O ensino das Humanidades como literacia para uma justiça económica e social
Dyondzo ya vumunhu tanihi vutivi bya ku hlaya na ku tsala eka vululami bya ikhonomi na ntshamiseko
Resumo
A nível geral e global, as humanidades na Universidade têm sido desvalorizadas nas décadas mais recentes (tendência 1). Um dos efeitos dessa desvalorização tem sido a menor presença das humanidades na sociedade, em particular no mercado de trabalho. A par desta tendência ocorreu uma série de transformações, entre as quais a intensificação das desigualdades sociais (tendência 2). Da coexistência destas duas tendências, ambas resultantes da influência neoliberal nas políticas públicas, surge a questão de saber em que medida a primeira é um dos fatores que foi facilitando a segunda. Neste artigo explicita-se como se foi concretizando um menor investimento nas humanidades em contexto académico e os respetivos fatores condicionantes. Seguem-se as razões pelas quais fragilizar o ensino nestes domínios do conhecimento condiciona negativamente uma justiça económica e social. Dito de outra forma, salientam-se as especificidades ganhas com uma formação em humanidades, se aberta às várias correntes de pensamento e independentemente das disciplinas estudadas. Por contraste, intui-se o vazio que se vai instalando na sociedade enquanto o seu ensino vai definhando. Este vazio não é somente uma ausência de conhecimento. É também a fragilização, na esfera coletiva, de determinadas capacidades reflexivas e atitudes, determinantes para o desenvolvimento de uma sociedade que se idealiza inclusiva, protetora da natureza e pacífica.
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Eka xiyimo xo angarhela na xa misava hinkwayo, vutivi bya vanhu eYunivhesiti byi hungutiwile eka makume ya malembe ya sweswinyana (trend 1). Yin’wana ya mimbuyelo ya ku hunguteka loku ka nkoka ku vile vukona bya le hansi bya vutivi bya vanhu eka vaaki, ngopfungopfu eka makete wa vatirhi. Etlhelo ka ntshamiseko lowu, nxaxamelo wa ku cinca wu humelerile, ku katsa na ku tiyisisiwa ka ku nga ringani ka ntshamiseko (ntshamiseko wa 2). Ku suka eka ku hanya swin’we ka mikhuva leyi yimbirhi, leyi havumbirhi bya yona yi humaka eka nkucetelo wa neoliberal eka tipholisi ta mfumo, xivutiso xi tlakuka xa ku tiva leswaku xo sungula i xin’wana xa swilo leswi oloviseke xa vumbirhi ku fikela kwihi. Xihloko lexi xi hlamusela hilaha vuvekisi byintsongo eka vutivi bya vanhu byi fikeleleriweke hakona eka xiyimo xa dyondzo na swilo leswi faneleke swa xiyimo. Hi leswi swivangelo leswi endlaka leswaku ku tsana ka dyondzo eka tindhawu leti ta vutivi swi veka swiyimo swo biha eka vululami bya ikhonomi na ntshamiseko. Hi marito man’wana, swihlawulekisi leswi kumiweke eka ndzetelo wa vutivi bya vanhu swi humelela, loko swi pfulekile eka maendlelo yo hambana ya miehleketo naswona ku nga langutiwi tidyondzo leti dyondziwaka. Ku hambana ni sweswo, munhu u vona vuhava lebyi tshamaka evanhwini kasi dyondzo ya byona yi ri karhi yi tlanga hi nkarhi. Ku pfumala nchumu loku a hi ku pfumaleka ka vutivi ntsena. Nakambe i ku tsana, eka xiyenge xa nhlengeletano, ka vuswikoti byo karhi byo anakanyisisa na mavonelo, swilo leswi lawulaka nhluvukiso wa rixaka leri tivonakala tanihi leri katsaka hinkwavo, leri sirhelelaka ntumbuluko na ku rhula.
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Referências
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