Direito à cidade e cultura de paz: biopolítica, ambiente e direitos humanos em Aquarius
Fanelo ya doropa ni mahanhelo ya kurhula: Mahanyelo, tindau ni tifanelo ta vanhu a Aquarius
Abstract
“Aquarius”, filme produzido em 2015, com estreia mundial em maio de 2016, no 69º Festival de Cannes, escrito e dirigido por Kleber Mendonça Filho, resulta de co-produção brasileira e francesa. É importante obra para análise do direito à cidade, a partir de uma perspectiva biopolítica, pois as dinâmicas sociais, econômicas e políticas retratadas pelo filme acontecem na realidade das cidades brasileiras e em várias outras do mundo. A opressão de pessoas pela disposição espacial e pela lógica especulativa imobiliária do sistema capitalista, é retratada no filme que apresenta o panorama socioeconômico brasileiro, nas intersecções gênero, raça e classe, nas diversas personagens e relações apresentadas. A obra versa sobre a insurreição de Clara, protagonista de 65 anos, mulher viúva, interpretada por Sônia Braga. Ela é a última moradora do “Edifício Aquarius”, Praia da Boa Viagem, em Recife, e recebe insistentes propostas da segunda maior construtora da cidade para a venda do seu apartamento, mas se recusa a vendê-lo, por nutrir afeto pelo espaço onde mora, sua localização e as memórias de sua vida ali insculpidas. O objetivo da construtora é a demolição do prédio para construção de um condomínio de luxo, inscrição do modus operandi do mercado imobiliário, em cuja órbita gravitam relações políticas, religiosas e midiáticas, configurando-se jogos complexos de poder que estruturam vidas nas cidades brasileiras. Marginalização, discriminação, necropolítica, gentrificação, deterioração ambiental e pobreza também são retratadas na obra, que se apresenta como um manancial para análises sobre Biopolítica, Ambiente e Direitos Humanos no contexto do Direito à Cidade.
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“Aquarius” hi filme ndzi nga hambiwa e lembe la 2015, li nga yaxiwa hi Maio wa leme la 2016, ca 69º wa nkuyo wa Cannes, li na tsaliwa ni fambisiwa hi Kleber Medonca Filho, ri endziwile hi ku npfunissiwa hi Brasil ni França. A ntiro loyo uni lissima, eku xihaxiha ya fanelo la doropa, eku sunguna ha mayanhelo mapsua mahelano ni ya h munhu, la mabindzu ni milahu há tikweni, swi nga xaxametiwa eka filme leli, siku ri nwana ni li nwana eka madorapa ya Brasil ni ti ndau tinwana ta missaveni. A ku xanissiwa ka vanhu hikwalaho, ka ku pfumala ndau ya k haka, ni k dula ca suigotso hi koloyo ka layo mafumelo la mantsa ya ti Mali, swa komissiwa eka filme leli mahanhelo há vanhu ni mabindzu há Brasil, swiyi ni ku hambanhissiwa ca vavassati ni vanuna, lhongue ni xihimo e ka vanhu vo hambana hambana ni lhangano yu na kombissiwa. A ntiro loyo u Kombissa Clara wa 65 wa malembe, wansanti wanoni a Kombissiwaka e hi Sónia Braga, yena hi muhanhi wa ugamo a “Aquarius”Praia da boa viagem, ya Recife, minkari hikwayo a amukela a a mayonela aku xahissa a yindlu aki eka compone a vumbhiri hi k kuula hi hu haki, kambe Ana pfumele, hikuya a rhandza a ndau lihane ni leswako a ni a minakanho a leswi a nga swihanha. A kongomo a compone leyi, hi ku lhota a yindlu leyi yi gama yi haka, a yindlu hiwana ya lissima inga modus operandi ya bazara, dza swigotso, leyi ina ta kombissa, milawu há tiko, a yu khongueli, ni ku paluxa a mithiro a tikweni, ni mi mpalissano ya matimba, yi komissaka, a vtomi la madoropa ya Brasil. Uswete, ku tsonahatiwa, swi katisso swa rifu, ku sussiwa ka swissiana swi hekiwa tindau tinwana, ku ta la fuweke, ku yoniwa ka missava, ni uswete, na swona swa kombissiwa ca ntiro lowo, leswi swi endlaka, leswaku ku xopassissiwa,, ya mahhanhelo, ti ndawu ni tifanelo ta vanhu mahelano ni fanelo ya doropa.
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