MÃOS EM PUNHO:
POÉTICA DA REVOLUÇÃO EM JOSÉ EDUARDO AGUALUSA, A VEZ DA CRÔNICA
Palavras-chave:
José Eduardo Agualusa, crônica, pós-colonialismo.Resumo
O presente artigo tem o objetivo de analisar o gênero crônica na produção literária do escritor José Eduardo Agualusa, com destaque para treze delas publicadas no jornal português Visão, entre 2019 e 2020. Agualusa reforça, em Os Vivos e os Outros, que a palavra é o motor da história. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava voltado para Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1,1). O romance trata do fim do mundo, mas têm um lado redentor: o de que é possível recomeçar o mundo pela palavra. A proposta da investigação foi identificar temas recorrentes, como guerras de independência, pós-colonialismo, democracias em xeque, corrupção, personagens colhidos da História ou da memória afetiva do autor, presentes em outras produções (romances, contos, poesia e literatura infantil). O estudo demonstrou que a presença de elementos comuns em gêneros literários que transitam entre si sugere um estilo, ora intitulado “poética da revolução”. Não se trata de algo exclusivo de Agualusa, longe disso, é uma característica bem marcada de outros escritores e escritoras de literatura africana. Acredita-se, assim, contribuir com novas perspectivas para os Estudos Literários, especialmente relacionados a estudos pós-coloniais. Na fundamentação teórica, apresentam-se algumas hipóteses para as questões levantadas. São elencados os principais temas tratados pelo escritor angolano em treze crônicas publicadas entre 2019 e 2020, que vão da resistência ao animismo, passando pela poesia do cotidiano.
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