14.A situação sociolinguística de Maquela do Zombo (Angola): perspectivas e desafios para o ensino de português em contexto triglossico

simo solimi lwenhlalo yabantu sase-Maquela do Zombo (Angola): Imibono nezinselelo Zokufundisa kwesiPutukezi esimweni se-Triglossic

Autores

  • Eduardo David Ndombele Universidade Católica de Moçambique
  • Evangelina Bonifácio Universidade Católica de Moçambique

Palavras-chave:

Sociolinguistica, Maquela do Zombo, Ensino-aprendizagem, Português

Resumo

O presente artigo faz uma abordagem sobre a situação sociolinguística do Município de Maquela do Zombo situado no norte da Província do Uíge em Angola e pretender avaliar as dificuldades que os alunos, desta geografia, apresentam na aprendizagem de língua portuguesa, uma vez que as crianças desta região entram na escola com práticas discursivas de kikongo. A nossa inquietação centra-se, principalmente, no facto de o português ser o instrumento linguístico utilizado na aquisição de conhecimentos, a língua em que a maioria das matérias e dos meios de ensino se encontram codificados. Ora, o domínio e compreensão dessa língua em contexto escolar é ainda uma luta em curso e uma batalha por ganhar por parte de muitos alunos. A abordagem metodológica assenta nos pressupostos de pesquisa bibliográfica porque se baseia na leitura e discussão de diversos contributos teóricos. Como resultado de pesquisa verificou-se que o fenómeno de contacto linguístico, em Maquela do Zombo, nomeadamente do kikongo, lingala e português provocou uma convivência harmoniosa, contudo percebeu-se que decorre daí uma hierarquização entre as línguas, sendo que o algumas são mais prestigiadas na comunidade.

***

I-athikili (isizulu): yamanje ikhuluma ngesimo se-sociolinguistic kuMasipala wase-Maquela do Zombo osenyakatho yeSifundazwe sase-Uíge e-Angola, ucwaningo luveza ubunzima abafundi balesi geography ababa khona ekufundweni kolimi lwesiPutukezi, kusukela izingane. kusuka kulesi sifunda ngena esikoleni ngemikhuba ye-Kikongo discursive. Ukukhathazeka kwethu kulesi sihloko kugxile kakhulu eqinisweni lokuthi isiPutukezi siyithuluzi lolimi elisetshenziswa ekuzuzweni kolwazi, ulimi lapho izifundo eziningi nezindlela zokufundisa zihlanganiswa khona. Nokho, siyaqaphela ukuthi ubuciko nokuqonda kwalolu limi esikoleni kusewumzabalazo oqhubekayo kanye nempi okufanele inqotshwe abafundi abaningi. Ucwaningo luqala ngale nkolelo-mbono elandelayo: Kunomehluko omkhulu enanini le-utilitarian yesiPutukezi, isiKikongo nesiLingala eMaquela do Zombo kwatholakala ukuthi ukwenzeka kokuthintana kwezilimi eMaquela do Zombo, okuyiKikongo, Lingala nesiPutukezi, kuholwa. ekusebenzisaneni okuvumelanayo, nokho, kulandela ukulandelana phakathi kwezilimi lapho ezinye zihlonishwa kakhulu emphakathini.

Biografia do Autor

Evangelina Bonifácio, Universidade Católica de Moçambique

Evangelina Bonifácio, pós-doutorada em Ética e Educação, doutorada em Teoria e História da Educação, pela Universidade de Salamanca (2009), mestre em Ciências da Educação - Área de Administração e Planificação da Educação, pela Universidade Portucalense (2000). Atualmente é professora adjunta convidada, na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança. Desde setembro de 2012, desempenha as funções de Diretora da Calouste Gulbenkian - Residência para Estudantes – Bragança (DGEstE-DSRN). Investigadora do grupo de estudos «Helmantica Paidea» da Universidade de Salamanca. Aluna de pós-doutoramento em Ciências da Educação (área de pedagogia social), na Universidade Católica do Porto, no Centro de Estudos para o Desenvolvimento Humano (CEDH). Tem publicado livros e artigos, em revistas científicas, nacionais e internacionais, nas áreas de história da educação, da profissão e ética docente, entre outros temas ligados à educação.

Referências

AMOR, Emília (2002). Didáctica do português: fundamentos e metodologia. 6.ed. Lisboa: Texto Editores.

BERNARDO Ezequiel (2018). Política linguística para o ensino bilíngue em Angola (Dissertação de Mestrado). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

CAMÕES, Instituto da Cooperação e da Língua I.P. (2017). Referencial Camões PLE – Lisboa. Disponível em http://www.instituto-camoes.pt/ (Acesso em 24 de agosto de 2022).

CONSELHO DA EUROPA (2001). Quadro comum europeu de referência para as línguas: aprendizagem, ensino, avaliação (edição portuguesa). Porto: Edições Asa. Disponível em http://area.dge.mec.pt/gramatica/Quadro_Europeu_total.pdf (Acesso em 10 de Agosto de 2022).

FERNANDO, Mbiavanga; TIMBANE, Alexandre António. A emergência da normatização das variedades do português de Angola e de Moçambique: avanços e desafios. in: CAMARA, Crisófia Langa da.; TIMBANE, Alexandre António (Org.). Estudos linguísticos e literários sobre Moçambique. Itapiranga : Schreiben, 2022. p. 149-174.

LINHARES, Miguel; ALENCAR, Claudina (2016). Repensando o conceito de diglossia à luz de Michel de Certeau. Revista de Estudos da Linguagem, vol. 24, nº 2, p. 492-518.

NAUEGE, João Muteteca. TIMBANE, Alexandre António. Um olhar crítico sobre política e planificação linguísticas em Angola e em Moçambique. In: SANTOS, Deivid Alex dos, SPUZA, Adelene de. COSTA, Herika Cristina Oliveira da. (Org.). Educação em perspectiva: reflexões entre a teoria e a prática. Itapiranga: Schreiben, 2022. p.42-59.

NETO, Muamba Garcia (2012). Aproximação linguística e experiência comunicacional. Luanda: Editora Mayamba.

MIGUEL, Maria Helena (2014). Dinâmica da pronominalização no português de Luanda. Luanda: Mayamba Editora.

Instituto de Investigação e Desenvolvimento da Educação, INIDE (2019). Ministério de Educação, Luanda: Med.

UNDOLO, Márcio (2016). A norma do português em Angola: subsídios para o seu estudo. Caxito: Esp-Bengo.

Downloads

Publicado

03-10-2022

Como Citar

Ndombele, E. . D. ., & Bonifácio, E. (2022). 14.A situação sociolinguística de Maquela do Zombo (Angola): perspectivas e desafios para o ensino de português em contexto triglossico: simo solimi lwenhlalo yabantu sase-Maquela do Zombo (Angola): Imibono nezinselelo Zokufundisa kwesiPutukezi esimweni se-Triglossic. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 2(Especial I), 255–269. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1016