A poesia de Noémia de Sousa: uma descrição da mulher moçambicana em “Sangue negro”
Awọn ewi ti Noémia de Sousa: apejuwe ti obinrin Mozambique ni "Sangue negro"
Palavras-chave:
Mulher moçambicana, Noémia de Sousa, “Sangue negro”Resumo
O presente artigo se propõe a analisar a representação da figura feminina em três poemas da obra “Sangue negro”, de autoria da moçambicana Noémia de Sousa, publicada pela primeira vez em 2001, cujos versos patenteiam o retrato de um sistema colonial português marcado pelo preconceito racial e pela violência à mulher moçambicana. O referencial crítico que fundamenta as discussões levantadas nesta pesquisa advém de estudos literários com enfoque na literatura de matriz africana de Língua Portuguesa, tais como Padilha (2004), Fonseca e Moreira (2007), Noa (2008) e Chiziane (2013), bem como no levantamento sistemático de trabalhos acadêmicos sobre a temática em foco, como Freitas (2010), Carvalho e Ribeiro (2017), Bonini (2018) e Oliveira e Coelho (2019), tendo como objetivo principal identificar a situação da mulher negra no período colonial em Moçambique. Para tanto, utilizou-se o modelo descritivo e a análise qualitativa de dados, dada a natureza bibliográfica deste estudo. A análise de “Sangue negro” deixa evidente um sistema de relações sociais vigentes na sociedade moçambicana colonial que marginaliza a mulher negra, configurando-se enquanto discurso narrativo que permite ao leitor vislumbrar o sofrimento, a dor e a angústia de um eu lírico feminino silenciado pelos horrores da colonização na África. Assim, os versos poéticos de “Sangue negro” apresentam uma poesia de combate e de resistência feminina ao domínio colonial português.
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Áljẹbrà: Nkan yii ni ifọkansi lati ṣe itupalẹ awọn aṣoju obinrin ni awọn ewi mẹta lati inu iṣẹ “Sangue negro”, nipasẹ Noémia de Sousa Mozambique, ti a tẹjade fun igba akọkọ ni ọdun 2001, ti awọn ẹsẹ rẹ ṣe afihan aworan ti eto amunisin Portuguese ti samisi nipasẹ nipa ikorira ẹda ati iwa-ipa si awọn obinrin Mozambique. Ilana to ṣe pataki ti o ṣe agbekalẹ awọn ijiroro ti a gbe dide ninu iwadii yii wa lati awọn ikẹkọ iwe-kikọ ti o dojukọ lori awọn iwe orisun orisun Ilu Pọtugali, bii Padilha (2004), Fonseca and Moreira (2007), Noa (2008) ati Chiziane (2013), bi daradara bi ninu iwadi eto ti awọn iṣẹ ẹkọ lori koko-ọrọ ni idojukọ, gẹgẹbi Freitas (2010), Carvalho and Ribeiro (2017), Bonini (2018) ati Oliveira and Coelho (2019), pẹlu idi pataki ti idamo ipo naa ti awọn obirin dudu ni akoko amunisin ni Mozambique. Fun idi eyi, awoṣe ijuwe kan ati itupalẹ data agbara ni a lo, ti a fun ni iru iwe-itumọ ti iwadii yii. Onínọmbà ti “Sangue negro” jẹ ki eto ti awọn ibatan awujọ ti o bori ni awujọ Ilu Mozambique ti ileto ti o sọ obinrin dudu di alaimọ, tito ararẹ bi ọrọ asọye ti o fun laaye oluka lati wo ijiya, irora ati irora ti ara ẹni lyrical obinrin ti o dakẹ nipasẹ awọn ẹru ti ileto ni Afirika. Nitorinaa, awọn ẹsẹ ewi ti “Sangue negro” ṣe afihan ewi ti ija obinrin ati atako si ijọba amunisin Portuguese.
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Referências
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