Ideopatuagramas: Palavras esculpidas e carimbos imagéticos

Autores

  • Carlindo Fausto Antônio Universidade de Integracao Internacional da Lusofonia AfroBrasileira

Resumo

A África, entendida e historicizada a partir dos países e lugares, é o ponto de partida e o território brasileiro; quadro de vida de milhões de negros e negras de origem africana, é o ponto de encruzilhamento dos patuás, dos patuás de palavras e dos ideopatuagramas. Fontes milenares e referências indispensáveis, no que toca à conceituação dos ideogramas, são os hieroglifos egípcios, cujas palavras são esculpidas e, por igual importância, o são também as produções dos povos Akan, no mosaico imagético adinkra (NASCIMENTO, 2009). Aqui me atenho apenas às heranças negras e africanas para delimitar uma relação de continuidade e/ou de descontinuidade, que será central na conceituação dos patuás de palavras. É por força dessa herança, carimbo imagético e filosófico, que exaltamos o povo Akam, que vive e transita, nos dias atuais, pelos territórios de Gana e Costa do Marfim. As habilidades no processo da tecelagem é uma marca Akan. Os tecidos Adinkra, pano africano impresso, é portador de signos e veículo de uma língua ou linguagem de sinais, imagens e filosofias carimbadas. O tecido Adinkra, mais do que um recurso decorativo, é uma língua imagética, viva, vivida pela realidade local e revivida pelos espaços transitados pelos povos ancestralmente vinculados à herança negra-africana. É desse emaranhado que surgem os patuás de palavras e, deles; como tessitura e ressonância, os ideopatuagramas. 

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Biografia do Autor

Carlindo Fausto Antônio, Universidade de Integracao Internacional da Lusofonia AfroBrasileira

É atualmente professor efetivo da UNILAB, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - São Francisco do Conde - Bahia. Foi professor efetivo, adjunto, da UFAM, Universidade Federal do Amazonas de 2009 a 2013. Atuou no Departamento de Artes Visuais (lotação no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia de Parintins).Possui graduação em Português e Literatura de Expressão em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1993) e em Pedagogia pela UNINOVE(2010), mestrado em Ciências Sociais Aplicadas à Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e doutorado em Teoria Literária e História da Literatura pela Universidade Estadual de Campinas (2005). É escritor e autor, entre outros, dos livros (prosa) Exumos, Vaníssima Senhora, Descalvado e Vinte Anos de Prosa; (poesia) Fala de Pedra e Pedra, Linhagem de Pedra , Outra Pessoa, Elegia de Descalvado e Vinte Anos de Poesia; (teatro) De que valem os portões, Arthur Bispo do Rosário, o Rei, Rutília e Estamira e Patuá de Palavras; (Infantil) No Reino da Carapinha, publica anualmente na coetânea Cadernos Negros. Sobre a obra do autor consulte :http://www.letras.ufmg.br/literafro/frame.htm esite: www.quilombhoje.com.br

Referências

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NASCIMENTO, Elisa Larkin & GÁ. Luiz Carlos. Adinkra. Sabedoria em símbolos africanos. Rio de Janeiro: Pallas/IPEAFRO, 2009.

Publicado

03-06-2023

Como Citar

Antônio, C. F. (2023). Ideopatuagramas: Palavras esculpidas e carimbos imagéticos. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 2(2), 322–365. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1061

Edição

Seção

Seção IV - Relatos de Experiências, Fotos, Receitas, Tradições e ritos

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