Antroponímia e toponímia guineenses: desafios linguístico-culturais
Palavras-chave:
Nomeação, Antroponímia, Toponímia, ResistênciaResumo
O nome é uma forma de identificar pertencimentos culturais dos povos ao longo da história das línguas naturais. O ato de nomear estabelece constitutivamente relações de poder entre o nomeado e quem nomeia. No contexto africano, matizado pelo empreendimento colonizador europeu e dentre os países que foram colonizados por Portugal, Guiné-Bissau carrega no seu nome essa representação de poder, uma vez que, nos primeiros contatos com os portugueses, foi apagada do topônimo bossau, através do seu aportuguesamento, a referência à etnia pepel. A estratégia de silenciamento da identidade linguístico-cultural do povo guineense se fez notar também em seus antropônimos, onde se podem verificar apagamentos étnicos em nomes e sobrenomes guineenses transmutados para aqueles de origem portuguesa. No entanto, o povo guineense também resistiu à colonialidade, mantendo muitos de seus nomes nos quais se recuperam pertencimentos étnico-culturais, como apresentaremos nesse estudo. Para demonstrar como aspectos linguístico-culturais de resistência étnica se fazem registrar em topônimos e antropônimos guineenses, apresentaremos um cotejo de alguns nomes comuns como Guiné-Bissau e Bijagós, além de alguns antropônimos por meio dos quais se identifica o grupo étnico-linguístico a que pertence a pessoa nomeada. Os signos foram inventariados em bases como relatórios do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) e documentos cartográficos e sua análise incorporou aspectos da cultura guineense e da composição morfológica, à luz do contexto de significação para a comunidade multilíngue e multicultural de Guiné-Bissau, tema de relevância nos estudos da linguagem.
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