Tessitura textual: referência anafórica e catafórica

Nsonekeno lutangu: mvovilu anafórica ye catafórica

Autores

  • Martins Nvuenda Baveca Universidade Lueji A´Nkonde - Angola
  • Aldora Astreia Cadete Universidade do Minho - Portugal

Palavras-chave:

Tessitura textual, Textualidade, Referência anafórica, Referência catafórica

Resumo

A presente pesquisa tem como propósito caracterizar a função da referência aos processos anafóricos (RPA) e catafóricos (RPC) na escrita para evitar a redundância e tornar os textos com a melhor conectividade sequencial e conceptual. Com o efeito, o trabalho é norteado pelo seguinte problema de investigação: de que forma podem a referência anafórica e catafórica tornar os textos mais percetíveis? Tendo como principais unidades de reflexão: (i) Tessitura textual; (ii) Anáfora e catáfora; (iii) Coesão e coerência textual. Ele resultou de uma análise de 24 textos escritos por alunos candidatos ao curso de Educação de Infância numa Escola do Ensino Superior angolano. A abordagem foi orientada pela LT de Adam (2008) como teoria científica de base, ao passo que a Análise de Conteúdo de Bardin (1977; 2008) foi empregue como método de análise de dados. E para o tratamento de dados dos textos A1 até A24 fez-se o recurso ao software MAXQDA. Os principais resultados da análise dos dados recolhidos apontam que a metade dos textos dos candidatos que tivemos acesso, alvos da nossa análise, fazem recurso à RPA do tipo definido fiel, isto é, substituição pela mesma palavra ou pelo mesmo termo, produzindo problemas de redundância. Este fato faz com que os textos tenham uma baixa qualidade de conectividade sequencial e conceptual. Desse modo, considera-se então a importância de aprofundamento dos conteúdos da RPA e da RPC para que os alunos possam produzir textos sem, no entanto, fazer muitas repetições de palavras.

****

Emvavila yayi yina yo lukamu lwa sya e dimbu kya mbembe ya mvovilu ye anafórica (RPA) ye ya catafórica (RPC) muna nsonekeno mu dyambudya tina ovovalela ye kitula o lutangu lwa mbote, muna ndanda sani a yi salu ngindu. Muna dyambu, e salu ki kwenda kuna ntandu evo ku ntuvala muna mpimpita eziza ntambelo: mu meya mpila e mvovilu anáforica ye catáforica. Kituka o lutanga lwa toma kala lwa n´tanakani? Muna kala vo e kintwadi kya ngindu kya sikidikiswa: (i) Nsonekeno lutangu; (ii) Anáfora ye catáfora; (iii) Engikaneseno ye ndandaseneno ya lutangu. Oyandi ovene e ndandu muna lufimpu lwa makumoole ye ya dya matangu ma sonekwa lwa a longoki aya benavo n´lambi mya ndongokelo za lusansu lwa a leke, ba kalasi kya mungunuka kya nsiyeto ya Ngola. Embokessa kya twadiswa kwa LT ky Adam (2008) yi túuku dya ngindu zandongo kelo, muna lutambi lwa fimpa o mambu me longokwa ma Bardin (1977; 2008) ma longelwa bonso ndekwa ya lufimpu kayilwa n´samu. Yi mu dyambu dya mawu ku n´kayila, ma   tutangu twa a longoki A1 ty A24 twa vanga dyaka e mvutukulu ya software MAXQDA. O mkatikwa mvutu za lufimpu lwa n´kayila wu bakamene wu mwene vo e ndambu ya tutangu twa lambi aya bakedi yetu o luvé, muna lufimpu lweto, vanga e mvutukila a mu mpila ya sasilwa, i dyodyo yi mvinganeno a mpava  yayo eve mvovo wawo kaka, yi wutidi mambu ma vovolela  mpava mu lutangu. Edyambu dyadi, dyawu disavo e tutangu two kala ye nkulukilu a tezo kya ngikaneseno ya ndandasani a ngindu. Mu mpila yayi, tubakila o m´funu a kota kikilu muna mana tulongoka ma RPA ye ma RPC mpasi vo a longoki ba lenda vanga evo wuta a tutangu, kondwa kwa lembivutukila e mpova.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Martins Nvuenda Baveca, Universidade Lueji A´Nkonde - Angola

Professor do I Ciclo do Ensino Secundário. Licenciado em Ciências da Educação, na especialidade do Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Lueji A´Nkonde. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Lueji A´Nkonde, com a linha de pesquisa "Linguagem e Educação”. Atualmente é doutorando em Ciências da Educação, na especialidade de Literacias e Ensino do Português pela Universidade do Minho.

Aldora Astreia Cadete, Universidade do Minho - Portugal

Professora do Ensino Superior. Licenciada em Ensino de Língua Portuguesa, pelo Instituto de Ciências da Educação de Cabinda. Mestre em Pedagogia pelo Instituto de Ciências da Educação do Uíge. Atualmente é doutoranda em Ciências da Educação, na especialidade de Literacias e Ensino do Português pela Universidade do Minho.

Referências

Adam, J. M. (2008). A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos/ Jean-Michel Adam; São Paulo: Cortez.

Aguiar, M. T. de. (2011). Padrões funcionai no uso de pronomes locativos: Uma abordagem construcional. Universidade Federal Fluminense. Uberlândia: EDUFU.

Albuquerque, A. F. de S., e Santos, M. C. C. L. de (2020). Os pronomes demonstrativos em contextos de uso. Revista de Letras e Linguística. vol.5, nº15, p. 225-226.

Alonso, C.; Brandão, C. e Gonçalves, S. P. (2021). Análise temática qualitativa com o apoio do MaxQda – O impacto da COVID-19 no setor da restauração. Vol. 9.

Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Trad. de Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70.

Bardin, L. (2008). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Benveniste, É. (1988). Problemas de Linguística Geral I. 2.ed., Pontes: Universidade Estadual de Campinas.

Bolognesi, J. (2017). Termos linguísticos: Damásio Educacional. Disponível em: https://joaobolognesi.files.wordpress.com/2017/08/termoslinguc3adsticos_2017.pdf.

Camacho, Z. de F. Z. e Menegassi, R. J. (2004). Coesão e coerência em textos escolares: três textos em estudo. Revista de Ciências Humanas da UNIPAR, vol.12(4), p. 234-235.

Camps, A. (2005). Pontos de vistas sobre o ensino-aprendizagem da expressão escrita. In J. A. B. Carvalho; L. F. da Silva; A. C. da Silva e J. Pimenta (Org.). A escrita escola, hoje: problemas e desafios, p. 11-12.

Celvo, A. L., Bervian, P. A., & Silva da, R. (2007). Metodologia Científica. 6.ed. Paulo: Pearson Education.

Creswell, J. W. (2007). Projecto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Trad. Luciana de Oliveira da Rocha. 2. ed. Artmed.

Esteves, S. C. P. (2022). A coerência e a coesão textual no desenvolvimento de competências de leitura e escrita na aula de Português. [Unpublished master's thesis, Universidade do Minho].

Ferreira, L. C. V. e Rebelo, L. S. (2011). Anáfora: mecanismo coesivo de referenciação textual. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/60695/000862143.pdf?sequence=1.

Franzen, B. A. (2022). Processamento anafórico em compreensão leitora de texto acadêmico científico: “o mesmo” sob as lentes da Psicolinguística. [Doctoral dissertation, Universidade Federal de Santa Catarina].

Koch, I. G. V. e Travaglia, L. C. (2004). A coerência textual. São Paulo: Contexto.

Moura, A. M. C. de. (2003). Mecanismo de coesão e coerência textual: da ardósia ao computador na aprendizagem dos conectores. [Unpublished master's thesis]. Universidade do Minho.

Nóbrega, C. M. P. de S. (2010). Anáfora pronominal e repetição lexical: Estudo no contexto da produção textual de 9º ano do ensino fundamental. Editora do IFRN.

Oliveira, A. B. de. (2017). A Retoma Referencial em textos escritos por aprendentes de PLNM de LM italiana. [Unpublished master's thesis]. Universidade de Coimbra.

Downloads

Publicado

21-05-2024

Como Citar

Baveca, M. N., & Cadete, A. A. . (2024). Tessitura textual: referência anafórica e catafórica: Nsonekeno lutangu: mvovilu anafórica ye catafórica. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 4(1), 203–224. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1331