O uso dos pronomes pessoais do caso reto na variedade futa-fula da Guiné-Bissau

Hutorgol pidji lontotodi tagado ê nder yeutere ka pular Guiné-Bissau

Autores

  • Mamadú Saliu Djaló Universidade Federal de São Carlos

Palavras-chave:

Guiné-Bissau, Futa-fula, Pronomes pessoais

Resumo

A variedade futa-fula ou pular futa é uma variedade de fula falada na Guiné-Bissau, país localizado na costa ocidental da África. Essa língua se configura na lista de várias línguas, no planeta, que até agora não são valorizadas ou estudadas. Dessa forma, supõe-se as seguintes hipóteses: a valorização das línguas europeias (inglês, francês e português) fez com que a fula não ter ganhado um status na Guiné-Bissau. A falta de incentivo dos pais, assim como a não descrição ou estudo contribui na extinção dessa língua. O objetivo geral do presente trabalho é fazer uma análise do uso dos pronomes pessoais de caso reto da variedade futa-fula falada na Guiné-Bissau, em outras palavras, compreender como os usuários usam tais pronomes nas suas comunidades de fala. Para coleta de dados, foi aplicado um questionário a um grupo de informantes, que têm futa-fula como língua materna e que se encontram no Brasil, no estado do Ceará, nos municípios de Redenção e Acarape. No total são oito informantes, quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino e ambos são estudantes na Unilab-CE, com uma faixa etária variável entre 26 a 37 anos de idade. Nessa análise, se conclui que, em alguns casos, os pronomes exercem a função do sujeito, além disso, apontam as pessoas do discurso e desempenham a função de pronome substantivo. Também, se constatou que os pronomes são usados na forma longa, assim como na forma curta nos enunciados. Hoje em dia, a análise e estudo das línguas africanas, em especial da fula (variedade futa-fula) é pouco estudada, esperamos que o nosso trabalho possa servir como fonte de apoio para os futuros pesquisadores e os que tiverem a interesse de aprender a língua futa-fula.

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Resumo na língua futa-fula: Pular futa Ko fedde pular wouletedho Guiné-Bisaau, leidi wondi Ka hello África ocidental. Ngal ndengal no tawá ê ndende bui dê tounáca, mádun dê djangáca. En wáwi wiugol: tounugol ndende porto, wanô inglês, francês e português, ko kanhun wadi pular djogaki dóle nder Guiné-Bissau; mádun ngol salagol ekutugol paikoikoi, kanhuma ê djangugol/windugol wadai ndengalgal madja má angal djogagol woulobê. Ê nder dé golê, men ndárai honô pular futa hutorta pidji lontotódi tagádo ê nder yeuterê. Fi famugol dun, men landi fulbê wonubê Brasil-CE, ka dental wietégal Redenção kanhum ê Acarape. Ê nder pbébê men landibên, hino tawá worbê naiô ê reubê naiô, djangobê Unilab-CE, djoguibê dúbi akudê nogai ê djégo há tchapantati ê djêdi. Ê nder de landê, men fami wondema pular hutorai di pidji fi lontagol indê nedô ê nder yeuterê, holirai kadi tawabhe ê nder yeuterê. No andirdhen non, hande, djangugol tdentde africa, wano pular futa Guiné-Bissau, dudaka djanguedhe, Men sinki golle amendhen vallai bui falabhe famude, madun djangudê ngal tdengal.

Biografia do Autor

Mamadú Saliu Djaló, Universidade Federal de São Carlos

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, Universidade Federal de São Carlos, concluiu a graduação na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Participou e participa em vários projetos, tais como: Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de 2018 a 2019. Também no mesmo ano, foi bolsista voluntário de Iniciação Cientifica - PIBIC/UNILAB, um projeto voltado à lexicografia, cujo título é "Léxico e Cultura nos Países de Língua Oficial Portuguesa?, e que contou com a orientação da professora Gislene Lima Carvalho. Além disso, foi bolsista do Centro Integrado de Atenção ao Desenvolvimento Infantil, na qual atuou no eixo de matrizes africanas.

Referências

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Publicado

10-06-2022

Como Citar

Djaló, M. S. (2022). O uso dos pronomes pessoais do caso reto na variedade futa-fula da Guiné-Bissau: Hutorgol pidji lontotodi tagado ê nder yeutere ka pular Guiné-Bissau. NJINGA E SEPÉ: Revista Internacional De Culturas, Línguas Africanas E Brasileiras, 2(1), 313–324. Recuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/609