A identidade negra: uma análise comparativa aos poemas “Grito Negro”, de José Craveirinha e “Havemos de Voltar” de Agostinho Neto

Vutivi bya Vantima: Nxopaxopo wo Fananisa wa Swithokorelo “Grito Negro”, hi José Craveirinha, na “Choro de África” hi Agostinho Neto

Autores/as

  • Esaú Elias Constantino Nhanale Universidade Púnguè - Moçambique

Palabras clave:

Cultura, Identidade, Negro, Identidade Nacional

Resumen

O presente artigo é intitulado a Identidade Negra: Uma Análise Comparativa aos Poemas “Grito Negro”, de José Craveirinha, e “Havemos de Voltar” de Agostinho Neto. Tem como objectivo geral analisar a forma como os poetas José Craveirinha e Agostinho Neto contribuíram para o desenvolvimento da identidade negra em Moçambique e em Angola. A sua abordagem resulta do problema formulado que é: De que forma os poemas do Agostinho Neto e José Craveirinha foram instrumentos valiosos na construção da identidade cultural no período colonial em Angola e Moçambique? Para isso o trabalho prescreve os seguintes objectivos: (i) analisar a forma como os poemas de José Craveirinha e Agostinho Neto contribuíram para a valorização da cultura e identidade nacional, (ii) fundamentar a necessidade de valorização da identidade cultural negra em José Craveirinha e Agostinho Neto, (iii) analisar a identidade em Agostinho Neto e José Craveirinha, e (iv) descrever a forma como a identidade nacional é apresentada nos poemas “Grito Negro”, de José Craveirinha, e “Havemos de Voltar” de Agostinho Neto. Com vista a produção de resultados compatíveis com a nossa pesquisa, tivemos que utilizar a metodologia comparativa, à par, acoplamos o método bibliográfico que nos possibilitou a análise e interpretação dos textos. Este estudo nos permitiu chegar às seguintes conclusões: os poemas de José Craveirinha e de Agostinho Neto são um grande contributo para a luta pela valorização das respetivas identidades nacionais. Os poemas valorizaram os indivíduos da raça negra e a libertação dos respetivos espaços geográficos. Da análise feita, constatou-se o seguinte: textos, ora em comparação, preocupam-se em despertar o sentimento nacionalista. Uma sensibilidade que levaria a emancipação dos povos Angolanos e Moçambicanos através da revindicação pelo uso da poesia. Na poesia “Grito Negro” a identidade, manifesta-se pela dessacralização. Na poesia “Havemos de Voltar” a identidade expressa-se pela sacralização. A identidade histórica é o denominador comum.

***

Ntirho wa swoswi wu na nhlokomhaka leyi nge Vutivi bya Vantima: Nxopaxopo wo Fananisa wa Swithokorelo “Grito Negro”, hi José Craveirinha, na “Choro de África” hi Agostinho Neto. Xikongomelo xa yona xo rhanguela i ku xopaxopa hilaha vathokoreli José Craveirinha na Agostinho Neto va hoxeke xandla hakona eku hluvukiseni ka vutivi bya vantima eMozambique na Angola. Endlelo ra yona ri huma eka xiphiqo lexi vumbiweke, lexi nga: Xana swithokorelo swa Agostinho Neto na José Craveirinha a swi ri switirhisiwa swa nkoka njhani eku akiweni ka vutivi bya ndhavuko eka nkarhi wa vukoloni eAngola na Mozambique? Eka leswi, ntirho wu veka swikongomelo leswi landzelaka: (i) ku xopaxopa hilaha switlhokovetselo swa José Craveirinha na Agostinho Neto swi hoxeke xandla hakona eku tlangeleni ka ndhavuko wa rixaka na vutivi, (ii) ku tiyisisa xilaveko xo tlangela vutivi bya ndhavuko wa vantima eka José Craveirinha na Agostinho Neto, (iii) va xopaxopa vutivi eka Agostinho Neto na José Craveirinha, na (iv) va hlamusela ndlela leyi vutivi bya rixaka byi nyikeriwaka ha yona eka switlhokovetselo swa “Grito Negro”, hi José Craveirinha, na “Choro de África” hi Agostinho Neto . Leswaku hi humesa mimbuyelo leyi fambelanaka na ndzavisiso wa hina, hi boheke ku tirhisa maendlelo yo pimanisa, hi nkarhi lowu fanaka, hi hlanganisile endlelo ra bibliyografiki leri hi pfumelelaka ku xopaxopa no hlamusela matsalwa. Dyondzo leyi yi hi pfumelerile ku fikelela makumu lama landzelaka: switlhokovetselo swa José Craveirinha na Agostinho Neto i ku hoxa xandla lokukulu eka ku lwela ku vekiwa ka nkoka ka vutivi bya rixaka lebyi faneleke. Switlhokovetselo leswi a swi teka vanhu va rixaka ra vantima ni ku ntshunxiwa ka tindhawu ta vona ta ntivo-misava swi ri swa nkoka. Xivumbeko lexi a xi ta hi yisa ekhombyeni ra xihlawuhlawu, xihlawuhlawu xa rixaka, hi laha xin’wana a xi nga tekiwi xi ri xa nkoka. Nxopaxopo wa hina wu hi pfumelerile ku tiyisisa leswi landzelaka: matsalwa mambirhi lawa sweswi ya pimanisiwaka, ya khumbeka hi ku pfuxa matitwelo ya vutiko. Leswi swi ta endla leswaku ku ntshunxiwa ka vanhu va Angola na Mozambique hi ku vula leswaku ku tirhisiwa vutlhokovetseri.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Esaú Elias Constantino Nhanale, Universidade Púnguè - Moçambique

Licenciado em ensino de Francês, Mestre em Gestão de Educação, estudante do Curso de Doutoramento em Língua, Cultura e Sociedade, Docente da Universidade Púnguè

Citas

Bevindes, J. A. (2018). Um Fénix Renascido das "Cinzas da Maldição" Poesia e História Moçambicana em "o Grito Negro", de José Craveirinha. São Paulo: Cadernos CERU, série, vol. 29, nᵒ 1. Disponível em: https:// www.revistas.usp.br / ceru/ article / view/ . Acesso em: 12 mar. 2023.

Bourdieu, P. (1996). As regras de arte: gênese a estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras.

Carvalho, F. A. (21 de nov. de 2015). O conceito de representações segundo Lopes Chantier. Estudos Avançados, Maringá, vol. 9, nᵒ1, pp.149-165. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf /3055/305526860011.pdf. Acesso em: 12 mar. 2023.

Cavalhal, T. F. (1998). Literatura Comparada. São Paulo: Editora Ética.

Chantier, R. (2012). A história cultural entre práticas e representações. Rio de janeiro: Difel.

De Mello, M. E. (2 de Set. de 2011). Construindo o Conceito de Identidade Nacional. Niterói, Revista dos programas de Pós-Graduação do Instituto de Letras do UFF, vol. 6, nᵒ 11, pp. 31-39. Disponível em: https://periodicos.uff.br/ gragoata/ article/view /47020. Acesso em: 12 mar. 2023.

De Sousa, A. S. (2021). Pesquisa bibliográfica princípios e fundamentos. Cadernos da Funcamp, vol. 20, nᵒ 43 pp. 64-83. Disponível em: https://revistas.fucamp.edu.br / index.php / cadernos /article / view/2336. Acesso em: 12 mar. 2023.

Dos Reis, R. B. (Agost/ Dez de 2012). Negritude em questão: das multiplicidades e conceptualizações do movimento por ocasião do Primeiro Congresso Internacional de Escritores e Artistas Negros (1956). Revista Discente do Programa de Pós-graduação em História da UFMG, Minas Gerais, vol. 4, nᵒ 2, pp. 1984-6150. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br / index.php/ temporalidades/ article/ download/5454/3384/17578

Fanon, F. (2008). Pele Negra, Máscara Branca. Trad. R. d. Silva. São Paulo: Editora da UFBA.

Glissant, E. (2006). Introdução a uma poética da diversidade. São Paulo: editora UFJF.

Gomes, S. C. (2011). Poesia moçambicana e negritude: caminhos para uma discussão. Revista Atlantida, São Paulo, vol. 46, nᵒ 16, p.560-570. Disponível em: https://www.revistas.usp.br / via atlantica / article/ download/ 50460/ 54572/ 62502

Laranjeira, P. (1995). Literaturas africanas de expressão portuguesa. Lisboa: Universidade Aberta.

Mendonça, F. (2002). O conceito da Nação em José Craveirinha; Rui Knofli e Sérgio Vieira. Revista Via Atlântica, USP, Maputo, vol.4, n.5, 52- 67. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/ view/ 49721/ 53833. Acesso em:30 mar.2023.

Neto, A. (1979). Sagrada Esperança. Lisboa: Sá da Costa.

Piassa, Z. A. (2006). Como Fénix renascida das cinzas: análise do processo histórico de formação de docentes em nível médio no Estado de Paramá (Mestrado em Educação. Brasil: Universidade Estadual de Londrine.

Pinheiro, H. (12 de Dezembro de 2019). Agostinho Neto e Xanana Gusmão: poema da prisão. Revista ALERE, Coimbra, vol. 20, nᵒ2, p. 2176-1841. Disponível em: https://periodicos.unemat.br /index.php/alere/article /view / 4495. Acesso em: 30 mar.2023.

Reis, M. N., & Andrade, M. (mar. 2018). O pensamento decolonial: análise, desafios e perspectivas. Revista Espaço Académico, Maringá, vol.17, nᵒ202, p. 245--272.

Santille M. A. (1985). Estórias Africanas: hitórias e Antologias. São Paulo: Ática. Disponível em: https: //periodicos.uem.br /ojs / index.php / Espaço Academico / article / view /. Acesso em: 30 mar. 2023.

Tafarel, T. R. (2020). O Som de protesto na poesia de José Craveirinha. Revista Interdisciplinar do IFMT, Mato Grosso, vol.1 nᵒ 10, pp.36-47. Disponível em: https://animus.plc.ifmt.edu.br / index.php /v1/ article/download /41 /25. Acesso em: 30 mar. 2023.

Publicado

29-05-2023

Cómo citar

Nhanale, E. E. C. . (2023). A identidade negra: uma análise comparativa aos poemas “Grito Negro”, de José Craveirinha e “Havemos de Voltar” de Agostinho Neto: Vutivi bya Vantima: Nxopaxopo wo Fananisa wa Swithokorelo “Grito Negro”, hi José Craveirinha, na “Choro de África” hi Agostinho Neto. NJINGA&SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras, 3(Especial I), 256–272. ecuperado a partir de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1285