O kikongo e a cultura do povo bakongo: a cultulinguística nos nomes próprios

Autores

  • Kialunda Sozinho Kialanda Universidade Estadual de Feira de Santana

Palavras-chave:

Povo Kikongo, Bakongo, Nome, Cultulinguistica

Resumo

Essa pesquisa almeja analisar o significado dos nomes no povo bakongo e a relação destes com suas tradições. Usando o método bibliográfico e analisando um corpus selecionado da cultura bakongo, pudemos perceber como os nomes carregam a identidade dos membros da comunidade. Da pesquisa se conclui que existem dois tipos de nomes: o oficial e o tradicional. Em kikongo o primeiro nome, dado por ocasião do nascimento, é escolhido de acordo com as circunstâncias ou com o momento em que se nasce. O nome tradicional é utilizado na evocação dos antepassados. Aliás, em alguns grupos sociais são os antepassados que atribuem nomes aos vivos; o contato entre os vivos e os mortos é feito por meio de adivinhadores, curandeiros ou profetas (pela mediunidade). Dentro da etnia, o indivíduo é reconhecido pelas autoridades sobrenaturais por meio do nome tradicional que, por vezes, é mantido em segredo entre os anciãos e membros mais influentes do grupo. O segundo nome muitas vezes homenageia alguém importante, como um benfeitor, padrinho, padre, pastor ou é o nome de um avô, avó ou parente do pai. Alguns desses nomes, que indicam a ordem dos iniciados numa classe de idade, continuam a existir (como Mbala, Kiala, Lukoki). Esses dados mostram que os nomes de montanhas se ligam aos significados atribuídos pelo povo. Em muitos momentos não existe uma tradução literal, pois os nomes carregam uma identidade cultural inexistente na cultura europeia de onde o português se originou. o nome da criança recém-nascida pode ser atribuído ao lugar aonde o pai se encontrava em tal ocasião, ou onde o nascimento ocorreu. Os nomes de regiões ou povos são tirados de nomes de feitiços célebres, das condições topográficas, etc. Isso significa que o meio ambiente é relevante para a atribuição do nome.

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Biografia do Autor

Kialunda Sozinho Kialanda, Universidade Estadual de Feira de Santana

Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2023). Licenciado em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Professor e Pesquisador, tem experiência e conhecimentos em ensino e pesquisa de línguas africanas, nomeadamente, a língua Kikongo e a língua Lingala e sobre o ensino do português angolano (PA).

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Publicado

15-09-2024

Como Citar

Kialanda, K. S. (2024). O kikongo e a cultura do povo bakongo: a cultulinguística nos nomes próprios. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 4(Especial I), 470–483. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1866