A representação da morte nas narrativas literárias “A noiva de Kebera” e “O filho de Mussassa”, de Aldino Muianga
Représentation ya liwa na ba narratives littéraires "La mariée de Kebera" na "Mwana ya Mussassa", ya Aldino Muianga
Palavras-chave:
Aldino Muianga, Morte, Rituais e crenças, AncestraisResumo
As sociedades africanas, pré-estabelecidas e regidas com base nas suas cosmovisões culturais, possuem suas próprias concepções de cultura, de tradições, de rituais, de mortes e de crenças que envolvem este processo da morte. A partir desta perspectiva, os assuntos sobre ritos e crenças a volta dos mortos e dos antepassados são pontos centrais de abordagens nos contos “A noiva de Kebera” e “O filho de Mussassa”, do escritor moçambicano Aldino Muianga. Pois estes elementos que envolvem o processo da morte são tidos, nestas narrativas, como constituintes importantes na estabilidade das aldeias e na preservação cultural de um determinado povo. Por este motivo, o trabalho tem como finalidade analisar a representação da morte, para determinadas tradições moçambicanas, e a partir dessa visão, analisar sobre determinadas crenças e práticas ritualísticas decorrente do processo da morte, assim como examinar como os finados são elevados às dimensões de entidades importantes na preservação cultural e na estabilidade das aldeias Sangwa e Mpissane, mencionadas nos contos. Portanto, os contos “A noiva de Kebera” e “O filho de Mussassa” se destacam absolutamente porque trazem, em suas narrativas, uma perspectiva de análise diferenciada de assuntos como a morte. Portanto, as temáticas no conto são abordadas e expressas a partir da visão de cultura de Moçambique e de África e não da cosmovisão ocidental ou europeia.
****
Ba sociétés africaines, oyo esalemi liboso mpe etambwisami na kotalaka ba cosmovisions culturelles na bango, ezali na makanisi na yango moko ya mimeseno, bonkoko, milulu, liwa mpe bindimeli oyo esangisi mosala oyo ya liwa. Na kotalaka yango, makambo oyo etali milulu mpe bindimeli nzinganzinga ya bakufi mpe bankoko ezali ba points centrales ya approche na masolo mikuse "Mwasi ya libala ya Kebera" mpe "Mwana ya Mussassa", ya mokomi ya Mozambique Aldino Muianga. Pamba te ba éléments wana oyo esangisi processus ya liwa emonanaka, na ba récits wana, lokola ba constituants importants na stabilité ya ba villages mpe na préservation culturelle ya peuple moko boye. Mpo na ntina oyo, ntina ya mosala oyo ezali ya kotalela ndenge oyo liwa ezali komonisama, mpo na bonkɔkɔ mosusu ya Mozambique, mpe na kotalela yango, kotalela bindimeli mosusu mpe mimeseno mosusu ya milulu oyo euti na mosala ya liwa, bakisa mpe kotalela ndenge oyo bakufi batombolami na ba dimensions ya ba entités importants na préservation culturelle pe stabilité ya ba villages Sangwa na Mpissane oyo elobelami na masapo. Yango wana, masolo mikuse "Mwasi ya libala ya Kebera" mpe "Mwana ya Mussassa" emonanaka mpenza mpo ememi, na masolo na bango, perspective ya analyse différentiée ya ba sujets lokola liwa. Na yango, mitó ya makambo oyo ezali na lisolo mokuse yango etalisami mpe emonisami na kotalela mimeseno ya Mozambique mpe ya Afrika kasi te na kotalela cosmovision ya Mpótó to ya Mpoto.
Downloads
Referências
ACHEBE, Chinua. O mundo se despedaça. São Paulo: Companhia de Letras, 2009.
CÂMARA, Crosófita; TIMBANE, Alexandre António (Org.). Estudos Linguísticos e Literários sobre Moçambique. Santa Catarina: Schreiben, 2022.
CIECOSKI, Altair Sofientini. O espaço do sagrado e a presentificação da morte na obra do escritor moçambicano Mia Couto. Revista Espaço Acadêmico. Paraná. N. 226. p. 226-234, jan. / fev.2021.
COUTO, Mia. Crenças e tradições moçambicanas. Moçambique 34. Maputo, 2003. Disponível em: http://www.ccpm.pt/34_ mia_couto,pdf. Acesso em: 20 mai. de 2022.
DIAMENTE, Loraine Martins; DE BARROS, Luzcena. Rituais de Morte Africana. Revista Caleidoscópio. São Paulo, vol.11, nº1 (2019), p. 27-30, 06 abr. 2020.
DIOP, Cheikh Anta. A unidade cultura da África. Esferas do patriarcado na antiguidade clássica. Luanda: Ed. Mulemba da faculdade de Ciências Sociais, Universidade Agostinho Neto, 2014.
FONSECA, Suziane Carla. Nas Entrelinhas do espaço: o grotesco e o sagrado em Terra Sonâmbula, de Mia Couto. Dissertação (mestrado em Teoria da Literatura) - faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
LEITE, Ana Mafalda. Oralidades e escritas pós-coloniais: estudos sobre literaturas africanas. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed.UERJ, 2020.
LIHAHE, Danúbio Walter Afonso. A indizível cor da dor: morte sofrimento e reintegração em Maputo, 2010. Dissertação (mestrado em Antropologia social e cultural) - Faculdade de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2010, p.87.
MELO, Rosa Maria Amélia João. A morte, os defuntos e os rituais de “limpeza” no pós-guerra angolano: quais os caminhos para pôr termo ao luto? Afro-Ásia, Salvador, n. 37, p.1-26, 2008.
MENEZES, R.; GOMES, E. “Seu funeral, sua escolha”: rituais fúnebres na contemporaneidade. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 54, n. 1, p.90-131, 2012.
MUIANGA, Aldino. A noiva de Kebera. São Paulo: editora Kapulana, 2019.
________. Xitala-Mati. Maputo: Alcance, 2013.
RIBEIRO, Ludmila Costa. A cosmovisão africana da morte: um estudo a partir do saber em Mia Couto, 2010. Dissertação (mestrado em Literatura) - faculdade de Letras: Estudos Literários, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010, p. (1-105).
SECCO, Carmen Lúcia Tindó Ribeiro. Travessias e margens da existência: representações da morte em textos literários de Angola e Moçambique. Revista Navegações. Rio de Janeiro. vol. 5, nº 1. p. 68-72, jan. /jun., 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 NJINGA e SEPÉ: Revista Internacional de Culturas, Línguas Africanas e Brasileiras
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
1.Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. A Revista usa a Licença CC BY que permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório digital institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, nas redes sociais) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Trata-se da política de Acesso Livre).