Sobre a Revista

O nome da Revista Njinga & sepé (مَجَلَّة نْجِينْغَا & سِيپِي) é uma singela homenagem a Rainha africana Njinga Mbandi* e ao guerreiro indígena brasileiro Sepé Tiarajú** ambos símbolos das lutas de resistência e da afirmação das identidades africanas e brasileiras. Homenagear Njinga Mbandi e Sepé Tiarajú é, sem sombra de dúvidas, uma inspiração para os desafios que esta Revista apresenta perante o mundo, porque o preconceito com relação às línguas faladas pelos povos africanos e povos do Brasil ainda é grande.

A Njinga & Sepé: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas, e Brasileiras é um periódico da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) que visa divulgar pesquisas inéditas de pesquisadores, professores, estudantes de graduação e de pós-graduação que se interessam pelas temáticas das culturas, dos debates sobre políticas linguísticas críticas e pela descrição de línguas timorenses,  africanas, indígenas brasileiras e de sinais com intuito de revitalizar, preservar, registrar e respeitar as culturas e identidades dos respectivos povos. Em cada ano terá um volume composto por dois números (eventualmente será publicado Edições Especiais por demanda dos autores ou do Comitê Científico).

Serão muito bem-vindos trabalhos escritos em qualquer língua africana ou indígena brasileira ou timorense ou de sinais. As línguas de sinais serão apresentadas por meio de um video de até 10 min. O objetivo é de regatar, valorizar, proteger e divulgar as diversas línguas indígenas brasileiras e africanas que nunca tiveram privilégio por meio de políticas linguísticas, fazer com que elas se tornem línguas da ciência (intelectualização linguística). Mas também serão considerados textos escritos em línguas europeias (português, inglês, francês e espanhol) desde que descrevam, abordam ou falem de  línguas ou culturas africanas, brasileiras ou timorenses.

Revista Njinga & Sepé é composta por sete (7) seções: Seção I - Artigos inéditos e traduções/interpretações; Seção II - Entrevistas, resenhas de livros; Seção III - Poesias e Letras de canções populares; Seção IV - Relatos de experiências, fotos, receitas de comidas tradicionais, ritos e festividades; Seção V - Provérbios, tabus e mitos e, Seção VI - Línguas de sinais; Seção VII - Varia (áreas afins).

Revista Njinga & Sepé restabelece "justiça" à  luz da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), da Declaração Universal da Diversidade Cultural (2002), da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas (2006) e da Declaração Universal de Direitos Linguísticos (1996) que no seu Art. 43º defende que “todas as comunidades linguísticas têm direito ao acesso às obras produzidas na sua língua.” O Art. 13º dessa Declaração defende que “todos têm direito a aceder ao conhecimento da língua própria da comunidade onde residem.” Este projeto de Revista Científica visa sensibilizar  para a necessidade de colocar em pé de igualdade todas as línguas do mundo sem distinção porque não existe uma língua superior, da ciência ou ainda não existe uma cultura superior que as outra.

A Revista Njinga & Sepé usa o Open Journal System (OJS), baseando-se na Creative Commons CC BY. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.

 Todos os textos recebidos são primeiramente submetidos a verificação da originalidade com o uso do software Turnitin Originality, da empresa Turnitin para a detecção de similaridade textual e integridade em textos acadêmicos (antiplágio): https://www.turnitin.com/products/originality. Os textos aprovados nesta fase são submetidos a avaliação dos pares (às cegas) para a definição da aprovação ou não. O tempo de duração da avaliação vai de 30 a 45 dias.

A publicação e o acesso são gratuitos, de acesso livre, podendo ser compartilhado dos repositórios de instituições e bibliotecas virtuais nacionais e internacionais.

A Revista Njinga & Sepé está indexada na Directory of Research Journal Indexing (DRJI); Latindex (Sistema Regional de Informação em Linha para Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal); Livre: Revistas de Livre Acesso; Flacso; LatinRev; Science Indexing Service; JPPS; CiteFactor; Amelica; Google metrics; ISSN Brazil, Academic Resource Index; Diadorim; OAI-PMH; SIBIUNI.

O acesso aos trabalhos publicados é inteiramente gratuito. Os autores não pagam e nem recebem nenhum tributo financeiro pela contribuição e publicação. Os editores, avaliadores, tradutores, Comité Científico e outros colaboradores participam voluntariamente.

A Revista Njinga & Sepé aceita e publica textos escritos em qualquer língua africana ou indígena brasileira e vídeos de línguas de sinais. Abre-se exceção especial para todas as línguas de Timor Leste por ser país parceiro da UNILAB. Os textos escritos em qualquer outra língua europeia (espanhol, francês, português ou inglês) deverão estar acompanhados de um resumo numa língua  africana ou indígena brasileira. As línguas de sinais terão 2 resumos e um vídeo de no maximo 10 min. A Revista publicará um (1) volume por ano, com dois números  (1º número em maio e 2º número em outubro) e ocasionalmente  números especiais a depender da demanda dos autores e da Comissão Científica. Trata-se de uma Revista de Acesso gratuito (Open Journal System-OJS).

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* Rainha do Reino do Ndongo e do Matamba, nascida em 1582 e falecida em 1663. O seu reinato estabeleceu-se de 1631 até 1663. Lutou intensamente contra o colonialismo e a escravização. Sendo mulher, numa cultura machista conseguiu superar e vencer todos os obstáculos. Njinga conhecia muitas línguas e diversas culturas o que a transformou numa embaixadora importante. O nome da rainha foi registrado de diversas formas: Nzinga a Mbande, Nzinga Mbande, Jinga, Singa, Zhinga, Ginga, Dona Ana de Sousa (este último em razão do batismo católico, em 1623).

** Conhecido como o santo popular, o indígena Sepé nasceu em 1723 e morreu em 1756. Resistiu contra a dominação colonial e liderou de forma destemido a reelião contra o Tratado de Madri. Morreu lutando contra a opressão e colonização dos povos indígenas. O chefe indígena Sepé Tiarajú foi líder das forças missionárias e foi alferes do exército espanhol e sabia ler e escrever. Foi combatente incansável contra o colonialismo e em especial a ocupação de terras indígenas por isso que se tornou herói popular. Sua obstinada resistência foi sintetizada numa frase que, provavelmente, ele nunca pronunciou: “Esta terra tem dono”.