A influência cultural dos povos originários do Namúli: abordagem da sua experiência, ontem, hoje e amanhã no multi-culturalismo na região Norte de Moçambique
Mukhalelo wa atxhu òkhumela oNamuli: wuka metxelo aya, osilo, olelo ni mahiku othene veri wa atxhu a mahimo ohiyanahiyana, a’omokoni wa elapo yoMosambique
Keywords:
Influência Cultural, Povos, Namúli, MulticulturalismoAbstract
Este artigo tem por objetivo analisar a influência cultural do povo do Namúli sob o contexto multicultural do norte de Moçambique; destacar a cultura dos primeiros habitantes dos povos locais do Namúli e as áreas de influência cultural estrangeira na região; avaliar o impacto da globalização nos atuais povos locais do Namúli e a sua influência nas expressões culturais. O problema básico a ser estudado nesta pesquisa, parte do pressuposto de que há uma ligação entre as culturas do norte de Moçambique, sobretudo dos povos Makhuwa e Lomwé onde a sua cultura sofreu uma transformação provocada pela influência estrangeira, fazendo com que a nação perdesse alguns dos seus valores culturais autênticos/genuínos. Quanto à metodologia, a pesquisa é qualitativa do tipo etnográfico, que está associada a uma variedade de técnicas investigativas, tais como: análise documental, entrevistas aos membros da localidade, aos régulos e à rainha da localidade de Mucunha, região onde se encontra o Monte Namúli, que tem conhecimento da história local dos povos do Namúli e observações directas feita através de visitas aos principais locais históricos existentes na serra de Namúli. Quanto aos resultados, o grande desafio que existe entre os povos Makhuwa e Lomwe é a necessidade de fazer uma peregrinação para interação ou diálogo permanente com sagazes, membros da comunidade de montes Namúli para recriar, reformular-se, reposicionar-se trazer de volta os valores perdidos isto é levar as gerações atuais a repensar acerca da perca de identidade dos povos locais advindas da globalização.
***
Mahusiho ala enakwela othonyera osuwanyeya wa nikhuru nokhumela oNamuli veri wa makhuru nari mahimo amanke omokoni wa elapo yoMosambique; n’itho wupuserya merelo a nikhuru nopatxherya omaka onamuli vamoha ni olotxa makhalelo àsuku opatxherya ophiya elapo yele vamoha ni okumanela ni atxhu a elapo yele. Ekinatho ori ohuserya merelo a mutano àtxhu òkhumela oNamuli, ontosa alomwe ni amakhuwa, veri wa okumanela ni atxhu a ilapo ikina sohianahiana arino metxelo’yatho. Wukhuwa wa marepelo yala onapwanyeya wi mwa nthowa wa okumanela wa atxhu oNamuli ni atxhu a’ilapo ikina, merelo ni metxelo aya athatuwa, etxhuwala merelo makina a khalai yaritho ophwanelela. Mwa ohuserya mwahene yola, notxariha makhalelo a walakhana ni otaphulela sorempwa kalai t’atxhu akina, wakoha atxhu a elapo yoNamuli, ntosa wakoha a Mwene awanaMukunya oriwo Mwako Namuli, ni’tho yeyo nonnahu ni mitho ahu. Womaliheryani wa mahusiho yala, wokhumelela wi ni vano ti yaphama wi makhuru yala okhumela oNamuli ontosa alomwe ni amakhuwa, esekurekewo ni yasaseke okumanyerya wiliwili metxelo aphama a khalai ohiyeriwa ti makholo, ehiliayalaka wahusiha anamiravo ikano sothene sa mwako yola.
Downloads
References
Artur, D. do R.; Xavier, E. (2003). Cidade do Gúruè: heranças e continuidades. Maputo: Imprensa Universitária.
Cândido, A. (1999). A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática.
Cipire, F. (1992). A educação tradicional em Moçambique. Maputo: Paulinas Editora.
Ciríaco, M. I. F. (2017). Moçambique: diversidade cultural e linguística. Cadernos de Pós-Graduação em Letras. São Paulo, vol. 17, nº 1, p. 94-108.
Ciscato, E. (2012), Introdução á Cultura da Área Makhuwa Lomwé. Porto: s.e.
Chavi, M. (2006). Cidadania cultural: o direito à cultura. São Paulo: Perseu Abramo.
Cortina, A. (2005). Cidadãos do mundo: para uma teoria da cidadania. Trad. de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola.
Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural (2002). Conferência Mundial sobre as políticas Culturais. Estocolmo.CLT/ Ws/9.
Dunduro, A. et al. (2016), Estudo sobre as percepções e práticas costumeiras de maneio da biodiversidade nas comunidades adjacentes aos Montes Namúli. Maputo: Editora: Khaiya Editores e Serviços.
Faria, G. N. et al. (2017). A construção da nação: Imposição cultural e suicídio. In: II Jornada de Iniciação Científica da FACIG/ III Seminário Científico da FACIG, p.54-67.
Gil, A. C. (2009). Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas.
Martinez, F. L. (2009). O povo Macua e a sua cultura: análise dos valores culturais do povo Macua no ciclo vital. 3.ed. Maputo: Paulinas Editora.
Mignolo, W. D. (2003) Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Trad. de Solange Ribeiro de Oliveira. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
Nunes, R. (1999). Macuas: Filhos da Montanha. Revista Além-Mar. Disponível em: http://www.alem-mar.org/cgi in/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEukAFukyADFMDcdAQ Acesso em 11 ago.2024.
Recama, D. C. (2003). História de Moçambique, de África e Universal. Maputo: Plural Editores.
Ribeiro, D. (2006). O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
Sousa, F. et al., (2005). Dicionário de Relações Internacionais. 2.ed. Porto: Edições Afrontamento, CEPESE.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 NJINGA&SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
Authors maintain copyright and grant the journal the right to first publication, the work being simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License, which allows the sharing of the work with recognition of the authorship of the work and initial publication in this magazine.
Authors are authorized to assume additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (eg, publishing in institutional repository or as a book chapter), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are permitted and encouraged to publish and distribute their work online (eg in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can generate productive changes, as well as increase impact and citation of the published work (See The Effect of Open Access).