4.Construções ideofónicas do léxico Nyungwe

Autores/as

Palabras clave:

Ideofones, Léxico, Nyungwe

Resumen

Este trabalho intitulado “Construções Ideofónicas do Léxico Nyungwe” é pioneiro na língua nyungwe. Martins (1991), na sua obra Elementos da Língua Nyungwe – Gramática e Dicionário Nyungwe-Português-Nyungwe, apresenta, nos seus verbetes, ideofones, mas sem os definir. Nhampoca (2018, 22016, 2015, 2010, 2009) tem trabalhos sobre ideofones, mas para o changana. Um dos problemas enfrentados neste estudo e que não foi resolvido ainda é distinguir ideofone de onomatopeia, que, ainda que pareça, nem sempre é tarefa fácil, apesar de haver literatura que teorize isso. O outro problema é a escassez de literatura específica ao nyungwe. Como hipóteses, perscrutando a língua e sobretudo analisando Martins (1991), duas ideias se destacaram: i) a maior parte das formas verbais podem ser ideofonizáveis e ii) os ideofones são, em teoria, suscetíveis de gerar qualquer tipo de palavra. Assim, os principais objetivos eram: (1) explorar o potencial de ideofones na produção do léxico nyungwe e (2) contribuir com material escrito sobre ideofones em nyungwe. A metodologia usada foi a da análise interpretativa e introspetiva da língua em causa e a intuição como linguista e falante nativo. Em conclusão, ficou patente que idiofones são fontes importantes de fornecimento de material lexical nyungwe, sendo eles uma espécie de raiz/ radical donde derivam a maior parte das palavras do léxico nyungwe. Ciente de que um estudo empírico como este é suscetível a erros – só não erra quem não faz nada – espera-se futuramente melhorar e continuar a produzir documentos para o enriquecimento bibliográfico nyungwe.

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Basali la kucemeredwa “Construções Ideofónicas do Léxico Nyungwe” nkhuyambiratu kucitiwa ncinyungwe. Martins (1991), mu livu lace Elementos da Língua Nyungwe – Gramática e Dicionário Nyungwe-Português-Nyungwe, adayikha lonkho lonkho maideofone za cinyungwe, tsono alibe kuzithumbudzula. Nhampoca (2018, 22016, 2015, 2010, 2009) ana mabasa yawo ya maideofone, tsono nga cichangani. Mphicha ibodzi ya kunesa ya mapfundzoya yomwe ikanati kupfuduliwa nkudziwa kuzindikira ideofone na onomatopeia, napo iciwoneka ninga ndjakupusa, kazindji kentse ni basalini la kupusa, napombo pacikhala na malivu ya manembedwe yabzwo. Mphicha inango nkusayika kwa malivu ya bzwimwebzwi ya cinyungwe. Ninga mayezezo, na kutetekera cirewedwe na kufufudza bwino Martins (1991), ndzeru ziwiri zidacoka padeca: i) mazindji mafala yangakondzedwe na maideofone na ii) maideofone, ndikati so, yangakondze fala liri rentse. Na tenepa, bzwikulu bzwomwe bzwikhatsungiridwa mpswibzwi: 1) kunyang’ana nyang’ana mphambvu za maideofone za kukondza mafala ya cinyungwe na 2) kuthandiza kunemba bzwa maideofone za cinyungwe. Macitidwe yace bzwimwebzwi ndja kutoma kuwonesesa bwino kuti cirewedweci cidasemewa tani na kuthumizira na umisiri na umbadwe bwangu ncinyungwe. Ndipo bzwidadzawoneka kuti maideofone yadakhala ninga makhuli komwe yambamera mafala mazindji ya cinyungwe. Nakudziwa kuti basa lipswa ninga yiri kuphonya kungasayikerini – nyakusaya kucita basa ndiye amphonyalini – tinkhulupirira kuti kutsogolo kuno basali lin’dzafamba mwakulungama, licidzayenderera na kukondza bzwinango kuti yawande manembedwe ya cinyungwe.

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Biografía del autor/a

Sóstenes Valente Rego, Centro de Estudos em Letras (CEL)

Linguista, investigador, especialista em língua, cultura e literatura nyungwe, docente. Investigador do Centro de Estudos em Letras (CEL) – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).Investigador no ILTEC – Instituto de Linguística Teórica e Computacional (2007-2012) e CEAUP – Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (2006-). É especialista em Língua e Cultura Nyungwe, autor do Dicionário Monolingue do Nyungwe (inédito), linguista, doutorado em Linguística Geral (2012) pela Universidade de Lisboa (Faculdade de Letras). Formador na área de Línguas e Culturas em e de África do Curso de Formação Contínua, Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Professor de Português no ensino secundário e universitário, em Moçambique e Timor Leste. Colaborou na compilação de africanismos/ moçambicanismos nos Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001) e Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (2001), Academia das Ciências de Lisboa. Foi-lhe atribuído o 3.º lugar no Concurso Internacional de “African verbal art and African football. Literacy competition on African football” (2001).

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Sitografia

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Quantos são os alfabetos do mundo? (certaspalavras.pt)

https://observador.pt/.../pior-e-impossivel-portugal-e-a.../escravatura

Publicado

18-09-2022

Cómo citar

Rego, S. V. (2022). 4.Construções ideofónicas do léxico Nyungwe. NJINGA&SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras, 2(2), 69–94. ecuperado a partir de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1057

Número

Sección

Seção I - Artigos inéditos e traduções/interpretações