A morfologia derivativa dos arabismos da botânica no português europeu

La morphologie dérivée des arabismes de botanique en portugais européen

Autores

  • Nadia Tadlaoui FLUL Universidade Lisboa – FLSH/ Universidade MV Rabat - Marrocos

Palavras-chave:

Arabismos da Botânica, Língua Portuguesa, Morfologia derivativa

Resumo

A origem do trabalho é uma parte da minha Tese doutoral (2018), intitulada: Os arabismos da Botânica na Língua Portuguesa: abordagem linguísticaO contato estabelecido entre as populações árabes e portuguesas através das viagens, do comércio, da estada dos árabes em Portugal, deixou vários vestígios. Em consequência deste contacto, a Língua Portuguesa integrou no seu léxico vários arabismos. Esses vocábulos de origem árabe foram adaptados ao sistema linguístico português. O objetivo neste trabalho é de falar da morfologia derivativa dos arabismos da botânica em português europeu, como fenômeno de contato das línguas capazes de medir o grau de integração das palavras de um domínio específico, como a designação das plantas, num sistema que representa o português contemporâneo em uso dentro da Peninsula Ibérica. A metodologia seguida: 1. Al Andalus : a botânica na época d’Al-Andalus; 2. O corpus dos arabismos de botânica na Língua Portuguesa; 3. A morfologia derivativa dos arabismos da botânica em português europeu. Conclusão: as bases terminológicas da botânica de origem árabe permitem de criar outros derivados até 11 derivados e 40 palavras compostas duma só palavra emprestada, (exp : Laranja, Jasmim, etc.), isto significa que estão consideradas como palavras proprias ao sistema receptor. Esta investigação constitui uma etapa para pensar na realização de um Dicionário de arabismos da Botânica na Língua portuguesa. Este género de trabalho seria de uma enorme importância para o domínio académico, para o ensino e a aprendizagem, para linguistas, para especialistas de Botânica, e para o público em geral.

***

L'origine du travail est une partie de ma thèse de doctorat (2018), intitulée: «Les emprunts lexicaux d’origine arabe dans la botanique portugaise: approche linguistique». Le contact établit entre les populations arabes et portugaises par les voyages, le commerce et le séjour des arabes au Portugal a laissé plusieurs traces. À la suite de ce contact, la langue portugaise a incorporé dans son lexique plusieurs mots arabes. Ces mots d'origine arabe ont été adaptés au système linguistique portugais. L'objectif de ce travail est de parler de la morphologie dérivée des arabismes de la botanique en portugais européen, comme un phénomène de contact entre les langues, qui est capable de mesurer le degré d'intégration des mots dans un domaine spécifique, comme la désignation des plantes dans un système qui représente le portugais contemporain utilisé dans la Péninsule Ibérique. La méthodologie suivie: 1. Al Andalus: la botanique au temps d'Al-Andalus; 2. Le corpus des arabismes de botanique en langue portugaise; 3. La morphologie dérivée des arabismes de botanique en portugais européen. Conclusion: les bases terminologiques de la botanique d'origine arabe permettent la création d'autres dérivés, jusqu'à 11 dérivés et 40 mots composés d'un seul mot emprunté (ex : Laranja, Jasmin, etc.), cela signifie qu'ils sont considérés comme des mots propres pour le système récepteur. Cette recherche constitue une étape vers la réflexion sur la création d'un Dictionnaire des arabismes de la botanique en langue portugaise. Ce genre de travail serait d'une importance énorme pour le domaine académique, pour l'enseignement et l'apprentissage, pour les linguistes, pour les botanistes et pour le grand public.

***

لِلْكَلِمَات العَرَبِيَة الدّخِيلَة عَلَى اللُّغَة البُرْتُغَالِيَة فِي مُصْطَلَح عِلْم النَّبَات. إِنَّ التَّوَاصُلَ الذِي حَصَلَ بَيْنَ العَرَبِ وَ البُرتغَال عَبْرَ الرَّحَلاَت وَ التِّجَارَة وَ اسْتِقْرَار العَرَب فِي البُرْتُغَال خَلَّفَ العَدِيد مِنَ الآثار.و لِهَذَا اِحْتَضَنَتْ اللُّغَة البُرْتُغَالِيَة العَدِيد مِنَ الكَلِمَات مِنْ أَصْلٍ عَرَبِي فِي قاموسها وَ مِنْ بَيْنِهَا المُصْطَلَحَات المُتَعَلِّقَة بِالنَّبَات. الهَدَفُ مِنْ هَذَا العَمَل هُوَ التَّحَدُّثْ عَنِ المُورْفُولُوجِيَا المُشْتَقَّة مِنَ الْكَلِمَاتْ العَرَبِيَة الدّخِيلَة عَلَى اللُّغَة البُرْتُغَالِيَة فِي مُصْطَلَح عِلْم النَّبَاتْ، كَظَاهِرَة اِتِّصَال بَيْنَ اللُّغَاتْ قَادِرَة عَلَى قِيَاسِ دَرَجَة تَكَامُل الكَلِمَات فِي مَجَالٍ مُعَيَّن، مِثْلَ تَسْمِيَة النَّبَاتَاتْ فِي مَا يُمَثِّلُ النِّظَام اللُّغَوِي البُرْتُغَالِي المُعَاصِر المُسْتَخْدَمْ  دَاخَلَ شِبْه الجَزِيرَة الإِيبِيرِيَة.  المَنْهَجِيَة المُتَّبَعَة: 1. الأَنْدَلُسْ: عِلْمُ النَّبَات فِي زَمَنِ الأَنْدَلُسْ. 2. الْكَلِمَاتْ العَرَبِيَة الدّخِيلَة عَلَى اللُّغَة البُرْتُغَالِيَة فِي مُصْطَلَح عِلْم النَّبَاتْ. 3. المُورْفُولُوجِيَا المُشْتَقَّة مِنَ الْكَلِمَاتْ العَرَبِيَة الدّخِيلَة عَلَى اللُّغَة البُرْتُغَالِيَة فِي مُصْطَلَح عِلْم النَّبَاتْ. الخُلاَصَة: إِنَّ القَوَاعِد اللُّغَوِيَة المُتَعَلِّقَة بِالمُصْطَلَحَات العَرَبِيَة الدّخِيلَة عَلَى اللُّغَة البُرْتُغَالِيَة فِي عِلْم النَّبَاتْ، تُمَكِّنُ مِنْ إِنْشَاء مُشْتَقَّات أُخْرَى، تَصِل فِي بَعْض الأَحْيَان إِلَى 11 كَلِمَة مُشْتَقَّة، وَ 40 كَلِمَة مُرَكَّبَة، هَذِه المُشْتَقَّات  لَهَا عَلاَقَة بِنَفْس الكَلِمَة  المَصْدَر المُسْتَعَارَة، (عَلَى سَبِيل المِثَال:النَرَنْج ،  يَاسَمِين، إلخ)، وَهَذَا يَعْنِي  أَنَّ الأَلْفَاظ المُكَوِّنَة مُبَاشَرَة مِنَ الأصْل الدَّخِيل، تَنْتَمِي للِـنِّظَام اللُّغَوِي المُتَعَلِّق بِاللُّغَة الهَدَفْ. يُشَكِّلُ هَذَا البَحْث خُطْوَة  نَحْوَ التَّفْكِير فِي إِنْشَاء مُعْجَم عَرَبِي للِنَّبَاتَات بِاللُّغَة البُرْتُغَالِيَة. سَيَكُون لِهَذَا النَّوْع مِنَ العَمَل أَهَمِيَة كَبِيرَة فِي المَجَال الأَكَادِيمِي، وَلِلتَّعْلِيم، وَلِعُلَمَاء اللُّغَة، وَالمُتَخَصِّصِين فِي عِلْم النَّبَات، وَلِعَامَّة النَّاس. 

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Nadia Tadlaoui, FLUL Universidade Lisboa – FLSH/ Universidade MV Rabat - Marrocos

Doutora em Estudos Ibéricos, especialidade Didática do Português, opção Linguística Portuguesa (FLUL Universidade Lisboa – FLSH Universidade MV Rabat-Marrocos). Teve mestrados em Interação cultural do Andalus com o Mediterrâneo (2013); e em Museologia e Mediação cultural (2019). É licenciada em: Estudos Portugueses(2013), Estudos Hispânicos (2008), Direito Privado Francês (2011), Ciências Políticas (Licenciatura de excelência) (2016). Autora do livro: “Os Arabismos da Botânica na Língua Portuguesa: abordagem lingustica”, ed. IEHL UMV-Rabat 2018, e apresentado no SIEL (Salão Internacional da Edição e do Livro) de Casablanca (2019). Em coautoria (2021): 1. Portuguesismos dos arabismos da botânica na língua bantu (kiyombe), in Rev. Njinga & Sépé V.1, n°1 Brasil; 2. Tradução da poesia “Miserere” de Lídia Jorge para o árabe, in Rev. Njinga & Sépé V.1, n°2 Brasil. 3. Texto poético Palavras Ao Meu Universo, in Os dias da peste, Portugal: PEN clube português, Coord. Teresa Martins Marques e Rosa Maria Fina; 4. Textos poéticos, in Antologia Poética Letras Em Marcha, Portugal: Calçada das Letras, a Antologia Poética foi apresentada na Feria do Livro de Lisboa em setembro de 2021.

Referências

Academia das Ciências de Lisboa, Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, Lisboa: Editorial Verbo, 2001.

Alves, A., Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa, Portugal: INCM, 2013.

Benevides, A. A. Da Fonseca, Dicionário de Glossologia Botânica, Lisboa: Tipografia da Academia Real das Ciências, 1841.

Brill, E.J. Leiden, Encyclopedie de L’Islam, Paris: Editions G-P.Maisonneuve e Larose S.A., 1975.

Coelho, J., Dicionário Global da Língua Portuguesa, Lisboa: Lidel-Edições Técnicas, Lda., 2014.

Corominas, J.; Pascual, J. A., Diccionario Crítico Etimológico Castellano e Hispánico, España, Madrid: Editorial Gredos, S. A., 1987.

Correia, D. P. Dicionário de Português Língua Estrangeira.Lisboa: LEYA, SA-CEM, 2012.

Corriente, F., Nuevo Diccionario Español-Arabe, Madrid: Instituto Hispano-Árabe de Cultura, 1988.

Dicionários Editora. Dicionário da Língua Portuguesa, Portugal: Porto Editora, 2011.

Feijão, R. D’Oliveira, Elucidário Fitológico, Lisboa: Instituto da Botânica, 1961.

Figueiredo, C., Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa: Livraria Editôra Tavares Cardoso & Irmão, 1913.

Machado, J. P. Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, Lisboa: Livros Horizontes, 2003.

Marques, M. Dicionário de Plantas e Animais, Portugal: Edições Sílabo, 2005.

Martín, C. Cabezón, Diccionario de Plantas Medicinales, según la medicina tradicional marroquí, Madrid: Editorial Noesis, 1997.

Alaoui, H. Ḥ, A Agricultura e as técnicas agrícolas no Mundo Islâmico na Idade Média, Casablanca: Fondação o Rei Abdul-Aziz, Editora ¿Okāð̣, 2011.

حَسَن حَافِظِي عَلَوِي، الفِلاَحَة وَ التِّقْنِيَات الفِلاَحِيَة بِالعَالَم الإِسْلاَمِي فِي العَصْر الوَسِيط، الدّار البَيْضَاء: مُؤَسَّسَة الَمَلِك عَبْد العَزِيز، مَنْشُورَات عُكَاظ، 2011

Santos, M. J. de Moura, Importação Lexical e Estruturação Semântica: Os arabismos na Língua portuguesa. Coimbra: Faculdade de Letras de Coimbra, 1980.

TADLAOUI, N. Os arabismos da Botânica na língua portuguesa: abordagem linguística, Rabat: IEHL, Universidade Mohammed V, 2018.

Downloads

Publicado

10-06-2022

Como Citar

Tadlaoui, N. (2022). A morfologia derivativa dos arabismos da botânica no português europeu: La morphologie dérivée des arabismes de botanique en portugais européen. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 2(1), 476–488. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/934

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)