Trânsitos e conexões sagradas, feministas e musicais de Abya Yala entre Brasil e México

Autores

  • Laila Rosa UFBA

Palavras-chave:

Candomblé e Jurema - Feminismos sonoros - Brasil-México - Muxes - Feminismos de Abya Yala

Resumo

São vários os caminhos das cosmologias sagradas dos orixás e entidades de jurema, dos seus rituais sagrados, das suas sonoridades, bem como, dos cantos medicina, os seres considerados divinos e as plantas de poder (jurema, ahyuasca e peyote), utilizadas em diversas tradições sagradas e xamânicas. Desde a perspectiva do conhecimento situado e corporificado pelas lentes das epistemologias feministas decoloniais de Abya Yala nasce o projeto “encuentro con si misma” como ação de artivismo musical feminista em trânsito entre Brasil e México. Deste ponto de partida bem amplo, seguimos também ao encontro das muxes, pessoas consideradas sagradas, que, na cultura zapoteca oaxaquenha, se definem “nem como homem, nem como mulher, simplesmente muxe” como referências mexicanas que, assim como as cosmologias e práticas inclusivas do candomblé e da jurema, despatriarcalizam as estruturas e os seus CIStemas (VERGUEIRO, 2016).

Biografia do Autor

Laila Rosa, UFBA

Cantora e compositora, artivista feminista, Profa Dra da Escola de Música, Programa de Pós-Graduação em Música e Programa de Pós-Graduação em Estudos sobre Gênero, Mulheres e Feminismos da Universidade Federal da Bahia – UFBA, Pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Mulher – NEIM/UFBA, coordenadora da Feminaria Musical: grupo de pesquisa e experimentos sonoros e integrante do Grupo de Investigaciones Feminismos de Abya Yala (México).

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Publicado

01-03-2020

Edição

Seção

Dossiês Temáticos