Bichas pretas e o Letramento Racial Crítico – devires em sala de aula

Autores

  • Eric Silva dos Santos Secretaria Municipal de Fortaleza
  • Kelvin Tadeu Russi Colc Universidade Estadual de Ponta Grossa

Resumo

Apresentamos nesse trabalho, a partir de identidades sociais, sobretudo, de raça e sexualidade, como podemos refletir sobre diferentes sistemas de opressão dentro de sala de aula, interseccionados com o conceito de Letramento Racial Crítico (FERREIRA, 2014), enquanto educadores. Nos interessa discutir, quais devires são possíveis para bichas pretas no ambiente escolar? Além do mais, como o letramento racial crítico potencializa bichas pretas docentes? Notamos que uma das premissas da Critical Race Theory (CRT) ou, Letramento Racial Crítico, é a importância de dar voz ao sujeito, ou seja, a relevância das narrativas como influenciadoras no processo de autocompreensão, autoconhecimento, liberdade e transgressão. Mobilizamos o conceito de identidade social (WOODWARD, 2019[2014]), raça (HALL, 2019[2014]; KILOMBA, 2020[2008]), sexualidade (OLIVEIRA, 2017; JESUS, 2012), Letramento Racial Crítico (LRC) (LADSON-BILLINGS, 1998; FERREIRA, 2014) para evidenciar como as reflexões podem auxiliar no processo de reconhecimento de si e de outros, a fim de tornar possível um ensino que abale o sistema colonial opressor. O trabalho é de caráter bibliográfico, de natureza básica e com abordagem qualitativa. Os resultados de pesquisa indicam que os devires possíveis para a bicha preta educadora é sempre transgressor, permitindo uma ruptura com o ciclo de violência contra esses corpos, tanto numa dimensão individual e subjetiva, quanto numa dimensão coletiva de ressignificação das identidades de raça e sexualidade. Concluímos que o LRC pode ser uma das ferramentas para que indivíduos de identidade sociorracial de sexualidade periférica retorne à sala de aula rompendo o ciclo de violência contra uma coletividade.

Biografia do Autor

Eric Silva dos Santos, Secretaria Municipal de Fortaleza

Entusiasta da educação antirracista, antissexista, militante e politizada; e do ensino de línguas de qualidade universalizado através da escola pública. Membro do GEDIRG - Grupo de Estudos em Discurso, Identidade, Raça e Gênero e do GPADC - Grupo de Pesquisa em Análise do Discurso Crítico. Com experiência na área de Letras/Linguística, com ênfase em Letras/Inglês; Educação antirracista e antissexista. Possui graduação em Letra-Português/Inglês pela Universidade Católica do Salvador - UCSAL (2015), especialização em Impactos da Violência na Escola pela Fundação Osvaldo Cruz - FIOCRUZ e Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP (2018), especialização em Ensino de Língua Inglesa pela Universidade Estadual do Ceará - UECE (2019). Professor na Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza como docente em Língua Inglesa. Atualmente (2020/2021) cursa o Mestrado Interdisciplinar em História e Letras na Faculdade de Educação, Letras e Ciências do Sertão Central - FECLESC/UECE. 

Kelvin Tadeu Russi Colc, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Graduado em Letras Português/Espanhol pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e Mestrando em Estudos da Linguagem pela mesma Universidade na linha de pesquisa: "Pluralidade, Identidade e Ensino". Trabalhou no Programa Mais Educação, vinculado a Escola Municipal Castro Alves na cidade de Telêmaco Borba - 2013. Trabalhou no Programa Mais Educação, vinculado a Escola Municipal Leopoldo Mercer na cidade de Telêmaco Borba - 2014. Trabalhou no Programa Mais Educação, vinculado a Escola Municipal Zilá Bernadete Bach na cidade de Ponta Grossa - 2017. Trabalhou no Programa de Estágio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, vinculado a Escola Municipal Zilá Bernadete Bach - 2018, e posteriormente pelo mesmo programa atuou na Escola Municipal Profº Ivon Zardo - 2019. Atuou no projeto Residência Pedagógica pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, vinculado ao Colégio Estadual Profa. Linda Salamuni Bacila. 

Referências

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Publicado

29-12-2021

Edição

Seção

Artigo de revisão de literatura