Eles não sabem o preço da rua

tecnologias políticas de inclusão e literacia financeiras em Angola

Autores

  • Catarina Morawska

Palavras-chave:

antropologia da economia, mercado financeiro, Angola

Resumo

O objetivo do artigo é abordar os esforços da promoção da inclusão e literacia financeiras como uma tecnologia política que tem como horizonte a expansão do setor financeiro em Angola. Inspirada na fala de uma kinguila, nome dado a senhoras que fazem operações de câmbio nas ruas de Luanda, de que o setor financeiro “não sabe o preço da rua”, volto a atenção para os limites da disseminação da chamada “capacidade financeira”, noção mobilizada pelo setor a partir de pressupostos ontológicos pautados nos pares tradicional/moderno e formal/informal. Para tanto, abordo as condições externas esperadas e não satisfeitas na formação de sujeitos financeiros, incluindo tanto as condições políticas que produzem o que os agentes do setor chamam de “ineficiências no mercado”, em especial a relação estreita entre governo e bancos, quanto as condições econômicas, que levam a população a uma recusa em operar na lógica da techne capitalista do tempo.

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Publicado

30-12-2024

Edição

Seção

Dossiê: Olhares da Antropologia Brasileira sobre África