Vias de entrada da psicanálise no Brasil sob o prisma racial

breve análise para um giro epistêmico na formação a partir do projeto Encontro de Saberes

Autores

  • Raoni Jardim Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Formação psicanalpsicanalítica, Giro epistepistêmico, Encontro de Saberes

Resumo

A análise das vias de entrada da psicanálise no Brasil pode ser útil para compreensão do corpo teórico, entendimentos clínicos e disputas políticas dos possíveis processos formativos na atualidade. Este trabalho busca discorrer brevemente sobre alguns desses trajetos, atento à forma como o elemento racial aparece no interior de cada um deles, ainda que pela sua precariedade ou ausência. Essa análise interroga sobre as possibilidades de um diálogo horizontal entre o saber psicanalítico e aquele protagonizado por sujeitos oriundos de povos indígenas e comunidades tradicionais afrobrasileiras na atualidade. A hipótese levantada é que a presença desses sujeitos em sala de aula, como docentes, pode gerar dois efeitos com particular valor para a formação de psicanalistas: a primeira diz respeito ao cultivo de um não-saber frente a uma alteridade radical que incita um exercício contratransferencial sobre o nosso processo formativo, o que nele se preserva de herança colonial e que incide nas (im)possibilidades de escuta; e a segunda diz respeito ao estabelecimento de pontes interepistêmicas com perspectivas terapêuticas de cuidado, cultivadas dinamicamente ao longo de gerações, ainda que reitaradamente apartadas dos espaços do conhecimento formal. Tal hipótese encontra inspiração no já existente projeto Encontro de Saberes.

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Publicado

30-12-2023

Edição

Seção

Dossiê Os(as) mestres(as) e a escrita: a produção literária no engajamento do Encontro de Saberes