A negritude africana, um realce às divindades e uma reverência aos ancestrais no conto Vozes na Sanzala (Kahitu) de Uanhenga Xitu

Autores

  • Leovigildo Domingos António Instituto Superior Politécnico da Caála/Instituto Superior Politécnico de Humanidades e Tecnologias

Palavras-chave:

Negritude, Angolanidade, Uanhenga Xitu, Literatura

Resumo

Nesta abordagem pretendeu-se analisar a influência negro-angolana na construção literária do conto Vozes na Sanzala (Kahitu), por constituir um pressuposto basilar para afirmação da personalidade negro-africana e angolana de modo particular. Vozes na Sanzala (Kahitu), publicado em 1984, é uma das notáveis obras do escritor e nacionalista angolano Agostinho André Mendes de Carvalho (Uanhenga Xitu). O principal objectivo deste estudo é compreender a condição circunstancial do negro angolano dentro da cultura tradicional bantu, trazendo a lume uma visão antropológico-literária, aliado ao facto da divulgação e exaltação da cultura africana e angolana em Vozes na Sanzala (Kahitu). A atenção está voltada à constatação de um discurso que ultrapassa as limitações impostas pelo colonialismo, por isso, tencionou-se observar o quotidiano angolano fora das urbes, verificar as implicações da tradição oral na manutenção e consolidação das sociedades africanas. Portanto, em função da natureza pesquisa, com vista o alcance dos objetivos preconizados, recorreu-se ao método de análise interpretativa fundamentado na leitura que se fez ao conto Vozes na Sanzala (Kahitu), também se fez um recurso ao método de pesquisa bibliográfica, mergulhando na profundidade das narrativas criadas e nos trabalhos de outros investigadores que nos precederam na análise das narrativas de Uanhenga Xitu, com maior particularidade, no conto em referência. E com base nisso, foi possível verificar no texto as fortes influências da realidade negro-africana e os traços típicos da oralidade, sobretudo, na decorrência dos adágios, provérbios, advinhas e até mesmo ao próprio ambiente social da sanzala, onde o autor revela a forma como o povo fala, como anda, como vê o mundo na sua língua materna.

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Ku pange u ndeti tu yongola oku taliliya nda mupi oku kala katekavã kua mulo v'Ongola kua kuatisa ko kutungiwa ku olusapo Vozes na Sanzala (Kahitu), momo ya linga efetikilo lyo ku taviwa kue kalo lia vakatekavã vo cifuka co África kuenda v'Ongola. Vozes na Sanzala (Kahitu), ya mbiwa oluya ku lima wa 1984, kuenda likasi limue elivulu lya velapo liu usonehi aye onungambo ya mulo v'Ongola Agostinho André Mendes de Carvalho (Uanhenga Xitu). Ocimaho ca velapo cu'pange ulo oku kulihã ekalo lia katekavã mulo v'Ongola, pokati k'ovitua l'oviholo nhitiwe vya tete v'ocifuka c'o Áfrika, kuenda okueca ukuliso kuo ku tuwa k'uolonhitiwe vi'Ongola, kuenda vi'o cifuka co África, v'elivulu Vozes na Sanzala (Kahitu). Upange ua tiamela ko kutungiwa k'ulandu upitaala alianga aciwa k'u olinga kacikolonya, omo liaco, tuyongola okutalilya ekalo liolo nungambo vi'Ongola va kasi ocipala lolupale, loku taliliya vo upange wokupitikiya ekalo, ovitua loviholo via mulo vo'cifuca co África.  Oco visuisiwe po ovimaho vi'upange ulo, kua tangiwa alivuli añi añi, vio losonehi viñi viñi, kuenda onjila yoku taliliya elivulu lio lusapo Vozes na Sanzala (Kahitu), kuenda alivulu amue vatiamela k'olosonehi via velapo k'osimbu u otukuiwa Uanhenga Xitu, cine po vali k'olusapo twa tanga ndeti. Oco kwa muiwa okuti via lua ovitua loviholo via vakatekava, kueanda alusapo l'alundongo k'eli lio feka.

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Biografia do Autor

Leovigildo Domingos António, Instituto Superior Politécnico da Caála/Instituto Superior Politécnico de Humanidades e Tecnologias

Mestrando em Ensino da Língua Portuguesa pelo ISCED-Sumbe, graduado em Ensino da Língua Portuguesa pelo ISCED-Huambo, docente de Língua Portuguesa e Literatura no Instituto Superior Politécnico da Caála e no Instituto Superior Politécnico de Humanidades e Tecnologias ISUPEkuikui II- Huambo.

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Publicado

08-09-2024

Como Citar

António, L. D. (2024). A negritude africana, um realce às divindades e uma reverência aos ancestrais no conto Vozes na Sanzala (Kahitu) de Uanhenga Xitu. JINGA SEPÉ: evista nternacional e ulturas, Línguas fricanas rasileiras (ISSN: 2764-1244), 4(2), 47–63. ecuperado de https://revistas.unilab.edu.br/index.php/njingaesape/article/view/1246

Edição

Seção

Seção I - Artigos inéditos e traduções/interpretações