Negras cenas a ressonância ancestral na cena e no encenado

Black scenes: ancestral resonance in the scene and stage

Auteurs

  • Carlindo Fausto Antônio Universidade de Integracao Internacional da Lusofonia AfroBrasileira

Résumé

O artigo fixa as bases teóricas e práticas, a partir do sistema cultural negro-africano e diaspórico, para construção de um método de formação de atriz. O método não se define e funciona tão-somente a partir de meros exercícios.   A formulação exige método ancestral e, por igual importância, o uso do sistema cultural negro-africano e diaspórico como categoria filosófica; o referido sistema é objeto da filosofia da ancestralidade como filosofia africana. Conjugada com a milenar, sofisticada e complexa malha ontológica, o sistema ancestral é modo de produção cultural e, sobretudo, da existência. Na filosofia e no modo de produção assim concebidos, a ancestralidade e Exu não antropomorfizados possibilitam o ingresso na cultura negra de ressonância. Na cena  e no encenado, como fio ou elo relacional, a ressonância ancestral se atualiza em conformidade sinérgica com a inseparabilidade da atriz do espaço, do cenário e dos objetos. Os cinco pontos seguintes são sintetizadores, na cena e no encenado, da cultura negra de ressonância. O primeiro ponto enfatiza que o espaço ressonante é parte ou extensão da atriz; eles são inseparáveis. No segundo, há a produção da imagem e da ação; a imaginação, que desfaz a fantasia ou a projeção. No terceiro, a ênfase recai na intuição e na inspiração, que são os motores para a ação da atriz. No quarto, a oralidade, via monólogo interior/anterior, é a correia de elos para ativar a Intuição e a inspiração.  No quinto, na encruzilhada ou cena, a ação e a (re) ação constituem o corpo, os objetos, a voz, o gesto e tudo que viabiliza a criação e existência, como objeto estético, da personagem. 

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Carlindo Fausto Antônio, Universidade de Integracao Internacional da Lusofonia AfroBrasileira

É atualmente professor efetivo da UNILAB, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - São Francisco do Conde - Bahia. Foi professor efetivo, adjunto, da UFAM, Universidade Federal do Amazonas de 2009 a 2013. Atuou no Departamento de Artes Visuais (lotação no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia de Parintins).Possui graduação em Português e Literatura de Expressão em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1993) e em Pedagogia pela UNINOVE(2010), mestrado em Ciências Sociais Aplicadas à Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e doutorado em Teoria Literária e História da Literatura pela Universidade Estadual de Campinas (2005). É escritor e autor, entre outros, dos livros (prosa) Exumos, Vaníssima Senhora, Descalvado e Vinte Anos de Prosa; (poesia) Fala de Pedra e Pedra, Linhagem de Pedra , Outra Pessoa, Elegia de Descalvado e Vinte Anos de Poesia; (teatro) De que valem os portões, Arthur Bispo do Rosário, o Rei, Rutília e Estamira e Patuá de Palavras; (Infantil) No Reino da Carapinha, publica anualmente na coetânea Cadernos Negros. 

Références

ANTONIO, Carlindo Fausto. Arthur Bispo do Rosário, o Rei e outras peças de Teatro negro-brasileiro. São Paulo: Editora Ciclo Contínuo, 2020.

______. A escrita e a recepção de si: abismo olhando abismo. Revista Limiar Pós-Graduação da PUCC, Campinas-SP, vol. 2 p. 141-152, 2019a.

______. Patuá de palavras, o (in)verso negro, poesia visual. Londrina: Galileu Edições, 2019b.

______. Arthur Bispo do Rosário, o Rei, teatro. Londrina: Galileu Edições, 2019c.

______. A cultura negro-africana como chave hermenêutica e conceito para a distinção entre cultura negro-africana de projeção e de ressonância no meu teatro. In: SILVA, Geranilde Costa (Org.). Ensino, pesquisa e extensão na UNILAB: caminhos e perspectiva. Fortaleza: Expressão Gráfica, v. 2, p. 107 – 120, 2017a.

______. Negras práticas pedagógicas e epistêmicas: A centralidade da autoexpressão negra nas artes cênicas. Revista de Humanidades e Letras. Vol. 3, Nº. 1, p. 1-21, 2017b.

______. Arthur Bispo do Rosário, o rei! Revista Repertório, Salvador, ano 20, n. 29, p.209-234, 2017c.

_____. Vinte Anos de Prosa. Campinas: Arte Literária, 2006.

COELHO, Nelly Novaes. Prefácio. In: ANTONIO, Carlindo Fausto.(Org.). Vinte Anos de Prosa. Campinas: Arte Literária, p.1-10, 2006.

_____. Escritores Brasileiros do Século XX: Um Testamento Crítico. Taubaté: Letra Selvagem, 2013.

MARTINS, Leda Maria. A Cena em Sombras. São Paulo: Editora Perspectiva. 1995.

NASCIMENTO, Abdias do. Sortilégio. In: NASCIMENTO, Abdias do et al. (Org.). Dramas para Negros e prólogos para Brancos. São Paulo: Edição do Teatro Experimental do Negro, p.9-25,1961.

SANTOS, Juana Elbein dos. Os Nagô e a Morte. 5. Ed., Petrópolis: Vozes, 1998.

______. Exu, um princípio dinâmico. Entrevista concedida a Marcos Dias. Jornal A Tarde, Salvador, em 05 de Novembro de 2014. Vide: Acesso em: ttps://atarde.uol.com.br/cultura/literatura/noticias/1636803-exu-um-principio-dinamico

SANTOS, Milton. O espaço geográfico como categoria filosófica. Terra Livre, São Paulo, vol. 1, n. 5, p. 9-20. 1988.

SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad Ltda, 2015.

_______. O terreiro e a cidade: a forma social negro-brasileira. Petrópolis, Vozes 1988.

Fonte Oral: Mestre Pastinha. In:Acesso em: Acessttps://www.youtube.com/watch?v=dBRgPTD4fMw&feature=youtu.be

Téléchargements

Publiée

02-01-2023

Comment citer

Antônio, C. F. (2023). Negras cenas a ressonância ancestral na cena e no encenado : Black scenes: ancestral resonance in the scene and stage. NJINGA&SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras, 3(1), 28–50. onsulté à l’adresse https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1112

Articles les plus lus par le même auteur ou la même autrice