O debate político em sala de aula: a construção discursivo-midiática do caso Euclides de Agrela à luz da Análise do Discurso Crítica
Palavras-chave:
Hegemonia, Discurso, Sala de Aula, Análise de Discurso Crítica, Debate PolíticoResumo
Este artigo objetiva descrever e discutir o processo discursivo pelo qual o evento Euclides de Agrela é construído, por meio de instâncias enunciativas hegemônica religiosa e corporativa de mídia, e suas implicações ideológicas no contexto mais imediato de sala de aula. Mais especificamente, busca-se compreender como o emprego de algumas formas linguísticas particulares contribui para o estabelecimento e a sustentação de relações de dominação no interior do discurso e fora dele. Para essa análise, foram selecionadas duas notícias sobre o caso: uma veiculada pelo UOL, associado ao grupo Folha de São Paulo e representando a mídia corporativa, e outra pelo Gospel Prime, que é considerada uma mídia hegemônica por pertencer à esfera religiosa de maior adesão no Brasil. A pesquisa toma como referencial teórico a Análise de Discurso Crítica em sua discussão sobre o elemento discursivo das práticas sociais, no caso, a prática social midiática, a partir de um tipo de significado proposto por Fairclough (2003), o representacional, aqui analisado em função da categoria da transitividade. Para pensar o problema em questão, simultaneamente, linguístico, educacional e sociológico, dialogamos com teóricos sociais como Laclau e Mouffe (2001) e Thompson (2011). Mostramos, ao final, como as significações do evento operam tanto para articular quanto para desarticular relações no sistema discursivo de diferenças da realidade. Assim, o debate político em sala de aula constitui-se discursivamente como luta pela hegemonia da vida sociopolítica.
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