Consequências do ensino da língua portuguesa no ensino fundamental na Guiné-Bissau 43 anos após a independência
Palavras-chave:
Educação, Línguas, Ensino Fundamental, Política linguística, Guiné-Bissau.Resumo
A criação do estado novo, após à independência em 1973 trouxe problemas sérios no sistema ao oficializar apenas o português como a única língua oficial da Guiné-Bissau. Questiona-se o português como língua oficial do povo guineense, sabendo que o crioulo é a mais falada e mais conhecida. Assim, levantam-se as seguintes hipóteses: os alunos reprovam porque a língua de casa é diferente da língua de casa; os professores não dominam a gramática do português europeu; políticas educacionais falhas que elevam a autoestima dos alunos e; finalmente, o português tem criado dificuldades no desenvolvimento e na qualidade de aprendizagem dos alunos. Objetivo geral é de conhecer o estado do português no ensino fundamental na Guiné-Bissau e seu impacto da educação formal. Para a pesquisa utilizou-se o método bibliográfico e documental que serviram de análise e discussão dos dados. Da pesquisa se conclui que a falta da oficialização do crioulo como língua oficial atrasou a progressão dos alunos. Tanto a gramática e como o dicionário do português não responde à variedade do português guineense. Sendo assim, defende-se a necessidade investimento no sistema educativo para aumentar a qualidade do ensino. Defende-se a formação de professores em quantidade e em qualidade para responder as preocupações da educaçãoReferências
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