https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/issue/feed Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos 2025-07-07T13:47:51-03:00 Editores/as horizontessociologicos.unilab@gmail.com Open Journal Systems <p>ISSN:<span class="gmail_default"> </span>3085-7759</p> <p>Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos é uma revista semestral que publica artigos originais em português e bilíngues (português/línguas africanas ou línguas indígenas), resultados de pesquisa conceitual e/ou empírica rigorosas, de autores/as graduados/as, mestres/as, doutores/as ou pesquisadores/as não acadêmicos/as de notório saber da área de ciências sociais, bem como experiências de ensino e extensão, resenhas, traduções, entrevistas, artes. A revista acolhe contribuições de todos os enfoques, tendências, perspectivas e propostas de interpretação nas diferentes vertentes epistemológicas e metodológicas, que analisem, reflitam, interpretem e compreendam criticamente a sociedade brasileira e dos países africanos de língua portuguesa em múltiplas dimensões, com disposição editorial aos temas interseccionais que articulem classe, raça, gênero, etnia, orientação sexual, nacionalidade, capacidade, faixa etária, meio ambiente, e outras conceitos analíticos importantes ao Sul Global. A revista é aberta a interlocução com outros campos do conhecimento, tais como a história, economia, educação, filosofia e artes, que dialoguem com a literatura das ciências sociais.</p> <p> </p> https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/article/view/2273 ETNOGRAFIA VISUAL E DIVERSIDADE RELIGIOSA E ESPIRITUAL NA REDE DE COZINHAS COMUNITÁRIAS DO GRANDE BOM JARDIM 2025-07-04T11:53:46-03:00 Eduardo Gomes Machado edugomesmachado@gmail.com Nathyelly Araújo dos Santos nathyellyaraujo288@gmail.com Geyse Anne da Silva geyseannedasilva@gmail.com Adriano Paulino de Almeida adrianoalmeidadh@gmail.com Climério Anacé climerioanace@gmail.com Moisés Tavares Cá moisesinditavares@gmail.com <p>As fotografias foram feitas entre 2023 e 2024, através de visitas a 20 cozinhas comunitárias do Grande Bom Jardim, efetuando-se uma etnografia visual, buscando acompanhar e entender aspectos da dinâmica cotidiana, da mística, da capilaridade territorial e da relação com comunidades, grupos sociais e famílias vulneráveis. Este ensaio visual destaca a diversidade religiosa e espiritual que compõe a Rede de Cozinhas Comunitárias do Grande Bom Jardim (<a href="https://www.instagram.com/redecozinhascomunitariasgbj/">https://www.instagram.com/redecozinhascomunitariasgbj/</a>; <a href="https://cozinhascomunitariasgbj.org.br/">https://cozinhascomunitariasgbj.org.br/</a>, em Fortaleza, Ceará, com instituições, cozinhas e lideranças de filiação espírita, católica, evangélica, neopentecostal e de religiões de matrizes afroameríndias, particularmente a Umbanda e o Candomblé. As visitas vincularam-se ao projeto de iniciação científica e tecnológica “Cozinhas comunitárias como tecnologias sociais: uma análise a partir do Grande Bom Jardim, Fortaleza, Ceará”, e ao Projeto de Extensão, Arte e Cultura (PIBEAC) Diálogos Urbanos, nas edições entre 2020 e 2025. Foram entrevistadas lideranças e feitos registros visuais, através de vídeos e fotografias, que permitiram evidenciar a relevância da atuação das cozinhas comunitárias no enfrentamento à fome, em articulação com outras ações sociais. Por meio da atuação no território, fomos percebendo como os alimentos e o alimentar, as culturas alimentares, as religiosidades, as espiritualidades, as cosmologias e o protagonismo político popular-comunitário se entrelaçam, evidenciando a densidade, complexidade e relevância democrática e cidadã das agencialidades popular-comunitárias do Grande Bom Jardim.</p> <p>Neste ensaio visual, apresentamos oito fotografias, que expressam e revelam parte da diversidade religiosa e espiritual e da densidade cosmológica e societal na Rede de Cozinhas Comunitárias e no território do Grande Bom Jardim. As fotografias evidenciam como a presença de religiosidades/espiritualidades compõem a constituição urbana do território, as vivências cotidianas e o protagonismo ético-político popular-comunitário. A etnografia visual fomentou reflexões acerca das práticas culturais e ritualísticas das diversas tradições religiosas e/ou espirituais, desde as mais tradicionais do cristianismo até as práticas afro-indígenas, pensando como essas tradições dialogam com as práticas alimentares em uma lógica religiosa. Refletimos sobre como as práticas de alimentação votiva estão interligadas às ações sociais, evidenciando articulações entre ancestralidade e cultura alimentar e, ao mesmo tempo, como as influências da cidade e os desafios sociais afetam a manutenção dessas práticas. Também refletimos sobre como estas estão ligadas diretamente às cozinhas comunitárias, como a comunidade se relaciona com essas práticas e como isso se difunde no contexto social que transcende os adeptos das religiões/espiritualidades ali presentes. Seria importante também pensar na ideia de um grande polo ou eixo ecumênico social, onde as práticas religiosas de servir confluíssem no âmbito do movimento popular-comunitário do Grande Bom Jardim. Para finalizar, a convivência na Rede de Cozinhas Comunitárias é indício de uma postura democrática. As fotografias foram feitas por Nathyelly Araújo dos Santos. Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), ao Centro Cultural Bom Jardim (CCBJ), ao Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza (CDVHS), à Rede de Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável (Rede DLIS) e à Rede de Cozinhas Comunitárias do Grande Bom Jardim e a cada uma de suas instituições, cozinhas e lideranças.</p> 2025-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/article/view/2274 EXPEDIENTE 2025-07-04T13:54:52-03:00 2025-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/article/view/2150 MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA NA GUINÉ-BISSAU: É IMPERIALISMO CULTURAL? 2025-04-07T10:47:44-03:00 Lívia Barbosa Pacheco Souza livia.pacheco10@hotmail.com Elizabete Essamai Manga essamaimangaelizabete@gmail.com <p>É crucial estudar profundamente a Mutilação Genital Feminina (MGF) para promover a conscientização, desenvolver intervenções eficazes e garantir o respeito aos direitos humanos das mulheres, contribuindo assim para a erradicação dessa prática nociva globalmente. Diante desse contexto de injustiça e desigualdade, o presente estudo teve por objetivo examinar de forma crítica a prática da MGF na Guiné-Bissau sob a ótica da interseção entre cultura, tradição e direitos fundamentais das mulheres. Explorou-se os impactos físicos e psicológicos da MGF, as estratégias de combate e aceitação, e a posição do Panafricanismo e do Mulherismo Africano. Ao final do trabalho, o estudo concluí que a erradicação da MGF exige abordagens sensíveis à cultura, fortalecimento da legislação e colaboração internacional, destacando a necessidade de preservar a identidade cultural enquanto se promovem os direitos humanos universais das mulheres.</p> 2025-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/article/view/1990 UNIVERSIDADES EM RISCO: REFLEXÕES SOBRE O PAPEL DAS CIÊNCIAS HUMANAS EM REGIMES NÃO-DEMOCRÁTICOS EM ÁFRICA – O CASO DE ANGOLA 2025-01-16T11:00:19-03:00 José Manuel Mussunda da Silva josemussunda@aluno.unilab.edu.br <p>As universidades que silenciam seus estudantes e professores diante de injustiças sociais e políticas correm o risco de perder sua relevância e estarão condenadas a desaparecer. As Ciências Humanas, ao longo da história, exerceram e continuam exercendo um papel central na educação da sociedade sobre os perigos iminentes, promovendo conexões entre suas disciplinas e o desenvolvimento social. Essas áreas do saber auxiliam a família, a sociedade e o Estado a compreenderem os riscos de autodestruição e recusam-se a sucumbir ao poder repressivo, propondo políticas alternativas. Contudo, em regimes não democráticos, esses cursos enfrentam constantes ameaças de extinção ou falta de financiamento para pesquisas. Este artigo analisa a relevância das Ciências Humanas nas universidades africanas, com ênfase no contexto de Angola, abordando as tensões entre a formação crítica e as restrições impostas por uma cultura política autoritária. Metodologicamente, trata-se de um estudo de caráter bibliográfico e documental, complementado por gráficos do <em>Afrobarometer</em>, que analisam variáveis como apoio à democracia, satisfação com a democracia e discussões sobre política. Em síntese, o artigo conclui que, em contextos de ausência de democracia, criatividade e liberdades globais, torna-se quase utópico imaginar que as universidades possam manter um compromisso efetivo com a sociedade.</p> 2025-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/article/view/2184 ENTRE A HISTÓRIA E A PÓS-VERDADE: NOVAS TENDÊNCIAS DE ABORDAGENS A PARTIR DO REVISIONISMO HISTÓRICO, POSSIBILIDADES E LIMITAÇÕES. 2025-04-24T09:25:58-03:00 Paulo João Afamado Pedro paulojoaoafamado@gmail.com <p>Este estudo, de carácter bibliográfico, propõe contribuir para o debate sobre o papel da História e dos historiadores na era da pós-verdade. A partir das críticas pós-modernas, analisa os regimes de verdade consolidados na modernidade e suas influências na prática historiográfica, evidenciando como a disciplina auxiliou na legitimação de paradigmas e, por vezes, na formação de dogmas. O revisionismo histórico, embasado em perspectivas pós-modernas, é apresentado como possibilidade de reavaliação crítica da História enquanto ciência, embora enfrente limitações teórico‑metodológicas, em aspectos semânticos, definição de escalas analíticas e no compromisso ético‑crítico dos pesquisadores. Objectivo deste estudo bibliográfico é compreender o papel da História na era da pós-verdade, defendendo a necessidade de repensar métodos de pesquisa, revisar fontes e exigir rigor na apresentação de evidências que sustentem ou contestem narrativas. Em suma, reforça‑se o valor transformador da análise histórica crítica para enfrentar os desafios de um contexto marcado pela relativização da verdade.</p> 2025-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos https://revistas.unilab.edu.br/sociologia/article/view/1980 CIÊNCIAS HUMANAS, GLOBALIZAÇÃO E GEOPOLÍTICA: PISTAS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIOLOGIA AFROCENTRADA EM ANGOLA 2025-01-14T10:58:15-03:00 EDUARDO SALA eduardosala200@gmail.com <p class="western" align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><span lang="pt-BR">Este artigo tem como objetivo fazer uma análise interdisciplinar sobre a dinâmica organizacional/funcional e o ensino das Ciências Humanas em Angola, com ênfase em Sociologia. É um ensaio que agrega o método de pesquisa bibliográfica, problematizando diversas questões como migração, relações África/Ocidente, colonialidade e integração africana. O artigo analisa o papel e os desafios da Educação, Ciências Humanas-Sociologia em Angola e África diante dos desafios impostos pela dinâmica geopolítica mundial em acelerada transformação, bem como as armadilhas criadas pela globalização. De tendência pan-africanista e contra-colonial, esse trabalho tem como um de seus pressupostos contribuir na criação de mecanismos epistemológicos que visam desestabilizar as cosmovisões e cosmogonias de inclinações eurocêntricas e neocoloniais, que exercem uma grande influência alienadora sobre a percepção de mundo no seio da sociedade angolana. Para isso, a (re) africanização do sistema educacional, das Ciências Humanas e suas respectivas elevações ao status de estratégicas ferramentas geopolíticas faz-se necessário.</span></span></span></span></p> 2025-07-05T00:00:00-03:00 Copyright (c) 2025 Horizontes Sociológicos Afro-Lusófonos