Reflexão sobre o uso e atribuição dos nomes na cultura dos bakongo

Autores

  • Eduardo David Ndombele Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge - Angola

Palavras-chave:

Nome, Tradição, Identidade, Cultura

Resumo

O presente artigo faz uma abordagem sobre atribuição do Nome na Tradição Oral (Literatura Tradicional) no contexto do grupo étnico dos bakongo. É óbvio que o nome como parte constitutivo, completa a pessoa, pois explica a sua interioridade, e faz parte da personalidade. Procuramos nesta reflexão questionar o seguinte: O que está na base da rejeição e desprezo do uso dos nomes africanos na sociedade contemporânea? O presente estudo visa analisar as causas da invasão e desprezo dos nomes que representam a nossa identidade cultural. A nossa abordagem metodológica assenta no paradigma qualitativo, tendo como estratégia de investigação o estudo de caso de cariz interpretativo que consiste numa descrição pormenorizada do caso estudado. Entretanto o estudo concluiu que o nome é um elemento notório de identificação do indivíduo. Por isso, ao atribuirmos o nome devemos em primeiro lugar, refletir os padrões normativos de cada povo ou cultura. O nome é um produto sócio histórico e social, associado a uma determinada língua que transporta uma carga cultural partilhada por determinada  sociedade  e  com  uma memória  cultural  de  sociedade  linguística. O nome é um direito revogado pela Lei nº10/77,  de  09  de  Abril,  com  a  alteração dada  pela  Lei  nº  10/85,  de  19  de  Outubro,  e  pelo  Código  da  Família. Uma criança ou filho que nasce  sozinho do  ventre  da  sua  mãe  (unigênito)  é também  atribuído  um  nome  específico.  O nome que pode ser atribuído para essas situações o nome de N’SUNDA caso este for menina e NSUNDA se for rapaz. Contrariamente da língua portuguesa que apresenta  estrutura justaposta,  outras línguas,  contudo,  apresentam  estrutura  aglutinante,  como  é  o  caso  da  língua  indígena kikongo,   isto   por   que   o kikongo aglutina   o   elemento modificador   no   radical (ki+João=Kijoão)  e  nos  casos  em  que  o topônimo é  composto  por  dois  termos  (Kiteka Panzo), em todos os casos,  não se emprega a preposição,  opondo-se do que acontece em  português em alguns casos.

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Biografia do Autor

Eduardo David Ndombele , Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge - Angola

Pós-Doutorando em Letras na Universidade da Beira Interior Especialista em Políticas Educativas Pesquisador em Metodologia de PLNM. & Sociolinguística, Membro da Cátedra da UNESCO em Politicas Linguísticas   Membro do Conselho Científico da Revista  Njinga & Sepé. Professor há mais de 19 anos desde o Instituto Médio Agrário do Tchivinguiro na Huíla, passando pela Escola de Formação de Professores Comandante Liberdade no Lubango. É actualmente Professor Auxiliar do Instituto Superior de Ciências de Educação do Uíge. Chefe do Departamento de Ensino e Investigação de Letras Modernas. Doutorando em Inovação Educativa pela Universidade Católica de Moçambique, na Faculdade de Educação e Comunicação de Nampula.

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Publicado

15-09-2024

Como Citar

Ndombele , E. D. . (2024). Reflexão sobre o uso e atribuição dos nomes na cultura dos bakongo. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 4(Especial I), 224–225. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1848