O ensino da libras como primeira língua na educação fundamental por professores ouvintes: limitações de conhecimento e metodologia de ensino versus menor esforço na busca de conhecimento e o impedimento da gestão escolar na obtenção de recursos
The teaching of the brazilian sign language as first language in fundamental education by teachers not deaf: limitations of knowledge and methodology of teaching versus non-dedication in the search of knowledge and the blocking of school management in the obtainment of resources
Palavras-chave:
Educação Inclusiva, Libras, Educação de Surdos, ResponsabilidadeResumo
O Que é incluir? O que é garantir? Diante da ampla demanda de profissionais qualificados para atuar na educação inclusiva, faz-se necessário algumas indagações quanto ao ensino da Libras como primeira Língua (L1) - por professores ouvintes à alunos surdos inseridos no ensino fundamental. A presente pesquisa, a priori empírica, trás um repertório de questões e a hipótese da atual realidade nas escolas: nem todos os profissionais têm formação adequada nos padrões básicos para atender alunos surdos. Há pré-requisitos para que realmente ocorra a inclusão tão desejada por todos, ou talvez, por grande parte de profissionais atuantes (BRASIL 1996; 2013). Embora haja dezenas de eixos a serem discutidos, neste trabalho limitou-se à Educação de Surdos. Ao tratar de educação, é necessário que a qualidade do ensino-aprendizado seja minimamente eficiente e garanta ao discente o direito de aprender satisfatoriamente seu idioma. A inquietação diante da temática é: se a educação inclusiva dispõe a necessidade de qualificação para atuar, qual a razão de haver profissionais sem domínio específico na área? Que riscos esta atuação sem habilidades e conhecimentos específicos da Libras podem trazer ao discente surdo? Este profissional que atua tem se empenhado na busca ou está impedido, pelos órgãos da educação, de buscar conhecimento adequado para se (des)envolver na escola? A proposta foi analisar, por meio de entrevistas semiestruturadas bem como de planilhas virtuais, algumas situações reais em escolas denominadas inclusivas e que atendem alunos surdos. Espera-se com os resultados compilados possibilitar subsídios à formação continuada dos profissionais atuantes.
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What is include? What is guarantee? Given the wide demand of qualified professionals to work in inclusive education, it is necessary to inquire about the teaching of Libras as the first language (L1) - by non-deaf teachers to deaf students enrolled in elementary education. The present research, a priori empirical, brings a repertoire of questions and the hypothesis of the current reality in schools: not all professionals have adequate training in the basic standards to attend deaf students. There are prerequisites for truly inclusion to be so desired by all, or perhaps most of the working professionals (BRAZIL 1996, 2013). Although there are dozens of axes to be discussed, in this work it was limited to the Education of the Deaf. When it comes to education, it is necessary that the quality of teaching-learning is minimally efficient and guarantees the student the right to learn their language satisfactorily. The concern with the subject is: if inclusive education provides the need for qualification to act, what is the reason of professionals with no specific domain in the area? What risks does this action without specific skills and knowledge of Libras bring to the deaf student? Has this professional been involved in the search or is it prevented by the education agencies from seeking appropriate knowledge to become involved in the school? The proposal was to analyze, through semi-structured interviews as well as virtual spreadsheets, some real situations in schools called inclusive and that serve deaf students. It is hoped that with the results compiled, it will be possible to provide subsidies for the continued training of the professionals involved.
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