Análise comparativa da leitura e escrita dos alunos do ensino bilíngue: do Echuwabo ao Português
Osekesera woladdaniyana wa oleba na owengesela wa anamasunza na masunzo a dhilogelo bili: na Echuwabo para ezugu
Palavras-chave:
Educação/Ensino Bilíngue, Leitura, CompetênciaResumo
Este estudo baseia-se em evidências que mostram que alunos com dificuldades de leitura na sua língua materna (bantu) transportarão esta dificuldade para a leitura do Português (língua segunda/língua estrangeira - L2/LE) (Nijakowska, 2010). Esta pesquisa, conduzida em 2022, parte dos problemas de aprendizagem, que muitos alunos do Ensino Primário moçambicano evidenciam e procura estudar a correlação leitura e escrita em L1 e L2, em alunos do Ensino Bilíngue (EB), na província da Zambézia, Distrito de Maquivale, zona rural, com o Português como língua estrangeira; e, portanto, demonstrar o potencial didático da identificação desses problemas no aperfeiçoamento da competência leitora e escrita desta população. O estudo parte da seguinte questão: De que forma o estudo da correlação leitura e escrita em L1 e em L2/LE pode ajudar aos alunos do Ensino Primário do Ensino Bilíngue a melhorarem a sua competência leitora e escrita em língua portuguesa? A nossa pesquisa com, enfoque qualitativo e quantitativo, baseou-se na análise de textos e de leituras, em Echuwabo (L1) e em Português (L2/LE), produzidos e lidos, em voz alta, por 20 alunos que frequentam a 6ª classe, do subsistema de Educação Bilíngue, bem como questionários feito a alunos e professores. As principais conclusões apontam para a eficácia do estudo da correlação leitura e escrita em L1 e L2, no aperfeiçoamento da competência leitora e escrita dos alunos, visto que, geralmente, problemas de descodificação, de correlação grafema-fonema, registrados na aprendizagem em L1 se refletem posteriormente na transição para L2/LE, embora alguns deficits de leitura e de escrita respondam à problemas estruturais como práticas metodológicas e programas do EB inadequados, falta de materiais, professores sem formação, etc.
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Masunzo aba anttonyiedha dhihwanyiwe mu masunzoni wa anamasunza abale ana makattamiyo a owengesela na elogelo ya mmawani, anele okana makattamaiyo aba agengeselaga elogelo ya lizu nezugu (Nijakowska, 2010). Masunzo aba akosiwe yaka ya 2022, akalaga epade ya masunzu, enna anamaunza a mwalano dhoroma dha masunzo a lizu na mmawani na lizu nezugu, mwa anamasunza ansunza na dhilogelo bili a provincia yo zambezia, kwatti yo maquivave, onaga ezugu ninga elogelo ya elabo inaguwa; nona anologiya enziwani mwa ofwanya dhipano dha maka maka dhofiyedhana ofwanya makattamiyo oziwa oleba na owengesela mwa nlogo ntti. Masunzoya aba aromile na nivuzo ninga ntti: mukalelogani onkamiyedha oleba na owengesela na elogelo ya ezugu na ya elabo inaguwa onodhaga okamiyedha anamasunza a mwalano dhroma na masunso a dhilopgelo bili owkamiyedha oleba na owenegela na lizu nezugu? Mabasa aba anttameleca osequesera na owenbesa esile dinlebiwa na dhinengeseliwa, na Echuwabo, vina na ezugu vamodha elogelo inaguwa, dhinlalleiwa na nzu nowoba na muttengo wa anamasunza makumeli ansunza kalassi yo nottana mu msunzoni a dhilogelo bili, ninga mavuzo ankosiwa mwa anamasunza. Dha maka maka dhifwanyiwe dhintonya makattamiyo a oziwa oleba na owengesela na elogelo ya mmawani na elogelo ya ezugu, na oziwa oleba na owengesela mwa anamasunza, eziweaga wi makattamiyo anfwanyeeca muttapulelani dhinsunzani na dhinsunzani mu elogeloni ya mmawani dhinodhaga owonea agafunga olupela elogelo ya mmwani mpaka elogelo ya ezugu, masiki na makattamiyo a owengesela na leba arumelelga makatmiyo anawafwanya munsunzana dhilogelo bili, na odjombeliwa dhipano dha mabasa amwa anamunziya abale ailibiwe na gano dhosunziyana na dhina.
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