Antroponímia e toponímia guineenses: desafios linguístico-culturais

Autores/as

  • Maria Helena de De Paula Universidade Federal de Catalão -Brasil
  • Nelson Jaime Có Universidade Federal de Catalão -Brasil

Palabras clave:

Nomeação, Antroponímia, Toponímia, Resistência

Resumen

O nome é uma forma de identificar pertencimentos culturais dos povos ao longo da história das línguas naturais. O ato de nomear estabelece constitutivamente relações de poder entre o nomeado e quem nomeia. No contexto africano, matizado pelo empreendimento colonizador europeu e dentre os países que foram colonizados por Portugal, Guiné-Bissau carrega no seu nome essa representação de poder, uma vez que, nos primeiros contatos com os portugueses, foi apagada do topônimo bossau, através do seu aportuguesamento, a referência à etnia pepel. A estratégia de silenciamento da identidade linguístico-cultural do povo guineense se fez notar também em seus antropônimos, onde se podem verificar apagamentos étnicos em nomes e sobrenomes guineenses transmutados para aqueles de origem portuguesa. No entanto, o povo guineense também resistiu à colonialidade, mantendo muitos de seus nomes nos quais se recuperam pertencimentos étnico-culturais, como apresentaremos nesse estudo. Para demonstrar como aspectos linguístico-culturais de resistência étnica se fazem registrar em topônimos e antropônimos guineenses, apresentaremos um cotejo de alguns nomes comuns como Guiné-Bissau e Bijagós, além de alguns antropônimos por meio dos quais se identifica o grupo étnico-linguístico a que pertence a pessoa nomeada. Os signos foram inventariados em bases como relatórios do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) e documentos cartográficos e sua análise incorporou aspectos da cultura guineense e da composição morfológica, à luz do contexto de significação para a comunidade multilíngue e multicultural de Guiné-Bissau, tema de relevância nos estudos da linguagem.

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Biografía del autor/a

Maria Helena de De Paula, Universidade Federal de Catalão -Brasil

Possui Licenciatura em Letras - Português pela Universidade Federal de Goiás (1996), Mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2000) e Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2007). É professora da Universidade de Catalão (UFCat, atuando na graduação em ensino, pesquisa e extensão e na pós-graduação como docente permanente no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem. Na área de Letras, tem experiência em estudos linguísticos e filológicos, com ênfase nos seguintes temas: ciências do léxico em fontes primárias orais e manuscritas, Sociolinguística (em perspectiva descritiva e aplicada ao ensino) e Linguística Antropológica. Atuou, no âmbito da administração superior, como coordenadora de pós-graduação lato sensu e Coordenadora Geral de Pesquisa e Pós-graduação da UFG/Regional Catalão (03/2014-02/2018), compôs a Coordenação do Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) da UFG/Regional Catalão (02/2018 a 02/2021). Tem interesse em atividades de ensino-pesquisa-extensão e cultura na área de africanidades/afrobrasilidades, com projeto financiado sobre memórias da escravidão negra em Goiás e orientação de pesquisas de graduação e pós-graduação.

Nelson Jaime Có, Universidade Federal de Catalão -Brasil

Doutorando em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal de Catalão-GO UFCAT (2024); Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Acre - UFAC (2023); Licenciado em Filosofia pelo Claretiano Centro Universitário (2020); Pós-Graduado "Latu-Sensu" em Administração Pública - pelo Centro de Ensino superior de Maringá - UniCesumar (2018) e Graduado em Teologia - pelo Centro de Ensino Superior de Maringá - UniCesumar (2014). Tem experiência na área de educação, com ênfase em filosofia da educação. Foi Conselheiro Suplente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - Município de Cianorte, Estado do Paraná (2015); Foi Presidente e Conselheiro do Conselho Municipal Dos Direitos Da Pessoa Idosa - CMDPI - Município de Tapejara, Estado do Paraná (2017/2019), Brasileiro naturalizado, natural de Guiné-Bissau.

Publicado

15-09-2024

Cómo citar

De Paula, M. H. de ., & Có, N. J. . (2024). Antroponímia e toponímia guineenses: desafios linguístico-culturais. NJINGA&SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras, 4(Especial I), 226–238. ecuperado a partir de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1849