O re(flexo) do intento desmistificador através do mito em “Ubirajara”, de José De Alencar
The reflection of the demystifying intent through the myth in “ubirajara”, by José De Alencar
Mots-clés :
Reflexo, Mito, Ubirajara, José de AlencarRésumé
A presente pesquisa visa analisar a obra alencariana “Ubirajara” (1874), escrita no período do romantismo brasileiro. Objetivou-se discorrer sobre de que forma o autor contribuiu para as concepções sobre a identidade nacional e, sobretudo, às idealizações concebidas aos indígenas, as quais até os dias de hoje se mantém no imaginário da população brasileira. Nesse ínterim, fez-se uma profunda reflexão sobre como as práticas indígenas e o próprio indígena são situados no contexto do livro, utilizando-se para tal da pesquisa de cunho documental, ao analisar o romance, e com o aporte de teóricos e documentos que discutem a construção da nacionalidade brasileira desde o século XIX. Como resultado, compreendeu-se que a figura indígena sofreu um processo de subalternização e distorção por entre os séculos, passando de símbolo mítico a um instrumento de exotismo em uma nação despersonalizada.
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The present research aims to analyze José de Alencar's work "Ubirajara" (1874), written during the Brazilian Romantic period. The objective was to discuss how the author contributed to conceptions of national identity and, above all, to the idealizations conceived of indigenous peoples, which still persist in the Brazilian population's imagination to this day. In this context, there was a deep reflection on how indigenous practices and the indigenous person are situated within the context of the book, utilizing documentary research to analyze the novel, along with the support of theorists and documents discussing the construction of Brazilian nationality since the 19th century. As a result, it was understood that the indigenous figure underwent a process of subalternization and distortion over the centuries, transitioning from a mythical symbol to a tool of exoticism in a depersonalized nation.
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