Migração, identidades e a permanência da toponímia paralela (informal) na Cidade de Maputo: o caso dos topónimos Bairro Xinyembanini e Bairro Magude, de 1975 à actualidade
Palabras clave:
Toponímia Paralela, Migração, Identidades, TerritorialidadesResumen
Com a presente comunicação pretende-se discutir a permanência de nomes geográficos não oficiais (toponímia paralela/informal), que até à actualidade coexistem com os nomes geográficos oficiais na Cidade de Maputo. Trata-se de uma reflexão conduzida com recurso à pesquisa bibliográfica e documental, movida pelo questionamento que se coloca em torno das razões por detrás da permanência da toponímia paralela na Cidade de Maputo e pelo país todo, havendo nomes geográficos oficiais que designam os mesmos lugares. Debruça-se sobre a origem e significado histórico e social dos topónimos Bairro Xinyembanini e Bairro Magude, que coexistem respectivamente com os topónimos Bairro Luís Cabral e Bairro da Urbanização, na Cidade de Maputo. Argumenta que a permanência dos primeiros deve-se ao facto de, a toponímia paralela ou informal surgir muitas vezes de forma espontânea, reflectindo as vivências, experiências, memórias e identidades das comunidades que os usam, o que facilita a sua interiorização, aceitação e perpetuação. Aponta um catalisador social do fenómeno, que é a fobia que os Rhonga e os grupos mais privilegiados da população não colona residente nos bairros circunvizinhos tinham contra pessoas de grupos etnolinguísticos oriundos de outras regiões de Moçambique, que eram vistos como seus concorrentes no acesso aos recursos de sobrevivência na cidade. Conclui que o surgimento e manutenção dos topónimos em estudo são sustentados pela relação: migração e identidades, em que estes funcionaram como elementos de afirmação e exclusão de grupos na disputa pela construção de territorialidades.
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