Que o queer torne-se a força e que a sua roupa seja armadura de resistência
Palavras-chave:
Queer; Armadura; Vestimenta; Estética; SensibilidadeResumo
A apresentação desse trabalho visual demonstra a força que implica o corpo queer – estabelecido aqui em sua relação indissociável com as dissidências de raça, gênero e sexualidade – e as formas, cores e texturas de suas extensões de pele (MCLUHAN, 2005). Provocamos as vestes e os adereços que cobrem seus corpos no intuito de problematizar o campo de violência que essa composição da aparência (CIDREIRA, 2005) recebe e as estratégias resistivas que respondem a esse chamado violento na forma de suas vestes. Conhecidxs como Tikal Babado e Pai Amor, ou o que chamaríamos carinhosamente aqui de Babado e Amor, são esses corpos queers que carregam consigo os seus modos sensíveis de adornar e as resistências memoráveis e deslizantes de um tobogã de arco-íris carregado de paixões, emoções e sentimentos de sujeitos que brigam nessa sociedade normativa para afirmar a possibilidade de ser e existir como seres possíveis e gloriosamente adornados de sentidos. Convocadas enquanto armaduras, suas vestes e demais extensões são potencializadas a partir de uma perspectiva que impetre seus fazeres artísticos, poéticos, político-estéticos e midiáticos e os tornem potencialmente atuantes em suas composições. A vibração de suas estonteantes vestes e a fascinante performance que esse movimento entre corpo e roupa ressaltam nossos olhos, nos embrenham de sensibilidades necessárias que compõem as suas poéticas. A roupa e todos os seus elementos não cumprem apenas o papel de cobrir os seus corpos, mas fazem surgir sentidos potentes em seus fazeres políticos. Trouxemos títulos para essa tessitura e que, acima de tudo, provoquem nossas formas de ver, sentir e perceber (MERLEAU-PONTY, 1999) a roupa em corpos abjetos. As fascinantes imagens são embaladas com o cenário da Cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia.
Referências
CIDREIRA, Renata Pitombo. Os Sentidos da Moda. São Paulo: Annablume, 2005.
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensão do homem. Tradução de Décio Pignatari. 14ª ed. São Paulo: Cultrix, 2005.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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