A prostituição, sociabilidade e estratégias de sobrevivência: uma resposta aos efeitos da globalização na capital moçambicana
Prostitution, sociability and survival strategies: a response to the effects of globalization in the Mozambican capital
Palabras clave:
Prostituição, Modelos Econômicos, SociabilidadesResumen
O artigo tem por objetivo investigar sobre a prostituição como estratégia de sobrevivência em contexto urbano, buscando analisar sob o ponto de vista do risco de contaminação por doenças contagiosas sexualmente. No entanto, neste texto, analiso a prostituição em um contexto de alternativas de sobrevivência. Em termos metodológicos para a realização deste texto recorri a abordagem qualitativa, que entende uma a aproximação fundamental e de intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma natureza ela se envolve com empatia aos motivos, as intenções, aos projetos dos atores, a partir dos quais as ações, as estruturas e as relações tornam-se significativas. As técnicas de recolha de dados foram: entrevistas semi-estruturadas, entrevistas coletivas, entrevistas individuais com recurso a gravador do telemóvel, anotações no diário de campo, observação direta, revisão da literatura e comparação de conteúdo das entrevistas. A observação direta permitiu perceber o quotidiano das prostitutas mecanismos de como se constrói a identidade na prostituição e as regras e estratégias de conquista de clientes. Sendo regra de um antropólogo no campo ouvir, ver perguntar e escrever. As observações decorreram no período de noite e dia (das 8 horas da manhã até as 21 horas da noite e das 22 até as 8 horas) da manhã do dia seguinte como objetivo de se inserir no local e compreender como são as negociações no período noturno e como é no período diurno para ter mais informação de quando é que a movimentação tem mais fluxo. Conclui-se que a prática da prostituição tem sido algo existente em todas sociedades onde no exercício dessa atividade podemos encontrar grupos de mulheres prostitutas umas e outras buscam mecanismos de sobrevivência vendendo seu corpo. A construção da identidade se faz no interior de contextos sociais que determinam a posição dos agentes e por isso mesmo orientam suas representações e suas escolhas.
Descargas
Citas
ALVAREZ, M. (2005). Representações cognitivas e comportamentos sexuais de risco: o guião e as teorias implícitas da personalidade nos comportamentos de protecção sexual. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian & Fundação para Ciência e Tecnologia.
ANDRADE, I. (2011). Prostituição e exploração: comercialização de sexo jovem. Disponível em: <http://www.caminhos.ufms.br/reportagens/view.htm?a=45>. Acesso em: 15 set. 2015
ANDRADE, M. C. C. de. (2002). Mulheres prostituídas. Videtur-Letras, São Paulo, n. 5, abr. Disponível em: <http://www.hottopos.com/seminario/sem2/index.htm>. Acesso em: 10/09/2015.
BARRETO, L. C.; PRADO, M. A. M. (2010). Identidade das prostitutas em belo horizonte: as representações, as regras e os espaços. São Paulo, São-Joãodel-Rei.
BECKER, F. (1994) O que é o construtivismo? Revista Ideias, n. 20. São Paulo: FDE, p. 87-93. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-093_c.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2015.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. (1994). Investigação qualitativa em Educação: fundamentos, métodos e técnicas. In: Investigação qualitativa em educação. Porto Editora, p. 15- 80.
CARAPINHEIRO (2001) “A Globalização do risco social” In: Santos, L. (Org.). Globalização fatalidade ou Utopia. Porto, Edições Afrontamento.
CASTELLS, M. (1999). O poder da identidade. Trad. Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo, Volume II, Paz e Terra.
CASTRO, H. M. de et. al. (s/d). Territórios e territorialidades urbanas: olhares ambivalentes sobre a prostituição na metrópole mineira. VI congresso Internacional de estudos sobre a diversidade sexual e de género da ABEH.
CECCARELLI, P. R. (2008). Prostituição:Corpo como mercadoria. In: Mente & Cérebro – Sexo, v. 4, Edição especial, dez. 2008.
COSO (2004). Enterprise risk management: integrated framework.
COSTA, M. A. (2006). Percepção sócio ambiental e qualidade de vida dos Moradores de Pirapora do Bom Jesus – SP. Rio de Janeiro, Dissertação de Mestrado, Instituto Oswaldo Cruz.
DE GIORGI, R. “O risco na sociedade contemporânea”. Revista Seqüência: Revista do Curso de Pós-graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, jun.1994, n.28, ano 15, p.45-54.
DELLA ROCCA, F. F. (2002). A percepção de risco como subsídio para os processos de gerenciamento ambiental. São Paulo: IPEN. Tese de Doutorado.
DOUGLAS, M. & WILDAVSKY, A.(1982). Risk and culture: an essay on the selection of technological and environmental dangers. Berkeley, CA: University of California Press.
DUBAR C. (2006). A crise das identidades a interpretação de uma mutação. Edições, Afrontamento, Edição 10(15).
DUCLOS, D. (1986). La construcionsociale du risque: les cas dêsouvrieres de la chimie face auxdagersindustrieles. Pires: conservatoire Nationale dêsartset Metiers.
ENGEL, M. [1989]. (2004). Meretrizes e doutores: saber médico e prostituição no Rio de Janeiro (1840-1890). São Paulo: Brasiliense.
FERNANDES, R. et al. (2006). O Processo de Construção e Reconstrução das Identidades dos Indivíduos nas Organizações. RAC - Revista de Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, vol. 10.
FRAGOSO, H. C. (1965). Lições de Direito Penal. Parte Especial. 2.ed. São Paulo: José Bushatsky.
GASTALDO, É. (2006). “Futebol e Sociabilidade: apontamentos sobre as relações jocosas futebolísticas”.Desporto e Sociedade. Unisinos. Disponível e http://www.lazer.eefd.ufrj.br/espsoc
GIDDENS, A. (1991). As consequências da Modernidade. Trad. de Raul Fiker. São Paulo: Editora UNESP.
GIDDENS, A. As consequências da modernidade. São Paulo: Ed. UNESP, 1991, p.126-132.
GOIS, M. L. de. (2008). Representações sociais dos direitos humanos: um estudo sobre as auto- percepções e percepções da prostituição feminina em Aracaju. Relatório, Universidade Federal de Sergipe pró-reitoria de pós-graduação e pesquisa. Departamento de Psicologia.
GOFFMAN, E. (1975). A representação do eu na vida cotidiana. 10.ed. São Paulo: Editora Vozes.
GOFFMAN, E. (1978). Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
GOFFMAN, E. (2002). O Interacionalismo Simbólico. Lisboa: Editora Papirus.
GOLDENBERG, M. (2000). A arte de pesquisar: como fazer uma pesquisa qualitativa em ciências sociais. Rio de Janeiro: Record.
GUILAM, M.C.R. (1996). O conceito de risco: sua utilização pela epidemiologia, engenharia e ciências sociais. Rio de Janeiro: Fiocruz. Dissertação de mestrado.
FLORÊNCIO. Fernando. (2002). “Identidade Ética e práticas políticas entre os Vandau em Moçambique”. Cadernos de Estudos Africano. Lisboa: No 3, Jul./Dez.p.42-43.
GRANJO, Paulo. (2004). Quando a identidade é um perigo: consequências das mutações identitárias na refinaria de Sines. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais.
FRAGOSO, Heleno Cláudio. (1965). Lições de Direito Penal. Parte Especial. 2. ed. São Paulo: José Bushatsky,.v. 3.
HAMMERSCHMIDT, Denise. O Risco Na Sociedade Contemporânea e o Princípio da Precaução no Direito Ambiental. Revista Seqüência, n.º 45, p. 97-122, dez. de 2002.
HALL, S. (2011). A identidade cultural na pós-modernidade, Rio de Janeiro, Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guaracira Lopes Louro, 11.ed. Editora DP&A.
HERCULANO, S. et al. (2000). Qualidade de vida e riscos ambientais. Niterói, Rio de janeiro, EdUFF - Editora da Universidade Federal Fluminense
HOLANDA, A.B. de. (1986). Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
KOLLURU, R. (1996). Risk assessment and management: a unified approach. In: KOLLURU, R.; BARTELL, S.; PITBLADO, R.; STRICOFF, S. Risk assessment and management handbook: for environmental, health and safety professionals. Boston, Massachusetts: McGraw Hill.
LEITE, J.R.M.; AYALA, P. de A. Direito ambiental na sociedade de risco. São Paulo: Forense, 2002, p.18.
LIESEGANG, G. (1998). “Territorialidades Sociais e Identidades com Referência a Moçambique”. In: SERRA, C. Identidade, Moçambicanidade e Moçambicanização. Maputo, UEM, p. 112-135.
LIMA, M.L. (2005). Percepção de Riscos Ambientais, em Contextos Humanos e Psicologia Ambiental, Luís Soczka, Lisboa, Edições Calouste Gulbenkian, págs 203- 245.
LOPES, C.S; RABELO, I. V. M; PIMENTA, R. P. B. (2007). A bela adormecida: estudo com profissionais do sexo que atendem à classe média alta e alta na cidade de Goiânia. Revista Psicologia Social, v. 19, p. 69-76.
LUHMANN, N.(1993). Risk: a sociological theory. New York, Aldine de Gruyter.
MADUREIRA PINTO, J. (1991). “Considerações sobre a produção social da identidade” In Revista Crítica de ciências sociais. Porto, No 32, Julho.
MA-SCHAMBA (2010). Deus, o negócio e o pecado na Rua Araújo em Lourenço Marques. Disponível em: http://ma-schamba.com/roupa-velha/deus-o-negocio-e-o-pecado-na-rua-araujo- em-lourenco-marques/. Acessado em 10 de novembro de 2015.
MENDES, Felismina (2002) Risco: um conceito do passado que colonizou o presente., Revista Portuguesa de Saúde Pública. VOL. 20, Nᵒ2.
MINAYO, Maria cecília. e SANCHES, Odécio 1993. “Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou Complementaridade”. Cadernos de Saúde Pública. Rio de janeiro 9 (3): 239-262.
MUIANGA, B. (2009). Risco e Saúde no contexto do VIHSida, o caso da prostituição na Baixa da Cidade de Maputo, Março.
PINA-Cabral. J. (2003). “Identidades Inseridas: Algumas divagações sobre a identidade, Emoção Ética” In instituto em ciências sociais.
PRESTÍGIO (2009). “Ela existe e floresce, mas continua Tabu para muitos moralistas. A prostituição: legalizar ou não”? (orgs) Nambale, Rafael e Vasconcelos, Abalade In Revista Mensal de Moçambique Pp 20-22
ROBERTS, N. (1998) As prostitutas na história. Rio de Janeiro: Record, Rosa dos tempos.
SILVA, A P. & BLANCHETTE, T G. (2005) Nossa Senhora da Help: sexo, turismo e deslocamento transnacional em Copacabana. Cadernos Pagu, v. 25. p 249-280
SCHMIDT, M. L. S. & TONIETTE, M.A (2008). A relação pesquisador-pesquisado: algumas reflexões sobre a ética na pesquisa e a pesquisa ética. In: Iara Coelho Zito Guerriero, Maria LuisaSandoval Schmidt, FabioZicker (Orgs.).Ética nas pesquisas em ciências humanas e sociais na saúde., Editores. São Paulo. p 102-107.
SLOVIC, P., (1987). Perception of risk. Science
SLOVIC, P. (2001). “The risk game”, Journal of Hazardous Materials, vol. 86
SPINK M.J. (2001).Trópicos do discurso sobre risco: risco-aventura como metáfora na modernidade tardia. Cad Saúde Pública. 17 (6), Dez.
STOFFLE, A. et al. (1991) “Risk Perception Mapping: Using ethnography to define the locally affected population for a low‑level radioactive waste storage facility in Michigan”, American Anthropologist.
VASCONCELOS, I. & VASCONCELOS, F. (2002). Gestão de recursos Humanos e identidade social: um estudo crítico. São Paulo, Revista De Administração De Empresa. V. 42, n.1. p 64-78.
WOODWARD, K. (2000). Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T.T. da. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes.
ZANIRATO Et Al (2008).Sentidos do risco: interpretações teóricas. Biblio 3W, Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales, Universidad de Barcelona, Vol. XIII, nº785,a. Acesso em: 10 out. 2015. <http://www.ub.es/geocrit/b3w-785.htm>.
ZANIRATO, Silvia Helena (2010). Avaliação da vulnerabilidade socioambiental em cidades brasileiras. Um estudo sobre a cidade de Ouro Preto. Porto Alegre. Associação dos geógrafos brasileiros, p. 1-9.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 NJINGA&SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
Los autores mantienen los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, siendo el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia de Atribución Creative Commons, que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría del trabajo y la publicación inicial en esta revista.
Se autoriza a los autores a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (p. Ej., Publicación en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
Se permite y se anima a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y cita del trabajo publicado (Ver El efecto del acceso abierto).