Omau kwa tya nghalondjokonona yovakwanghala vomo Angola – ova !kung (!xung) novakedi vo mokunene

Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de Angola

Autores

  • Leonardo Tuyenikumwe Pedro https://orcid.org/0000-0003-4619-9732 https://orcid.org/0000-0003-4619-9732
  • Paulino Luís Mussili Instituto Superior de Educação da Huila

Palavras-chave:

História, Cultura, !Kung, Khoisan, Angola

Resumo

Oshikwanyama/Shaxupipika/exupipiko: Oshixupipikwa Omushangwa ou ouna e tomeno loku nongononna oma u kwa tya oukali-noopandjokonona yongudu muhoko wOvaKun nOwedi vomo Kunene (Angola) oludi lOvakwanghala (Ovakoisan), esho osho oshifilwa shisho shetu, tu konakone omau kwa tyandjokona nomifyuululwakalo doludi eli moku shipununa kwa keshe efiku. Oshikalemo pulo osho nee eshi: Onhelemutumba pandjokononamishangwa dAfillika nOunyuni otai hangwa peni? Enengenekofaneko 1: nonande Ovakung nOvakwedi ovo “oludi ta li ifanwa li heshi lihapu”, ovo oshidimbulukifo kovanhu aveshe, osheshi eli va ninga eshi ovandjokononi vAfilika há vai fana etindi lonakudiwa yAflika – ovakalimo votete vAflika, naunene, mousnyuni, aushe, ofimbo va talelwa komashongo manene oku hanaukapo kwo mau kwa tya oukali noondjokonona yavo (ounhu wavo nomifyuululakalo); Enengenekofaneko 2: Omaulikofaneko ovahongi ounyuni (omafano noihongwa mamanya) oya kala ya ningwa kolunhu va vo vonhale, mongaha, oindulukwa yavo va fiyapo oyo oiholelwa yafimana kombinga yeuliko lasho shali oku kala kwavo, omaupuna avo, eshiivo noku tengenekayo eitavelo lavo nolounyuni, aushe. Ovakung novakwedi, oku dilila moukali-ndjokonona yavo tashi shiiva oku yandja enyamukulo kwi hapu yapamba efimbo lapita lovanhu. Momafiku onena omau kwa tya ondjokonona nomifyuululwakalo davo ota di dulu oku yambidida kexumokomesho loukali, lomaliko, mwa kwatelwa omatalelelpo omifyuululwakalo dAflika lwokolukadi. Eongelo loukwashili woku dutapo omushangwa ou o wakwashipalekwa komapupi avali: ekonakono lomambo nokupula ovaneneenhu voludi lOvakung vena ounongo nondjokonona yatambulafanwa okanya nokanya, sha ningilwa monhele yoku kwavo! Ovakung nOvakwadi mOshimolo, mOkunene (Angola). Oshikalemo oshakonakonwa “noukwatya ndjokonona” , mwasho ta shi pitike u konakone nawa kesho odjo ove u konge ounene welinekelo moshilo sho she twa po.

***

Em Angola existem 3 grupos populacionais quanto à origem: povos bantu, khoisan e vatwa. Esta pesquisa estuda aspectos sócio-históricos do grupo étnico !Kun de Angola pertencente ao grupo khoisan. Pretende-se analisar o histórico e a cultura desta etnia numa perspectiva diacrónica. Qual é o lugar  dos povos !Kung na historiografia africana e universal? Os !Kung  são “etnias menorizadas”, e são relíquia para a humanidade, porque constituem o fundo primitivo de África (os primeiros habitantes de África, do planeta terra) e que correm  o risco de extinção ou apagamento das suas raízes históricas e antropológicos. Os !Kung podem responder à várias questões sobre o passado do homem no planeta terra. Este é um estudo bibliográfico e de campo com uso de entrevistas como instrumentos de coleta. As entrevistas foram realizadas com personalidades da etnia !Kung portadora da história oral, realizado ao habitat da comunidade !Kung em Oshimolo, Província do Cunene (Angola). O conteúdo foi submetido ao “método histórico” uma vez que permite examinar cuidadosamente cada uma das fontes disponíveis e procura determinar o grau de fiabilidade e veracidade da informação. Da pesquisa se conclui o povo !kung de Angola merece toda a nossa atenção por ser um povo que preserva traços socio-históricos e linguísticos da ancestralidade africana. As representações artísticas da humanidade (pinturas e gravuras rupestres) foram produzidas pelos seus ancestrais, deste modo, seus vestígios constituem valiosas fontes de informação sobre a sua sociedade, economia, tecnologia e provavelmente religião e da humanidade, em geral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leonardo Tuyenikumwe Pedro, https://orcid.org/0000-0003-4619-9732

Doutor em História Moderna e Contemporânea, ramo de Defesa e Relações Internacionais pelo ISCTE-IUL, Lisboa. Investigador Integrado do Centro de Estudos Internacionais (CEI-ISCTE-IUL). Professor no Magistério de Ondjiva (MAGO) e no Instituto Superior de Educação  de Huila - Angola.

Paulino Luís Mussili, Instituto Superior de Educação da Huila

Licenciado em História pelo Instituto Superior de Educação da Huila. Professor no MAGO. 

Referências

ALMEIDA. A. (1994), Os Bosquimanos de Angola, Lisboa, Ministério do Planeamento e da Administração do Território Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia Instituto de Investigação Científica Tropical.

BARNARD, A. (2007), Anthropology and the Bushman. Oxford-New York: Berg.

BLOCH, Marco (2010), Introdução à História, 2ª ed., Lisboa: Public Europa-América.

CLARK, J. D. (2010), Pré-História da África austral. In: KI-ZERBO, Joseph (editor). História geral da África: Metodologia e Pré-história da África, Volume I, 2ª edição, rev. – Brasília, UNESCO.

DEMARTIS, L (2006), Compêndio da sociologia, Lisboa, edições 70, Lda.

ESTERMANN, C. (1960a), Etnografia do Sudoeste de Angola, Volume I - Os povos não Bantos e o grupo étnico dos Ámbos, Lisboa, editora: Junta de Investigação do Ultramar, 2ª edição.

ESTERMANN, C. (1960a), Etnografia do Sudoeste de Angola, Volume I - Os povos não Bantos e o grupo étnico dos Ámbos, Lisboa, editora: Junta de Investigação do Ultramar, 2ª edição.

ESTERMANN, C. (1960b), Etnografia do Sudoeste de Angola, Volume II - O grupo Étnico Herero, Lisboa, editora: Junta de Investigação do Ultramar, 3ª edição.

ESTERMANN, C. (1983), Etnografia de Angola (Sudoeste e Centro), Lisboa, editora: Colectânea de artigos disperso, Volume I.

ESTERMANN, C. (1983), Etnografia de Angola (Sudoeste e Centro), Lisboa, editora: Colectânea de artigos disperso, Volume II.

FERNANDES, J. e NTONDO, Z. (2002), Angola: Povos e Línguas, Luanda, editora Nzila.

FITUNI, L.L. (1985), Angola: Natureza, População e Economia, Moscovo, Ed. Progresso.

GIDDENS, A. (2006), Sociologia, 6ªedição, Porto Alegre, editora Penso.

Gomes, M. (2011), História da Arte, Lubango, ISCED-Huila

GREENBERG, J. H. (2010), Classificação das Línguas de África, in: KI-ZERBO, Joseph (editor). História geral da África: Metodologia e Pré-história da África, Volume I, 2ª edição, rev. – Brasília, UNESCO.

GUERREIRO, M.l V. (1968), Bochímanes !Khu de Angola, Lisboa, editora: Junta de Investigações do Ultramar.

JONES, K. (2019), Contemporary Khoesan Languages of South Africa. In Critical Arts. Disponível em: https://doi.org/10.1080/02560046.2019.1688849, consultado a 20.10.2021.

KEITA, B. (2008), História da África Negra, «Cheikh Anta Diop», Contribuições endógenas para a escrita da história do continente, ensaio de Reflexão sobre uma obra, Luanda, 1ª edição, editorial Nzila

KONDJA, J. E. (2021), Produção de segmentos consonânticos do português por falantes nativos do !Khun (Khoisan), língua angolana. Dissertação de Mestrado em Ciências da Linguagem, na Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas da Universidade do Minho.

König, C. (2008), Khoisan languages. Linguistics and Language Compass, 2(5), 996–1012. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1749-818X.2008.00084.x, consultado a 16.10.2021.

LEE R. (1993), The Dobe Ju/’hoansi: Case Studies in Cultural Anthropology, Orlando Florida, Harcourt Brace College Publishers.

MPLA (1965), História de Angola. Porto, Edições Afrontamento.

NAMOLO, G. (2010), O código das línguas no Mundo Globalizado. Arquidiocese do Lubango -Angola, Lubango.

OLDEROGGE, D. (2010), Migrações e diferenciações étnicas e linguísticas,In:KI-ZERBO, Joseph (editor). História geral da África: Metodologia e Pré-história da África, Volume I, 2ª edição rev. –UNESCO, Brasília.

PARKINGTON, J. E. A. (2010), África meridional: caçadores e colectores. In: MOKHTAR, G.. História geral da África II: África antiga. 2.ed. rev. Brasília, UNESCO.

PAULME, D. (1996), As Civilizações Africanas, 2ª edição, Santa Sinta, Publicações Europa-América, Lda.

PEDRO, L. T. & MUSSILI, P.L. (2012), Impacto do processo de integração do grupo étnico Khoisan na comunidade Bantu- caso do Município do Kwanyama – Kunene. Lubango, Dissertação de Licenciatura em Ciências da Educação, Opção em História, ISCED-Huila.

PIÇARRA, A. (2010, A Valorização da Arte Angolana,em ) «Revista Austral», Luanda, edição do Jul/Ago, Nº 80. Edicenter Publicações.

PINTO, Antunes R. Kaimba; NÓBREGA, Paulo Jorge (2009), O Processo de integração da comunidade bosquimano. Um estudo exploratório no Município da chibia, Proposta de enriquecimento do conteúdo no 2º ano do curso de História no ISCED-Lubango.

PRINTEREST: The Africa Image Library. s.d. Disponível em: <https://br.pinterest.com/pin/171910910753721661/ >.Acesso em 22 dez.2021.

REDINHA, J. (1969), Distribuição Étnica da Província de Angola, 5ª edição, Luanda, Centro de Informação e Turismo de Angola.

REDINHA, J. (1975), Etnias e Culturas de Angola, Luanda, editora: Instituto de Investigação Científica de Angola.

SCHALER, T. R. (2006), Sociologia, 6ª edição, São Paulo, CP Editorial Lda.

Texto de Apoio (2010), Antropologia Cultural do ISCED-Lubango, 3º Ano.

TITIEV, M. (2009), Introdução à Antropologia Cultural, 10ª edição, Lisboa, Fundação Calouste Culbenkian, Serviço de Edição e bolsa.

ENTREVISTAS

Entrevista ao José Francisco Mário, em Ondjiva (Cunene), dia 23.9.2021.

Entrevista a Hamutenha waNepembe “!Nheme”, no dia 26 de Abril de 2012, na comunidade !Kung de Okafima (Oshilomo), Cunene, Angola.

Entrevista a Kaliwatona, em Okafima (Oshilomo), dia 26 de Abril de 2012.

Entrevista a Naukalemo, em Okafima (Oshilomo), dia 26 de Abril de 2012.

Entrevista a Shikongo Haludingo “Kaima”, autoridade tradicional (Soba) de todas comunidade !Kung na Comuna de Oshimolo.

Entrevista ao Quartim Paulo Shahulo, dia 1.10.2021, Administrador da Comuna de Oshilomo (Cunene)

Entrevista ao Shikongo Haludingo, soba grande da comunidade !Kung.

Downloads

Publicado

30-12-2021

Como Citar

Pedro, L. T. ., & Mussili, P. L. . (2021). Omau kwa tya nghalondjokonona yovakwanghala vomo Angola – ova !kung (!xung) novakedi vo mokunene: Aspectos socio-históricos dos povos !kung (khoisan) de Angola. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 1(Especial), 164–188. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/857

Edição

Seção

Seção I - Artigos inéditos e traduções/interpretações