em relação ao referente nomeado e também pela particularidade específica de sua função, que é de caráter identitário. Sendo assim, a necessidade de denominar um lugar segundo a sua situação em relação a um espaço geográfico habitado é um fenômeno geral, comum a todas as épocas. Para isso o homem faz uso de variadas estruturas linguísticas que se fundamentam em seu entorno vivencial, combinando motivação, convenção e identificação, produto psíquico da história sócio-político-cultural de um povo. Neste trabalho, apresentamos resultados parciais de um estudo sobre os termos genéricos que compõem os nomes geográficos presentes na Toponímia do Brasil, procurando refletir sobre algumas questões: 1) Os nomes têm significado? 2) Como são usados os nomes indígenas? 3) De onde vêm os termos genéricos presentes na hidrografia do Brasil? Como o nome deve ser interpretado em seu contexto geográfico? Chamamos de termo genérico o item lexical referente aos acidentes físico e antropocultural que integra juntamente com o termo específico (topônimo) o nome geográfico de uma localidade. Dessa união (termo genérico + termo específico) se estrutura o sintagma toponímico. Enquanto o primeiro é escolhido, necessariamente, tendo em vista características socioambientais, o segundo é mais livre, ficando a cargo de seu denominador. Dessa união entre os dois termos é comum a ocorrência de uma simbiose, o que não impede que haja variações, tanto no plano sincrônico, quanto no plano diacrônico e, ainda, no diatópico.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1848Reflexão sobre o uso e atribuição dos nomes na cultura dos bakongo2024-09-12T18:29:01-03:00Eduardo David Ndombele eduardondombele422@gmail.com<p>O presente artigo faz uma abordagem sobre atribuição do Nome na Tradição Oral (Literatura Tradicional) no contexto do grupo étnico dos bakongo. É óbvio que o nome como parte constitutivo, completa a pessoa, pois explica a sua interioridade, e faz parte da personalidade. Procuramos nesta reflexão questionar o seguinte: O que está na base da rejeição e desprezo do uso dos nomes africanos na sociedade contemporânea? O presente estudo visa analisar as causas da invasão e desprezo dos nomes que representam a nossa identidade cultural. A nossa abordagem metodológica assenta no paradigma qualitativo, tendo como estratégia de investigação o estudo de caso de cariz interpretativo que consiste numa descrição pormenorizada do caso estudado. Entretanto o estudo concluiu que o<strong> nome </strong>é um elemento notório de identificação do indivíduo. Por isso, ao atribuirmos o nome devemos em primeiro lugar, refletir os padrões normativos de cada povo ou cultura. O nome é um produto sócio histórico e social, associado a uma determinada língua que transporta uma carga cultural partilhada por determinada sociedade e com uma memória cultural de sociedade linguística. O nome é um direito revogado pela Lei nº10/77, de 09 de Abril, com a alteração dada pela Lei nº 10/85, de 19 de Outubro, e pelo Código da Família. Uma criança ou filho que nasce sozinho do ventre da sua mãe (unigênito) é também atribuído um nome específico. O nome que pode ser atribuído para essas situações o nome de N’SUNDA caso este for menina e NSUNDA se for rapaz. Contrariamente da língua portuguesa que apresenta estrutura justaposta, outras línguas, contudo, apresentam estrutura aglutinante, como é o caso da língua indígena kikongo, isto por que o kikongo aglutina o elemento modificador no radical (ki+João=Kijoão) e nos casos em que o topônimo é composto por dois termos (Kiteka Panzo), em todos os casos, não se emprega a preposição, opondo-se do que acontece em português em alguns casos.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1849Antroponímia e toponímia guineenses: desafios linguístico-culturais2024-09-12T19:02:25-03:00Maria Helena de De Paulamhp.ufgcatalao@gmail.comNelson Jaime Cónelson.co@discente.ufcat.edu.br<p>O nome é uma forma de identificar pertencimentos culturais dos povos ao longo da história das línguas naturais. O ato de nomear estabelece constitutivamente relações de poder entre o nomeado e quem nomeia. No contexto africano, matizado pelo empreendimento colonizador europeu e dentre os países que foram colonizados por Portugal, Guiné-Bissau carrega no seu nome essa representação de poder, uma vez que, nos primeiros contatos com os portugueses, foi apagada do topônimo bossau, através do seu aportuguesamento, a referência à etnia pepel. A estratégia de silenciamento da identidade linguístico-cultural do povo guineense se fez notar também em seus antropônimos, onde se podem verificar apagamentos étnicos em nomes e sobrenomes guineenses transmutados para aqueles de origem portuguesa. No entanto, o povo guineense também resistiu à colonialidade, mantendo muitos de seus nomes nos quais se recuperam pertencimentos étnico-culturais, como apresentaremos nesse estudo. Para demonstrar como aspectos linguístico-culturais de resistência étnica se fazem registrar em topônimos e antropônimos guineenses, apresentaremos um cotejo de alguns nomes comuns como Guiné-Bissau e Bijagós, além de alguns antropônimos por meio dos quais se identifica o grupo étnico-linguístico a que pertence a pessoa nomeada. Os signos foram inventariados em bases como relatórios do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) e documentos cartográficos e sua análise incorporou aspectos da cultura guineense e da composição morfológica, à luz do contexto de significação para a comunidade multilíngue e multicultural de Guiné-Bissau, tema de relevância nos estudos da linguagem.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1851Estudo onomástico em antroponímia do grupo étnico pepel da Guiné-Bissau: uma questão da língua, memória e identidade cultural2024-09-12T21:04:45-03:00Ivo Aloide Iéivoaloide.bobadja@usp.br<p>Pretende-se com esse estudo descrever o sistema onomástico da etnia pepel da Guiné-Bissau. Onomástico pertence a composição das ciências lexicais tendo como foco o estudo dos nomes próprios. Divide-se em duas disciplinas a toponímia que estuda os nomes próprios de lugares e antroponímia estuda os nomes próprios de pessoas, permitindo assim, a distinção dos indivíduos na sociedade facilitando compreensão da sua pertença ou não de um determinado grupo social. Neste sentido, este estudo toma como disciplina de estudo a antroponímia com o objetivo de descrever o sistema de nomeação do grupo étnico “papel” da Guiné-Bissau. A metodologia é qualitativa e baseada no estabelecido por teóricos da área entre eles destaca-se (Dick, 1990,; 1992) que propõem estudar os nomes e sobrenomes a partir do aspecto linguístico, sua etimologia e a motivação social da sua escolha. O artigo está estruturado de seguinte forma: seção 1. Contextualização teórica essa seção conta com uma subseção 1.1 intitulado Nome e sobrenome relação social com a cultura do designado nessa primeira parte fundamentamos nas teorias que tratam do estudo nomes próprios de pessoas e a relação do nome com a cultura do seu portador. A segunda seção 2. Contextualização da localização do povo papel de Guiné-Bissau. País e região, essa divide em duas subseções 2.1 Guiné-Bissau e 2.2 Os papeis. Contextualizamos o leitor sobre o grupo étnico Pepel, sua localização geográfica, suas práticas sociais e história deste povo. Terceira e última seção 3. Descrição dos nomes próprios dos Papeis, nela descrevemos e discutimos as possíveis motivações da nomeação das pessoas com os nomes descritos, também descrevemos o seus significados e por fim concluímos.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1852Formação de Nomes Geográficos do Gitonga - Moçambique2024-09-12T21:55:03-03:00Paulino Baptista Rafael Batapaulinobaptistabata@yahoo.com.br<p>O presente trabalho estuda a formação de nomes geográficos do Gitonga, uma língua falada em Moçambique, na província de Inhambane, nos distritos de Inhambane, Maxixe, Morrumbene e Jangamo por aproximadamente 227. 256 pessoas com mais de cinco anos de idade (INE, 2017). O estudo irá analisar os processos morfológicos dos nomes geográficos, descrevendo os constituintes morfológicos dos nomes geográficos de Gitonga. Os dados para esta investigação foram recolhidos nas cidades de Inhambane e Maxixe e distritos de Jangamo e Morrumbene, na província de Inhambane. Foram entrevistados 34 informantes, sendo 32 do sexo masculino de idades, compreendidas entre 42 a 88 anos e 2 informantes do sexo feminino com idades entre 58 e 65 anos. Nesta pesquisa concluímos que os nomes geográficos do Gitonga são formados com base da afixação de um morfema de locativização num nome. Os nomes que possuem o morfema de locativização subdividem-se em dois grupos, a saber: nomes com morfema de locativização -ini, geralmente derivados de antropónimos e coisas, exemplo, (Tsamboni, Batweni) e nomes com o morfema de locativização -tunu derivados de nomes de árvores, exemplo (Gitambatunu). No entanto, existem nomes geográficos com morfema de locativização zero (Ø) geralmente, são aqueles inicialmente atribuídos numa outra língua, exemplo (Matshitshi, Gikuki) e de antropónimos com o morfema aumentativo (nya-), geralmente, nomes de mulheres, exemplo (Tofo, Mwele).</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1853Os potamónimos de Portugal continental: etimologia e variação geográfica2024-09-12T22:12:48-03:00Carlos Rochacrocha46@gmail.com<p>Professor do ensino secundário, tem, nos últimos anos, desempenhado as funções de coordenador executivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, um portal consagrado ao esclarecimento e reflexão de questões da língua portuguesa. É doutorado em Linguística, na especialidade de Linguística Histórica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Tem como áreas de interesse a história da língua, a onomástica e a etimologia.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1854Antropónimos de origem bantu no contexto moçambicano: estudo da motivação e das relações identitárias de alguns nomes do sul de Moçambique2024-09-12T22:52:00-03:00Cátia António Langanecatialangane0@gmail.com<p>A presente pesquisa enquadra-se nos estudos onomásticos (Uma das áreas da Lexicologia) e explora os antropónimos de origem bantu no contexto moçambicano. Focalizou-se no estudo da Origem, Motivação e das Relações Identitárias dos Nomes<em> Nkátéko, Wánga, Xiluva, Njómbo, Feleyini, Danisane, Khensani</em> e <em>Mihlotini</em>. A mesma objectiva compreender as motivações semânticas que determinaram a atribuição dos nomes; e a estudar as relações identitárias associadas aos antropónimos bantu que são assumidos pelos seus portadores. Desenvolvemos uma pesquisa qualitativa para analisar a origem e motivação semântica dos antropónimos; aplicámos o método monográfico no estudo dos antropónimos tendo em conta a sua etimologia, entrada lexical, estrutura morfológica, seu histórico e sua relação com o portador. A análise demonstrou que grande parte dos progenitores atribuíram esses nomes devido às circunstâncias vivenciadas durante a gestação e o trabalho de parto; Os que têm nomes que remetem a situações e significados relativamente agradáveis tendem a se identificar com os antropónimos em causa, todavia, os portadores dos nomes que remetem a situações desagradáveis ou com significados aversivos, demonstraram não ter alguma aproximação identitária com os mesmos.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1855 Hispanic place names of Uruguay in the context of linguopragmatics2024-09-12T23:33:07-03:00Martynenko Irina Anatolyevna irineta@rambler.ru<p>Doutora em Filologia, Professora associada do Departamento de Língua Inglesa, Kutafin Moscow State Law University. Ela tem vários interesses científicos: ensino de inglês jurídico, tradução e interpretação de inglês e espanhol, linguopragmática, variantelogia e muito mais. Mas seu maior interesse está em nomes de lugares espanhóis ou hispânicos do mundo. Ela os estuda há 11 anos. Sua tese de doutorado em 2015 foi chamada de "Toponímias hispânicas dos EUA: análise linguopragmática" (220 páginas), e em 2023 ela apresentou e defendeu com sucesso sua dissertação de Doutorado em Filologia "Toponímia hispânica do mundo como um sistema geolinguístico" (428 páginas) resumindo a análise de nomes de lugares hispânicos de todos os continentes.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1856Estudo de nomes próprios de escolas da cidade de Xai-Xai à luz da onomástica: um contributo para a preservação de dados político-sócio-histórico-geográfico-culturais2024-09-13T00:13:26-03:00Edson Tito Fafetine edsonfafetine@gmail.comÂngelo Américo Mauai angmauai@yahoo.com.br<p>O presente estudo está inserido num dos subdomínios da onomástica, chamado toponímia, ciência que estuda a origem e a motivação semântica dos topónimos; visa conhecer a origem dos nomes das escolas da Cidade de Xai-Xai e as motivações semânticas que determinaram a sua denominação, como forma de contribuir através da análise linguística, focada na lexicologia e morfologia, para o esclarecimento e resgate de alguns dados político-sócio-histórico-geográfico-culturais, ou factos aparentemente perdidos, mas devidamente registados nos nomes das escolas em estudo. Para a operacionalização do estudo, socorremo-nos do método bibliográfico e, posteriormente, aplicámos entrevistas semiestruturadas a professores em exercício e reformados das respectivas escolas e recorremos a fichas lexicográfico-toponímicas propostas por Dick (2004), para o preenchimento dos dados. Os dados obtidos revelam que os nomes em estudo têm origem em línguas bantu e latinas; além disso, a denominação de cada Escola foi determinada por eventos históricos, posições e configurações geográficas, bem como fatores sociais e políticos. Assim, os estudos dos nomes de lugares contribuem para imortalização da história e atualização da sociedade contemporânea.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1857A toponímia cearense e as dinâmicas socioculturais do período colonial (1679-1746)2024-09-13T00:37:56-03:00Elis Larisse Santos Gonçalves elislarisse7@gmail.comExpedito Eloísio Ximenes expedito.ximenes@uece.br<p class="Default" style="text-align: justify; line-height: 150%;"><span lang="EN-US" style="font-family: 'DejaVu Sans Mono';">Neste trabalho, apresenta-se parte dos resultados da tese de doutorado intitulada “Descrição e análise da Toponímia das cartas de sesmarias do Ceará nos séculos XVII e XVIII (1679-1746)”, defendida em 2023, no Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLa) da UECE. Aborda-se especialmente o aspecto dos resultados de pesquisa no qual foi possível compreender como as dinâmicas socioculturais do período colonial colaboraram para a existência de novas camadas toponímicas, atravessadas pela ideologia colonizadora, em detrimento da toponímia indígena existente antes da atuação colonial no espaço geográfico pesquisado. Utilizou-se como metodologia, sobretudo, a proposta teórico-metodológica de classificação taxionômica de Dick (1980, 1990) e de pesquisadores que colaboraram posteriormente. Com base nos resultados apontados pelo referido estudo, pode-se afirmar que, a partir de determinado período histórico, percebe-se um movimento de co-ocorrência (Santos, 2020) entre topônimos indígenas e de origem na Língua Portuguesa e, seguidamente, percebeu-se de modo mais latente que começa a haver uma mudança na “ordem social” (William, 2015) que gera também o aparecimento de topônimos relativos à ideologia colonizadora, como topônimos que estabelecem relação com a cultura da pecuária, e de Antropotopônimos, em um sinal de homenagem aos sujeitos agentes da colonização que passaram a dominar o território da então Capitania do Siará Grande. </span></p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1858A persistência ou o uso não oficial de topônimos coloniais na cidade de Maputo, Moçambique2024-09-13T08:30:52-03:00José Jorge Mahumane jmahumane@gmail.comJoel Maurício das Neves Tembejoelnevestembe@gmail.com<p>No contexto da expansão europeia, os portugueses chegaram no território que veio a ser o moderno Moçambique em 1498 cuja evidência, em parte, foi a introdução de topónimos de origem cristã e europeia. A implementação subsequente da administração colonial cristalizou o uso oficial da toponímia atribuída pelos portugueses, mas num cenário de multilinguismo. Em 25 de Junho de 1975, Moçambique proclama a sua independência depois de uma luta armada de libertação nacional contra o regime colonial português, altura em que o novo governo independente procura construir uma “nova nação” com novas identidades consubstanciadas na ideia do “homem novo, livre dos vestígios do colonialismo. Tomando como casos de estudo certos topônimos coloniais e pós-coloniais da cidade de Maputo (antes Lourenço Marques), argumentamos que o novo governo de Moçambique independente usou a mudança da toponímia como forma de apagar os vestígios do colonialismo em lugares estratégicos e de maior visibilidade. Ao mesmo tempo, tolerava os topônimos “apolíticos” ou de menor carga política do período colonial. As mudanças visavam inscrever memórias e identidades ligadas ao passado e ao presente do novo regime. Sustentamos que, nos casos analisados, há a permanência ou o uso não oficial de topônimos ilegais e extintos. Esta questão é abordada à luz da memória, do hábito, e das ações político-estratégicas do governo. Esta comunicação é de natureza qualitativa e se baseia em fontes primárias e secundárias, em entrevistas e observações pessoais. Todas as fontes foram abordadas de forma crítica tendo em conta os objetivos e juízos de valores daqueles que os produziram.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1859Topónimos bantu integrados no léxico do português de Angola: considerações sobre a sua adaptação e representação gráfica2024-09-13T08:58:08-03:00Hélder Pande Alexandrehelderpande@hotmail.com<p>Os topónimos angolanos, oriundos das diferentes línguas africanas de Angola, especialmente as línguas bantu (LB), integraram-se no léxico do português de Angola (PA), sofrendo, em muitos casos, transformações e adaptações do ponto de vista fonológico e morfológico em diferentes graus. Se, por um lado, essas transformações podem ser justificadas pelo dinamismo da língua, por outro, podem dever-se ao facto de o português e as LB apresentarem características distintas quer do ponto de vista fonológico quer do ponto de vista morfossintático, além de divergências na representação gráfica das palavras. O presente estudo procura refletir sobre os diferentes mecanismos de integração dos topónimos de origem bantu no léxico do PA, tendo como ponto de partida a sua configuração gráfica, considerando a situação de contacto de línguas que caracteriza a realidade sociolinguística angolana. Os topónimos analisados têm origem na língua kimbundu, a língua do grupo etnolinguístico ambundu, porém julga-se que os resultados obtidos seriam idênticos para as demais línguas, dada a sua semelhança. Assim, conclui-se que os topónimos bantu integrados no léxico do PA, à semelhança das demais unidades lexicais, sofrem os mesmos processos de integração e de adaptação, adequando-se, por consequência disso, à estrutura morfossintática e fonológica da língua-alvo (LA). Porém, determinados topónimos ainda mantêm a sua estrutura de origem, o que significa que, em certos casos, foram acomodados ou ainda não completaram o processo de integração, noutros. Quanto à representação gráfica, defende-se que, exceto os antropónimos, os empréstimos lexicais se submetam às regras de ortografia da LA, refletindo a sua integração nesta língua.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1860Um olhar sobre a paisagem linguística e a Toponímia da Cidade de Maputo (Moçambique)2024-09-13T14:12:27-03:00Sarita Monjane Henriksensarita-henriksen@hotmail.com<p>Este estudo constitui uma breve análise da paisagem linguística da Cidade de Maputo (Moçambique), olhando com particular atenção para as mudanças na sua toponímia, verificadas como resultado das transformações políticas, sociais e ideológicas ocorridas na sociedade moçambicana ao longo dos anos. O ponto de partida é a paisagem linguística e a toponímia da Cidade de Maputo, com os seus traços inicialmente homogeneizantes, de orientação visivelmente assimilacionista e obviamente coloniais, que se estenderam muito para além do período pós-independência. Os últimos anos, por seu turno, apresentam transformações significativas. A toponímia e a paisagem linguística da Cidade de Maputo são hoje coloridas, multilingues e apresentam traços de diversidade linguística, com sinais que podem ser interpretados como manifestando um interesse em preservar e resgatar as culturas, tradições e símbolos nacionais, enquanto se reconhece também a presença de línguas de imigrantes. Os nomes dos bairros, distritos urbanos, avenidas e vias públicas na Cidade de Maputo constituem evidência desta transformação. Uma análise toponomástica da cidade revela claramente traços da história pré-colonial, colonial e pós-colonial, culminando cum um revisitar da questão da língua e identidades, num contexto de línguas em contacto, multilinguismo e diversidade.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1874 Usos de la toponimia y la cartografía en el estudio de las transformaciones ambientales2024-09-14T08:14:16-03:00Marina Miragliammiragli@campus.ungs.edu.ar<p>La toponimia y la cartografía histórica constituyen excelentes herramientas metodológicas para la reconstrucción de las principales relaciones socio ambientales, político y culturales producidas a lo largo de la historia de construcción del territorio. Son herramientas eficientes en el manejo de información geoespacial histórica para ser aplicados en el diagnóstico, el ordenamiento, la planificación y la gestión territorial. La TOPONIMIA brinda una herramienta metodológica documental que habilita el proceso de reconstrucción del territorio en estudio y los usos del suelo característicos, así como su dinámica ambiental, socioeconómica y política. Los documentos cartográficos son una de las principales fuentes de datos para las investigaciones geográficas, pudiéndose decir que la producción del material cartográfico acompaña a la historia de la humanidad, donde los primeros pueblos realizaban inscripciones en distintos materiales como forma de representación de sus espacios. La toponimia se hace presente en todas partes de la superficie terrestre y la actividad de nombrar lugares, eventos y objetos es intrínseco de la historia humana.</p> <p> </p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1861Migração, identidades e a permanência da toponímia paralela (informal) na Cidade de Maputo: o caso dos topónimos Bairro Xinyembanini e Bairro Magude, de 1975 à actualidade2024-09-13T15:09:33-03:00Anibal João Tianeanibaljo2009@gmail.com<p>Com a presente comunicação pretende-se discutir a permanência de nomes geográficos não oficiais (toponímia paralela/informal), que até à actualidade coexistem com os nomes geográficos oficiais na Cidade de Maputo. Trata-se de uma reflexão conduzida com recurso à pesquisa bibliográfica e documental, movida pelo questionamento que se coloca em torno das razões por detrás da permanência da toponímia paralela na Cidade de Maputo e pelo país todo, havendo nomes geográficos oficiais que designam os mesmos lugares. Debruça-se sobre a origem e significado histórico e social dos topónimos Bairro <em>Xinyembanini</em> e Bairro Magude, que coexistem respectivamente com os topónimos Bairro Luís Cabral e Bairro da Urbanização, na Cidade de Maputo. Argumenta que a permanência dos primeiros deve-se ao facto de, a toponímia paralela ou informal surgir muitas vezes de forma espontânea, reflectindo as vivências, experiências, memórias e identidades das comunidades que os usam, o que facilita a sua interiorização, aceitação e perpetuação. Aponta um catalisador social do fenómeno, que é a fobia que os <em>Rhonga</em> e os grupos mais privilegiados da população não colona residente nos bairros circunvizinhos tinham contra pessoas de grupos etnolinguísticos oriundos de outras regiões de Moçambique, que eram vistos como seus concorrentes no acesso aos recursos de sobrevivência na cidade. Conclui que o surgimento e manutenção dos topónimos em estudo são sustentados pela relação: migração e identidades, em que estes funcionaram como elementos de afirmação e exclusão de grupos na disputa pela construção de territorialidades.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1862A influência da toponímia na construção da identidade cultural do Moxico, Angola2024-09-13T16:17:38-03:00Victorino Bernardo Chitumbachitumbavictorino@gmail.com<p>Este estudo investiga a influência da toponímia na construção da identidade cultural no Moxico, Angola. A toponímia, ou estudo dos nomes de lugares, desempenha um papel fundamental na preservação da herança cultural e histórica de uma região. O objetivo desta pesquisa é explorar como os nomes de lugares no Moxico refletem a diversidade étnica e cultural da área, bem como seu impacto na coesão social e na transmissão de tradições locais. Utilizando uma abordagem interdisciplinar que combina análise linguística, antropológica e histórica, o estudo analisa uma ampla gama de topônimos moxicanos, desde nomes de rios e montanhas até aldeias e lugares históricos. Os métodos incluem coleta de dados de fontes históricas, entrevistas etnográficas com membros da comunidade local e análise detalhada dos significados semânticos dos nomes de lugares. Os principais resultados revelam que os topônimos do Moxico não são apenas identificadores geográficos, mas também veículos de memória cultural e identidade coletiva. Conclui-se que a preservação e o estudo contínuo da toponímia são essenciais para valorizar e proteger a diversidade cultural do Moxico, fortalecendo o sentimento de identidade entre os habitantes locais.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1863Breves considerações sobre o estudo da onomástica em Angola: perspectivas e desafios da toponímia2024-09-13T17:14:41-03:00Dinis Fernando da Costadinis.costa@uninbe.aoHilton Fortuna Danielhiltondaniel2014@gmail.com<p>Esta comunicação pretende apresentar, com base numa discussão teórica, epistemológica e empírica, uma abordagem sobre a ciência da onomástica, nomeadamente a partir da visão toponímica e antroponímica, tendo em conta os resultados das pesquisas levadas a cabo num <em>corpus</em> de 1975 a 2022, em diversas regiões do Angola. Em evidência está um projeto liderado pelos pesquisadores Dinis da Costa e Hilton Daniel, desde 2020, denominado “<em>Toponomastic Project</em>”, que considera crucial um levantamento exaustivo e tratameto teórico, medolológico, sobre os nomes, quer sejam de matriz africana, quer os de matriz ocidental, trazidos com a colonização. Os nossos estudos têm-se centrado ainda nos domínios da antroponímia e toponímia, ou seja, nomes de entidades, espaços públicos, instituições, bairros, ruas, monumentos e sua relação com os determinados contextos dos povos que os utilizam, sempre tendo em vista fatores como cultura, língua, influências da globalização, motivações e o caráter de oficialidade. A presente comunicação assenta-se em dois estudos dos autores, sendo o primeiro “Motivações toponímicas: O ato de nomear bairros populares nas periferias em Angola”, publicado em 2022, cujo objetivo é investigar a natureza e a motivação do ato de atribuir nomes não oficiais a bairros desenvolvidos em zonas periféricas no período pós-independência, de 1976 a 2016, e o segundo dos quais “Are we still an overseas province of Portugal? Commemorative toponyms and the colonial presence in the city centre of Kuito, Angola”, publicado em 2023, cujo objetivo é levar a debate e compreender as razões pelas quais os topónimos da cidade do Kuito (aportuguesadamente Cuíto) prevalecem com referências a herança colonial que foram, alguns destes, banidos até em Portugal e algozes no contexto de colonização. Os estudos propostos apresentam sempre uma pesquisa quantitativa com suporte no método empírico, entrevistas, cujos resultados são sistematizados e merecem tratamento baseado na amostra representativa e estratificada. Os dados demonstram que o campo da onomástica prevalece, em Angola, num domínio de subdocumentação, carecendo de muito mais estudos nessa área para melhor relação entre a academia e a sociedade. </p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1864Corrupção lexicossemântica dos antropónimos ovimbundu: combatendo a não materialização dos direitos linguísticos/humanos2024-09-13T18:16:12-03:00Victor Sambonga Marianosambongo90@gmail.com<p>O presente texto, voltado à temática epigrafada, procurou trazer à tona o problema da adulteração a nível da estrutura graficofonética e da significação de 30 nomes oriundos de uma língua angolana de origem africana (o umbundu). Sendo que estão subjacentes implicações culturais, sociais, históricas, de crenças, esse estudo procurou perceber os actores e as instituições responsáveis pelo problema, bem como o caminho a trilhar para a reposição da normalidade. Além da pesquisa bibliográfica, meio que favorece a recolha e o registo de dados que servem de guia de determinada investigação, a parte metodológica contou com a recolha e a análise documental: verificação de listas nominais de estudantes e, consequentemente, processos individuais arquivados na Instituição de ensino, contendo cópias de bilhetes de identidade / assentos de nascimento. Recorreu-se também à consulta de livros de registos de uma conservatória para ampliar o <em>corpus</em>. Os resultados indicaram que a adulteração em questão, caracterizada ou pela supressão ou a adição ou ainda a permuta de morfemas/fonemas nos mesmos vocábulos, é gerada nas instituições estatais de registo civil, mais precisamente, pelos funcionários das mesmas que mostram crescente despreocupação com a quebra que se cria nesses nomes e, quando culpabilidades, transferem a responsabilidade da resolução às instituições estatais hierarquicamente superiores: Serviços Notariais Centrais e/ou Assembleia Nacional. Concluiu-se que (re)elaborar políticas linguísticas e de gestão das instituições, além de o próprio Estado fiscalizar a aplicação das mesmas, a começar pela valorização dos antropónimos, é uma tarefa nacional urgente.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1865A motivação toponímica tupi de Vigia de Nazaré (PA)2024-09-13T19:11:04-03:00Laís de Nazaré dos Santoslaisletras@hotmail.comCarmen Lúcia Reis Rodriguescarmenrodrigues89@yahoo.com<p>O Município de Vigia de Nazaré está localizado no Nordeste Paraense, na microrregião do Salgado. Essa cidade foi fundada no dia 6 de janeiro de 1616, por colonizadores portugueses, onde foi erguido um posto de fiscalização, que motivou o nome Vigia, dado após este período. Antes disso, no local, havia uma aldeia indígena Tupinambá, denominada Uruytá. Apesar da mudança no nome da localidade, as influências da língua e cultura indígena permaneceram. Durante a pesquisa realizada em Vigia de Nazaré, identificou-se um corpus significativo de topônimos de origem tupí, considerando-se o total de topônimos elencados na fase de coleta da pesquisa. Assim, neste trabalho, propõe-se apresentar as motivações da toponímia tupí de Vigia de Nazaré (PA). Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental e de campo e as análises se deram a partir dos pressupostos teóricos de Dick (1990a; 1990b), cujos resultados apontaram a predominância de taxes de natureza física (fitopônimo, litotopônimo, zootopônimo e hidrotopônimo).</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1866O kikongo e a cultura do povo bakongo: a cultulinguística nos nomes próprios2024-09-13T19:42:11-03:00Kialunda Sozinho Kialandakialundasozinho02@gmail.com<p>Essa pesquisa almeja analisar o significado dos nomes no povo bakongo e a relação destes com suas tradições. Usando o método bibliográfico e analisando um corpus selecionado da cultura bakongo, pudemos perceber como os nomes carregam a identidade dos membros da comunidade. Da pesquisa se conclui que existem dois tipos de nomes: o oficial e o tradicional. Em kikongo o primeiro nome, dado por ocasião do nascimento, é escolhido de acordo com as circunstâncias ou com o momento em que se nasce. O nome tradicional é utilizado na evocação dos antepassados. Aliás, em alguns grupos sociais são os antepassados que atribuem nomes aos vivos; o contato entre os vivos e os mortos é feito por meio de adivinhadores, curandeiros ou profetas (pela mediunidade). Dentro da etnia, o indivíduo é reconhecido pelas autoridades sobrenaturais por meio do nome tradicional que, por vezes, é mantido em segredo entre os anciãos e membros mais influentes do grupo. O segundo nome muitas vezes homenageia alguém importante, como um benfeitor, padrinho, padre, pastor ou é o nome de um avô, avó ou parente do pai. Alguns desses nomes, que indicam a ordem dos iniciados numa classe de idade, continuam a existir (como Mbala, Kiala, Lukoki). Esses dados mostram que os nomes de montanhas se ligam aos significados atribuídos pelo povo. Em muitos momentos não existe uma tradução literal, pois os nomes carregam uma identidade cultural inexistente na cultura europeia de onde o português se originou. o nome da criança recém-nascida pode ser atribuído ao lugar aonde o pai se encontrava em tal ocasião, ou onde o nascimento ocorreu. Os nomes de regiões ou povos são tirados de nomes de feitiços célebres, das condições topográficas, etc. Isso significa que o meio ambiente é relevante para a atribuição do nome.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1867O léxico toponímico de Bissau e a sua relação com a história oficial do país2024-09-13T20:32:59-03:00Baticã Braima Ença Manémanebatica@gmail.com<p>Esta comunicação visa apresentar o artigo intitulado Uma descrição inicial dos topônimos do Setor Autônomo de Bissau (2023), publicado na revista Linha D´água, sob a minha autoria e a da profa. Amanda Balduino (professora ligada a Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade de Campinas – UNICAMP). A ideia é fazer uma apresentação geral, mas com o foco na reflexão acerca dos designativos de lugares que relembram a história do país, seus personagens e datas – os chamados historiotopônimos (DICK, 1975; 1980; 2007) – inscritos na paisagem urbana do Setor Autônomo de Bissau (SAB), Guiné-Bissau, sob prisma dos estudos onomásticos. O objetivo é examiná-los criticamente, buscando compreender como a nova classe política pós-independência utilizou o espaço urbano com vista a construção e perpetuação duma narrativa histórica nacional através de processos denominativos de lugares. Para tanto, a comunicação adotará a Toponímia Crítica (BERG, 2009; ROSE-REDWOOD; ALDERMAN, 2011; LIGHT; YOUNG, 2014) e “mecanismos” (STEWART, 1975) como bases teórico-metodológicos. Os principais resultados serão apresentados e discutidos, bem como as limitações teóricas e metodológicas do texto original. Ademais, possíveis caminhos e desdobramentos serão apontados.</p> <p> </p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1868Nomes de pessoas no Brasil: descrições e análises contemporâneas2024-09-13T21:32:01-03:00Eduardo Tadeu Roque Amaraleduamaralbh@gmail.comMárcia Sipavicius SeideMarcia.Seide@unioeste.br<p>Com base em Amaral e Seide (2020) e em outros estudos que analisam criticamente a produção onomástica brasileira, discutimos, neste trabalho, como o conhecimento dos processos de formação e uso dos nomes de pessoas contribui para a compreensão de alguns aspectos da realidade social do país. Para alcançar esse objetivo, traçamos um panorama das descrições e das análises de nomes próprios de pessoas no Brasil, conhecidos como <em>antropônimos</em>. A partir de um levantamento historiográfico das pesquisas que vêm se dedicando a essa categoria de nomes, apresentamos resultados recentes sobre a antroponímia brasileira expressa em língua portuguesa, considerando seus aspectos linguísticos e socioculturais. Tais estudos revelam uma realidade diversificada, que se justifica não somente por razões linguísticas, mas por situações e contextos socioculturais distintos que conformam o quadro antroponomástico brasileiro, no qual se incluem vários tipos de nomes próprios. Assim, expomos as principais características de antropônimos do Brasil, que incluem aqueles que fazem parte do registro civil, prenome, sobrenome e agnome, bem como aqueles que não estão registrados em cartório, a exemplo do nome social, nome de urna e nome parlamentar. Além disso, evidenciamos as limitações das pesquisas apresentadas e a necessidade de investigações sobre o comportamento dos antropônimos em outras comunidades lusófonas, bem como em outros idiomas presentes no país, como é o caso, por exemplo, das línguas autóctonas e da Libras.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1869Aproximações entre a Antroponímia e a Análise do Discurso para análise de textos humorísticos2024-09-13T22:30:59-03:00Shara Lylian de Castro Lopessharalylian@hotmail.com<p>Na mesa-redonda, proponho revisitar uma parte de minha tese de doutorado em que analisei o funcionamento dos nomes próprios nordestinos como elementos de humor em textos virtuais. O <em>corpus </em>de análise foram duas postagens de perfis de humor nordestinos da rede social <em>instagram:</em> Suricate Seboso e Bode Gaiato. O processo analítico considerou premissas teóricas da Análise do Discurso e levou em conta conceitos como memória discursiva, como em Courtine (1999, 2014), Robin (2016) e Paveau (2005) e <em>ethos </em>discursivo, como em Maingueneau (2008a, 2018, 2020). Essas noções estão diretamente ligadas à Onomástica antroponímica no que tange aos fatos históricos e sociais relacionados à língua e por isso também foi considerado o trabalho de Leite de Vasconcelos (1928) como organizado em Carvalhinhos (2007). Mobilizei nas análises as descrições feitas em Carvalhinhos (2007) sobre os nomes para perceber como ocorre o processo de deslisamento e opacização quando postos em análises de textos em que os nomes se encontram. Nos textos em que me debrucei, especificamente, os nomes são analisados para compreender sua importância na construção discursiva desse humor que se baseia sobretudo numa representação estereotipada das peculiaridades das práticas antroponímicas no Nordeste brasileiro. As conclusões apontaram para um funcionamento dos nomes nordestinos apresentados nesse tipo de discurso como elementos de humor ligados a memórias diversas, que apresentam deslizamento dos processos de nomeação, por exemplo por atualização dos patronímicos.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1870Antroponímia e religião: uma análise da atribuição dos nomes dos escravizados do Vale do Jaguaribe no século XXVIII2024-09-13T23:07:53-03:00Fernanda Kécia de Almeidafernanda.kecia@uece.br<p>O presente trabalho tem por objetivo mostrar a imposição cultural religiosa exercida sobre os escravizados negros que habitavam o Vale do Jaguaribe, no Ceará, no século XVIII, mais especificamente no que se refere a atribuição dos nomes. Uma vez que a Antroponímia se ocupa do estudo dos nomes das pessoas, utilizamos como base teórica, os preceitos de Amaral e Seide (2020), Castro et al (2027) e DICK (1990) para entendermos as relações entre Antroponímia e as influências socioculturais, sendo a cultura a grande influenciadora do léxico antroponímico do referido recorte temporal e geográfico. Para realização da presente análise utilizamos como corpus o livro 1 de Batismos da Paróquia de Russas, iniciado em 27/05/1730 e encerrado em 15/05/1761, no qual constam as primeiras certidões de batismo do Vale do Jaguaribe - CE. A igreja católica registrava em seus rituais todos os nascidos na referida época, e, por força cultural, atribuía em todos os casos de batismos de escravizados os nomes próprios dos personagens católicos. Das 279 certidões de batismos de escravizados existentes no livro 1 de batismo, todas remetem aos personagens católicos. São frequentes os nomes de Maria, José, João, Pedro, Isabel, dentre outros. A imposição religiosa da igreja católica, além de demarcar a cultura católica, provocou um apagamento dos nomes originais dos escravizados que foram traficados da África até o Ceará.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1871Onomástica antropológica: o ato de nomear a partir de uma perspectiva intercultural2024-09-13T23:39:18-03:00Lorenza Lourenço Carvalholorenzacarvalho@outlook.comEvandro L. T. Paradela Cunhaevandroparadela@gmail.com<p>Uma parte importante do léxico de uma língua é composta por nomes próprios, que, por existirem em todas as línguas e culturas, são um universal linguístico e humano. Enquanto para os nomes comuns que compõem o léxico existe, de maneira geral, uma relação de arbitrariedade entre o nome em si (o significante) e o referente (o significado), para os nomes próprios o que prevalece é a motivação linguística. No entanto, apesar de sua universalidade, o ato de nomear não se dá da mesma forma em todos os tempos e lugares. Diferentes povos e culturas estabeleceram práticas e costumes diversos no que diz respeito à atribuição de nomes próprios e, por esse motivo, os estudos onomásticos – isto é, os estudos que se dedicam aos nomes próprios – devem possuir, também, um componente antropológico. O interesse mais específico da onomástica antropológica está na forma em que a estrutura social e as relações interpessoais se correlacionam com os costumes e as práticas de nomeação em determinada sociedade. Pretende-se, assim, demonstrar que a presença de uma perspectiva antropológica em estudos onomásticos contribui para a compreensão de que, independentemente do significado dos nomes adotados, os sistemas de nomenclatura e as formas como se dão os processos de nomeação exercem uma importante função social – tornando possível, assim, relacionar o ato de nomear à rede de relações estabelecidas entre os indivíduos dos grupos estudados.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1872A etnotoponímia dos nomes dos distritos das províncias de Gaza e Maputo: uma análise da identidade ecolinguística2024-09-14T00:23:47-03:00Alexandre António Timbanealexandre.timbane@unilab.edu.br<p> Interessa-nos nesta pesquisa analisar como o nome e a natureza – incluindo a cultura obviamente – entrelaçam-se dando significados e efeitos únicos em cada comunidade linguística. Na cultura europeia, as pessoas que se encontram pela primeira vez cumprimentam-se falando cada um (a) o seu nome. Mas há outras culturas – como é dos povos tsonga – em que o nome é o elemento mais importante a ser preservado e que não pode ser conhecido por pessoas que não são próximas. A atribuição do nome não é aleatória nas tradições bantu e está ligada ao ambiente, à cultura e aos contextos ambientais em que a “comunidade de fala”. Pesquisa analisou a formação dos nomes desses lugares que após a independência ascenderam para qualidade de distritos. As análises mostram que há nomes de distritos provenientes de línguas de países vizinhos. É o caso de Limpopo e Manjacaze que provém da língua isizulu – língua oficial da África do Sul – e Namaacha ou Lomaacha vindo da língua isiswati, língua oficial do Reino da Suazilândia.No nome sempre se inclui aspectos da cultura. Os nomes de lugares carregam traços dos heróis da região, das plantas da região e outras memórias coletivas do povo. Nas tradições dos povos bantu, os nomes próprios ou de uma região são atribuídos em concordância com os antepassados. Não é por acaso que consultam aos curandeiros qual o nome a atribuir. Existe cerimônia própria para atribuição do nome próprio e o nome de uma região. Os nomes tradicionais dos lugares sofreram transformações ou adaptações gráfico-fonéticas, mas não deixam de ser lembrete da presença das tradições africanas naquele lugar. Alguns nomes de lugares são tabus pela sua importância para os cultos e tradições. Esses lugares carregam histórias e por vezes se tornam santuários do culto aos antepassados.</p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1873Toponímia do Estado de Mato Grosso do Sul: estudos já realizados e perspectivas2024-09-14T01:00:00-03:00Marilze Tavaresmarilzetavares@ufgd.edu.br<p>A Toponímia, estudo dos nomes geográficos, é considerada umas das divisões principais da Onomástica, que, por sua vez, se define como o campo da Linguística responsável pelo estudo dos nomes próprios em geral. Especialmente nas duas últimas décadas, os estudos toponímicos no Brasil estão em franco crescimento, e determinados estados têm se destacado no que se refere à quantidade de trabalhos acadêmicos concluídos e publicados, como é o caso de Mato Grosso do Sul. Partindo desse contexto, o objetivo da comunicação será apresentar um relato a respeito das pesquisas já realizadas sobre a toponímia sul-mato-grossense, demonstrando, por exemplo, que já existem estudos referentes à toponímia da área rural (incluindo nomes de rios, córregos, morros, serras...) de todos os municípios do estado. Além disso, os topônimos coletados para essas pesquisas encontram-se catalogados em um Banco de Dados, que no momento, possui, aproximadamente, 19 mil topônimos. Registra-se que o acesso a esse Banco de Dados é restrito aos pesquisadores vinculados a projetos que visam o estudo da toponímia do estado. A exposição tem também o objetivo de apresentar, como forma de exemplificação, resultados obtidos por meio da análise da toponímia da região sul de Mato Grosso do Sul, que se caracteriza pela significativa presença de comunidades indígenas e pelo fato de ter municípios que fazem fronteira com o Paraguai. Para encerrar, serão apresentadas as principais perspectivas relacionadas aos estudos que ainda precisam ser realizados, como aqueles referentes à toponímia das áreas urbanas dos municípios e ao tratamento lexicográfico dos topônimos já catalogados. </p>2024-09-15T00:00:00-03:00Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras (ISSN: 2764-1244)