A persistência ou o uso não oficial de topônimos coloniais na cidade de Maputo, Moçambique
Palabras clave:
Lourenço Marques, Maputo, Toponímia, Colonial, Pós--colonialResumen
No contexto da expansão europeia, os portugueses chegaram no território que veio a ser o moderno Moçambique em 1498 cuja evidência, em parte, foi a introdução de topónimos de origem cristã e europeia. A implementação subsequente da administração colonial cristalizou o uso oficial da toponímia atribuída pelos portugueses, mas num cenário de multilinguismo. Em 25 de Junho de 1975, Moçambique proclama a sua independência depois de uma luta armada de libertação nacional contra o regime colonial português, altura em que o novo governo independente procura construir uma “nova nação” com novas identidades consubstanciadas na ideia do “homem novo, livre dos vestígios do colonialismo. Tomando como casos de estudo certos topônimos coloniais e pós-coloniais da cidade de Maputo (antes Lourenço Marques), argumentamos que o novo governo de Moçambique independente usou a mudança da toponímia como forma de apagar os vestígios do colonialismo em lugares estratégicos e de maior visibilidade. Ao mesmo tempo, tolerava os topônimos “apolíticos” ou de menor carga política do período colonial. As mudanças visavam inscrever memórias e identidades ligadas ao passado e ao presente do novo regime. Sustentamos que, nos casos analisados, há a permanência ou o uso não oficial de topônimos ilegais e extintos. Esta questão é abordada à luz da memória, do hábito, e das ações político-estratégicas do governo. Esta comunicação é de natureza qualitativa e se baseia em fontes primárias e secundárias, em entrevistas e observações pessoais. Todas as fontes foram abordadas de forma crítica tendo em conta os objetivos e juízos de valores daqueles que os produziram.
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