30.Poesia e violência revolucionária no contexto da luta armada de libertação nacional angolana (1961-1974)

Poetry and revolutionary violence in the context of the Angolan armed struggle for national liberation (1961-1974)

Autores

Palavras-chave:

Angola, Lutas, Marxismo, Violência revolucionária

Resumo

Assim como a maior parte das antigas colônias portuguesas em África, Angola obteve a sua independência após intestinas lutas anticoloniais. O presente artigo visa estudar a literatura angolana durante o período de lutas de libertação nacional, em especial a chamada literatura revolucionária expressa principalmente na poesia, com forte influência do pensamento marxista. O estudo é do tipo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa e propõe-se analisar, através de pesquisa bibliográfica, a presença da violência revolucionária, nas obras dos autores destacados no livro Roteiro da literatura angolana, de Carlos Ervedosa. Durante as lutas de libertação nacional, muitos autores engajaram-se no movimento revolucionário e trouxeram em seus escritos a violência como elemento estruturante de ruptura da ordem colonial e abertura de um horizonte emancipatório, onde todas as formas de opressão seriam subjugadas. Conclui-se que a literatura revolucionária, teve significativa importância na mobilização da população, na formação da identidade nacional angolana e nas lutas que ainda estavam por vir no pós-independência.

Biografia do Autor

Jeferson Sousa Santos , Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Brasil

Graduado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia, no Brasil.  É especialista em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e Universidade Aberta do Brasil.

Referências

BARROS, Douglas R. Lugar de negro, lugar de branco? Esboço para uma crítica a metafísica racial. Hedra: São Paulo, 2019.

BETTS, Raymond F. A dominação europeia: métodos e instituições. In: BOAHEN, Albert Adu (Ed.). História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. Brasília: UNESCO, 2010, p. 352 – 375

ERVEDOSA, Carlos. A década de 60. Literatura e guerrilha. In: _____.(Org.). Roteiro da literatura angolana. 4.ed. Luanda: União dos escritores angolanos, 1992, p. 107-118.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Trad. de Serafim Ferreira. Lisboa: Editora Ulisseia, 1965.

FERNANDES, Mário António. A formação da Literatura angolana (1851-1950). Revista ICALP, vol. 10, p. 51-79, dez. 1987.

FERREIRA, Manuel. Dependência e individualidade nas literaturas africanas de língua portuguesa. Revista do Centro de Estudos Portugueses, [S.l.], vol. 2, nº 3, p. 39-47, jun. 1980.

LARANJEIRA, Pires. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa. vol. 64,

Lisboa: Universidade Aberta, 1995, p.36-43.

LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole: Ásia e África: 1945-1975. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1981.

MANOEL, Jones. A luta de classes pela memória: raça, classe e revolução africana. In: __________; FAZZIO, Gabriel Landi (Org.). Revolução africana: uma antologia do pensamento marxista. São Paulo: Autonomia Literária, 2019. p. 13-59.

NKRUMAH, Kwame. Luta de classes na África. In: _____.(Org.). Escritos. 2. ed. São Paulo: Ciências Revolucionárias, 2018. p. 303-368.

PRASHAD, Vijay. Estrela Vermelha: sobre o terceiro mundo. São Paulo: Expressão Popular, 2019.

QUEIROZ, Marcos. Fanon e a violência revolucionária. Jacobin, 20 de jul. 2020.Disponível em: https://jacobin.com.br/2020/07/fanon-e-a-violencia-revolucionaria/. Acesso em: 1 jul. 2021.

RANGER, Terence O. Iniciativas e resistência africanas em face da partilha e da conquista. In: BOAHEN, Albert Adu (Ed.). História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. Brasília: UNESCO, 2010. p. 51 – 72.

PEPETELA. Algumas questões sobre a literatura angolana. UEA, 2010. Disponível em https://www.ueangola.com/criticas-e-ensaios/item/122-algumas-questões-sobre-a-literatura-angolana. Acesso em: 01 dez. 2021.

SANTOS, Donizeth Aparecido dos. Da ruptura à consolidação: um esboço do percurso literário angolano de 1948 a 1975. Publicatio Uepg: Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes, Ponta Grossa, vol. 15, nº 1, p. 31-42, jun. 2007. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/574/573. Acesso em: 14 nov. 2021.

SAINT-PIERRE, Héctor Luis. A política armada: fundamentos da guerra revolucionária. São Paulo: UNESP, 2000.

THIAM, Iba Der; MULIRA, James; WONDJI, Christophe. A África e os países socialistas. In: MAZRUI, Ali A e WONDJI, Christophe (Org.). História geral da África, VIII: África desde 1935. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010. p. 965-1001.

UZOIGWE Godfrey N. Partilha europeia e conquista da África: apanhado geral. In: BOAHEN, Albert Adu (Editor). História geral da África, VII: África sob dominação colonial, 1880-1935. 2.ed. rev. Brasília: UNESCO, 2010, p.21-50.

VISENTINI, Paulo Fagundes. As revoluções africanas: Angola, Moçambique e Etiópia. São Paulo: UNESP, 2012.

Downloads

Publicado

03-10-2022

Como Citar

Santos , J. S. (2022). 30.Poesia e violência revolucionária no contexto da luta armada de libertação nacional angolana (1961-1974): Poetry and revolutionary violence in the context of the Angolan armed struggle for national liberation (1961-1974). NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 2(Especial I), 516–532. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1073