ENSINO DA ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E OS DESAFIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO EM MOÇAMBIQUE: UMA QUESTÃO PARADIGMÁTICA DA ESCRITA DO PORTUGUÊS
Palavras-chave:
Ortografia, Língua portuguesa, Reforma, Ensino-aprendizagemResumo
O presente estudo tem como objetivo discutir as causas do uso arbitrário do antigo e do novo acordo ortográfico pelos alunos no contexto de ensino-aprendizagem da língua portuguesa em Moçambique. Repensar a escrita no contexto processo educativo em Moçambique é embarcar para uma reflexão justificável e de tamanha importância, pois com o advento das mudanças sociais e novas tecnologias, os alunos mostram-se, cada vez mais, desinteressados na escrita. O ensino-aprendizagem da língua portuguesa, em Moçambique, sobretudo, no ensino secundário, é marcado por desafios, pois os alunos usam arbitrariamente o acordo de 1945 e o novo acordo ortográfico de 1990. Em relação à metodologia, este artigo é de caráter bibliográfico, que segue uma abordagem qualitativa, fazendo uso do método de análise de conteúdo e uso da técnica de observação. A pesquisa baseia-se em trabalhos de Lima (2009); Medeiros (2008); Morais (2003); Sim-Sim (1998); Riolfi (2008); Cagliari (1999); Dubois (2006). Portanto, os resultados mostram que, por um lado, a arbitrariedade do uso do antigo e do novo acordo ortográfico no contexto educativo é advinda das mudanças que ocorrem na sociedade atual, em que tudo aparenta momentâneo, sobretudo, as interações rápidas, com a utilização de linguagem escrita mais próxima da oralidade e bastante abreviada, gerando, portanto, rapidez no envio de mensagens por meios eletrónicos. Por outro, é fruto da ratificação tardia do acordo ortográfico, associada também à não reforma dos acervos literários das bibliotecas, livrarias, editoras de publicação, tanto que não permite que as instituições de ensino usem materiais didáticos com novo acordo ortográfico.
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